quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

REFLEXÃO (VOLUME I)

Um casal amigo me procurou essa semana. Estava aflito. “Givaldo, sabemos de nossa amizade. Amizade construída ao longo de tantos anos. Sempre estivemos a conversar durante esses anos todos. E nós, como você, sempre tivemos uma conversa séria e leal. Além de civilizada e respeitosa. De sorte que viemos, aqui, conversar com você para pedir uma orientação. Na verdade, sua ajuda.” 

De repente, descamba o casal amigo a... falar e falar... de fatos pretéritos, ocorridos em nossas vidas. E a conversa se prolonga e se prolonga, e o casal amigo não entra no assunto que o trouxera ao meu escritório. Olhei para o relógio. Sempre o faço quando atendo as pessoas. Não, por não gostar de atendê-las. Claro que gosto. E muito! Para mim uma satisfação. Mas, porque tenho que administrar meu tempo para atender a tantas outras. 

Verifiquei que quase uma hora se passara, e nada de o assunto sair. Resolvi, atento, sugerir: “Amigos! Por que não marcamos para conversar sobre o assunto lá em casa? Vocês viram, não é verdade? Tenho tantos e tantas, ainda, para atender.”

Combinamos com o casal amigo para conversarmos nesse final de semana. Às 20 horas, lá em casa. Marcamos. 

Às 20 horas, estávamos, eu e Emília, prontinhos para recebê-los. E nada de chegarem. Quando os dois aportaram lá em casa, já passava das 21 horas. Mas, tudo bem... O que fazer? 

O casal amigo começou a falar de seu filho que casou, já faz alguns anos, e que estava passando por “um probleminha de relacionamento com sua esposa”.

Pediu-me desculpas pela digressão que fizera em meu escritório, e nos falou, a mim e a Emília, que ia direto ao assunto. Aos meus botões disse: “Graças a Deus!”  

E começou: “Soube que meu filho está participando de uma conferência na Igreja.” E se apressou em dizer a ele: “Filho, eu quero dizer que fiquei muito feliz quando soube do ‘Encontro’ que você está fazendo nesse final de semana. 

Penso que, na vida, há momentos em que devemos parar um pouco para analisá-la e mudar os rumos que a ela estávamos dando.
 
Você está tendo esse momento. Prenda-se a ele. Só a ele. Peça ao Senhor Sua ajuda. Ajuda para você. Ajuda para sua esposa. Forças. Forças para vocês vencerem, juntos, esse momento difícil porque estão passando. E que para superá-lo, depende de vocês com a ajuda e a benção de Deus. E Ele quer fazer isso por vocês. Aliás, Ele já está fazendo, levando-o para esse ‘encontro’.

Quer saber? Todos ou quase todos passamos pelo que vocês estão passando. Bom? Horrível! Gostoso? Terrível! 

Lembrei à sua mãe, outro dia: nós também passamos por esses momentos. Mas nos lembramos de você - sim, do nosso filho. Único filho. Do que havíamos construído, juntos, até ali. Do que nos ocorreu dizer, lá atrás, perante o Senhor e, de forma espontânea.

Como você está indo ao encontro do Senhor, vá! Mas vá pensando em se reencontrar com sua família. Em reconquistar forças para continuar a sua caminhada...   

Lembre-se: vocês têm dois filhos maravilhosos que precisam de vocês. Porque os amam. E por eles todo ‘sacrifício’ que fizerem para mantê-los por perto, convivendo com vocês, ainda será pouco diante das bênçãos que terão do Senhor em suas vidas. E para sempre. 

Estou, portanto, muito feliz em saber que você vai a esse ‘encontro’ à procura de ajuda. Depois de alcançada a graça, que venha o reencontro de você e sua esposa com a Santa Igreja.
 
É o que peço todo dia ao Senhor para você, meu filho. 

Para mim, só peço a Deus paz e saúde para poder, em vida, assistir à ascensão de meus netos. Às suas conquistas que advirão com as graças do Senhor. E para minha felicidade plena.

Fiz bem, Givaldo, em dizer-lhe tudo isso? Você acha que com essas palavras que lhe disse, ele vai acabar com essa ideia maluca de separação?” 

Fiz-lhe ver que a ninguém é dado saber do que acontecerá daqui para frente. Mas elogiei sua postura de pai, dizendo-lhe ser possível que, diante de seus exemplos, de seus conselhos, de suas ponderações, o casal possa se reencontrar, reatando seus laços. E, ademais, o “encontro” teria tudo a ver. Suas palavras, dirigidas ao seu filho, saíram do seu o coração. E ele haverá de entender. Foram palavras calcadas na experiência que vocês mesmos viveram.

Vi, já tarde, o casal sair de minha casa, feliz. Não sei se pelas palavras que dirigi a ele, ou se pelo vinho que degustáramos. Eu, Emília e eles. Nós quatro. 


De uma coisa, no entanto, estou certo: temos que ter paciência para ouvir. Com ela, você pode fazer verdadeiros milagres. Fui para a cama, feliz. Pelo bem que penso ter feito àquele dileto casal de amigos.  

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