Bate-me imensa saudade. Lembrança de momentos vividos com as duas. Uma, minha mãe. A outra, minha sogra. Delas, sempre tenho grandes passagens e lembranças a recordar. Que me apertam o coração. Para mim, duas Santas. No que pese de estilos de vida diferentes. Minha mãe, mais afirmativa, corajosa e agitada. Minha sogra, mais comedida, passiva e tranquila. Duas Santas, no entanto - repito. Santas pelo carinho e pelo amor que dispensavam a todos quer fossem pobres, ricos, pretos, brancos, letrados ou não, oprimidos e poderosos...

Dos meus ancestrais, só conheci o meu avô Assis. “Coronel Assis”, como o chamavam. Não conheci minha avó, Flora.
Minha mãe falava muito de sua doçura. De sua religiosidade. De seu apego às Obras Divinas. Foi meu tio Luiz, irmão de minha mãe, quem, em vida, me presenteou com uma pintura, retratando a imagem de meus avós maternos. Há pouco mandei restaurá-la. E está aqui, na minha Galeria.
Não tenho, no entanto, no meu acervo, nada que me lembre de meus avós paternos. Por quê? Nunca soube. Nunca me disseram. Gostaria tanto de vê-los em pintura para poder restaurar como fiz com a pintura da imagem de meus avós Assis e Flora. E completar minha galeria, que cuido com paixão, orgulho e zelo.

Em minha casa, tenho um espaço só para esses registros. Aqueles que lá adentram me dizem que gostam muito. Cobrem-me de elogios, que espero sinceros.
Cultuo fotos, sobretudo de família. De ascendentes, de descendentes - avós, pais, irmãos, primos, filhos, netos... da consanguinidade. Enfim, de todos. Incluo, de igual modo, aqueles que se juntaram a ela. A essas fotos, que me conferem a sensação de estrar mais próximo de meu Criador, dedico solenes altares e respeitáveis liturgias... E esse estado me anima e me enriquece. Tudo isso me faz bem e me deixa feliz.
Às vezes, em casa, desço para contemplá-las. E fico a dizer-me: “Ah! Faltam tantas, ainda”. Tantas... Como as de meus avós paternos.