sábado, 30 de julho de 2016

ESCORRIA NO TEMPO (VOLUME I)

 Não, amigo. Não! O Wagner é daqui. Das terras de Simôa. Que um dia resolvemos homenagear, atendendo a tantos pedidos da sociedade civil organizada da nossa cidade. Não, amigo. Não! No que pese Clarice ser internacional. No que pese ser a nossa maior contista, romancista... Enfim, a nossa maior... É que Wagner é daqui. E digo isso não porque ele trabalhou comigo. Mas, talvez, até por isso, também, porque, aí, conheci melhor o seu talento. 

Vejo Wagner, portanto, como a nossa Lispector de calça, no porvir. E estamos conversados. 

Ah! Sei lá. Sei lá. Preciso ordenar melhor minha cabeça. Focá-la num objetivo. Objetivo ainda não definido. De vida? Sei lá. Sei lá. Até quando? Cobro-me. É terrível, amigo.

Enquanto decorre... E escorre... Recebo repetidas cobranças de amigos e amigas como você. O que dizer? Valho-me do Senhor. E, resignado, deixo tudo em Suas mãos. 

Prosa é conferir em “Isso Que Escorre”. Que li num fôlego só. E por ter feito isso, sobrou-me tempo para conferi-lo. Devagar. Devagarinho. A tempo de avaliar a dor de Cássia e a tristeza de Murilo na peleja em que se meteram. Sobretudo, quando o amor deles “escorria” no que se chamava tempo. O “inconfessável tempo” e seus atos.

Penso que Wagner conseguiu contar em seus maravilhosos contos, muito do que a grande Clarice Lispector não contou em seus “Todos os Contos”. E a todos digo isso. Como o disse nessa XXVI Edição do FIG. A Karina. A Aristóteles. E a tantos presentes. 

Aposto nesse “menino”. Sei de sua dedicação às Letras. Estas, da “Última Flor do Lácio, inculta e bela”.

Conheço-o! Por isso, permito-me dizer: Aposto nesse “menino”.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

CHAPLIN RESSUSCITOU? (VOLUME I)

Amigos me deram um susto. De Repente, Chaplin no Camarote com todos nós.

Da minha cabeça, a lembrança de sua morte no Natal de 1977. Ele, já aos 88 anos.

De repente, também, a lembrança do roubo de seu cadáver, com caixão e tudo, de sua sepultura em 1º de março de 1978. Mais que de repente, ainda, a lembrança do tampão de 1,80m de espessura que a família colocara em seu segundo sepultamento, para evitar mais malfeitos a seu túmulo.

Será que Chaplin ainda está entre nós, decorridos tantos anos? Não duvido. Não duvido... Sobretudo em dias como os que hoje vivemos em nosso país. Roubos, roubos e mais roubos... Que talvez tenham chegado até a Suíça, onde ele se encontra enterrado, no cemitério Corsier-sur-Vevey.

Será que roubaram de novo o cadáver de Charles Spencer Chaplin? E ele ressuscitou para estar conosco nessa XXVI Edição do Festival de Inverno de Garanhuns?

Devaneando em meio à beleza, ao encanto e à magia do Festival de Inverno de Garanhuns? Ou embriagado pelo calor humano de tantos amigos e amigas que nesses momentos se juntam para saudarem Garanhuns?

É que, nessas horas, aqui, homem comum vira Papa Francisco. É que, nessas horas, aqui, gente do povo vira Charles Chaplin... 

São fatos que somente ocorrem em Garanhuns? Ou nesse nosso planeta, cada vez mais plano, em algum lugar, devaneio e embriaguez pelo entusiasmo dos amigos nos levam a tanto?


Não! Isso não pode acontecer. Nem aqui, nem alhures. No que pese o próprio Chaplin. No que pese Evita, e esta, faz pouco, diziam nas redes que teriam seus restos mortais sido violados. Não! Não pode ter sido. Estive lá, onde ela está. No Risoleta. A sepultura é profunda. Metros e metros de profundidade - penso que 60. E placas e placas de concreto a cada 5 metros. 

Mas eis que um amigo meu me sai com essa: “Givaldo, Chaplin, não. Ele nunca vai ressuscitar. Ele não era político. Evita Perón, quem sabe? Já foi uma. De repente, ressuscita novamente. Político é assim. Difícil de morrer. Mas fácil de ressuscitar”.