Fim da XXVI Edição do FIG. Que esse ano foi débil. Pálido. Cinzento. Dele, cuidaram muito tarde. Até seu período foi anunciado dias antes de seu início. Depois suspenso. E depois? E depois... E assim ficou até às vésperas de sua abertura. Programação? Nem falar... Deixando atônito aquele público que a ele acorre de maneira crescente e fiel. Pelo FIG. Pela cidade. Pelos encantos e belezas de ambos.
Hotéis obrigados a devolver centenas de diárias vendidas e sinalizadas. Restaurantes e bares suspendendo inúmeros pedidos para reforçar seus estoques. Um verdadeiro imbróglio. Triste. Muito triste. Tristeza de mau gosto.

Daí, o resultado. A cidade perdeu. E muito! Avalia-se que de 40% a 50%. Muito ruim para sua Economia, já ofegante, já combalida...


Naquelas cidades, termina um evento, já começa outro. Diria até: mal termina um evento outro já começa. E tudo planejado com bastante antecedência. Não se vira um ano sem se saber do que vai acontecer no ano seguinte. Mês a mês. De janeiro a dezembro.
Somos considerados o maior Festival de Inverno não só daqui do Brasil, mas de toda a América Latina. Pela multiculturalidade de nossos espetáculos. Por sua exaustiva programação... Mas é de se perguntar: “É só desses títulos de que precisamos, hoje, passados tantos anos?” Penso que não.

Já que somos o maior produto cultural de Pernambuco nas terras de Simôa; já que alcançamos a irreversibilidade de sua existência, temos, repito, que nos reinventar, sob pena de descermos a escada da degradação.
Não perco de vista que o FIG começou maior - 13 a 28 de julho. Era o ano de 1991. Portanto, nascemos com 16 dias. Hoje, encurtamos para 10. 10 dias? Quando ele exige, para os que estão lá fora poderem se agendar melhor, que seja, pelo menos, de 30 dias. Ou seja: com 04 finais de semana, como acontece, de resto, com o São João de Caruaru e Campina Grande, e com os Festivais do sul e sudeste brasileiros. Sem embargo de, durante a semana, de domingo a quinta-feira, estarmos com nossos artistas locais e regionais em todos os seus polos e palcos. E temos tantos! Mas com a certeza de que, aqui, estarão milhares de turistas, impactando com seus reais a nossa Economia.
Estou a estrebuchar? Não! A bravatear alguém? Penso que estou simples e humilde, a dizer o que venho dizendo há muito anos. E quem conhece minha história sabe disso.”
Do Festival de Inverno de Garanhuns, falo desde o primeiro, no já longínquo ano de 1991. Bastou aquele... Só ele, para Garanhuns e Pernambuco saberem que estavam a contemplar o nascimento do futuro maior produto cultural do estado.
Que tenhamos, portanto, mais cuidado e zelo com o nosso FIG. Ele, que é Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco, em Garanhuns. Já, já, Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil, em Pernambuco.