Um casal amigo me procurou essa semana. Estava aflito. “Givaldo, sabemos de nossa amizade. Amizade construída ao longo de tantos anos. Sempre estivemos a conversar durante esses anos todos. E nós, como você, sempre tivemos uma conversa séria e leal. Além de civilizada e respeitosa. De sorte que viemos, aqui, conversar com você para pedir uma orientação. Na verdade, sua ajuda.”
De repente, descamba o casal amigo a... falar e falar... de fatos pretéritos, ocorridos em nossas vidas. E a conversa se prolonga e se prolonga, e o casal amigo não entra no assunto que o trouxera ao meu escritório. Olhei para o relógio. Sempre o faço quando atendo as pessoas. Não, por não gostar de atendê-las. Claro que gosto. E muito! Para mim uma satisfação. Mas, porque tenho que administrar meu tempo para atender a tantas outras.

Combinamos com o casal amigo para conversarmos nesse final de semana. Às 20 horas, lá em casa. Marcamos.
Às 20 horas, estávamos, eu e Emília, prontinhos para recebê-los. E nada de chegarem. Quando os dois aportaram lá em casa, já passava das 21 horas. Mas, tudo bem... O que fazer?
O casal amigo começou a falar de seu filho que casou, já faz alguns anos, e que estava passando por “um probleminha de relacionamento com sua esposa”.
Pediu-me desculpas pela digressão que fizera em meu escritório, e nos falou, a mim e a Emília, que ia direto ao assunto. Aos meus botões disse: “Graças a Deus!”
E começou: “Soube que meu filho está participando de uma conferência na Igreja.” E se apressou em dizer a ele: “Filho, eu quero dizer que fiquei muito feliz quando soube do ‘Encontro’ que você está fazendo nesse final de semana.

Você está tendo esse momento. Prenda-se a ele. Só a ele. Peça ao Senhor Sua ajuda. Ajuda para você. Ajuda para sua esposa. Forças. Forças para vocês vencerem, juntos, esse momento difícil porque estão passando. E que para superá-lo, depende de vocês com a ajuda e a benção de Deus. E Ele quer fazer isso por vocês. Aliás, Ele já está fazendo, levando-o para esse ‘encontro’.
Quer saber? Todos ou quase todos passamos pelo que vocês estão passando. Bom? Horrível! Gostoso? Terrível!
Lembrei à sua mãe, outro dia: nós também passamos por esses momentos. Mas nos lembramos de você - sim, do nosso filho. Único filho. Do que havíamos construído, juntos, até ali. Do que nos ocorreu dizer, lá atrás, perante o Senhor e, de forma espontânea.
Como você está indo ao encontro do Senhor, vá! Mas vá pensando em se reencontrar com sua família. Em reconquistar forças para continuar a sua caminhada...
Lembre-se: vocês têm dois filhos maravilhosos que precisam de vocês. Porque os amam. E por eles todo ‘sacrifício’ que fizerem para mantê-los por perto, convivendo com vocês, ainda será pouco diante das bênçãos que terão do Senhor em suas vidas. E para sempre.
Estou, portanto, muito feliz em saber que você vai a esse ‘encontro’ à procura de ajuda. Depois de alcançada a graça, que venha o reencontro de você e sua esposa com a Santa Igreja.
É o que peço todo dia ao Senhor para você, meu filho.
Para mim, só peço a Deus paz e saúde para poder, em vida, assistir à ascensão de meus netos. Às suas conquistas que advirão com as graças do Senhor. E para minha felicidade plena.
Fiz bem, Givaldo, em dizer-lhe tudo isso? Você acha que com essas palavras que lhe disse, ele vai acabar com essa ideia maluca de separação?”
Fiz-lhe ver que a ninguém é dado saber do que acontecerá daqui para frente. Mas elogiei sua postura de pai, dizendo-lhe ser possível que, diante de seus exemplos, de seus conselhos, de suas ponderações, o casal possa se reencontrar, reatando seus laços. E, ademais, o “encontro” teria tudo a ver. Suas palavras, dirigidas ao seu filho, saíram do seu o coração. E ele haverá de entender. Foram palavras calcadas na experiência que vocês mesmos viveram.
Vi, já tarde, o casal sair de minha casa, feliz. Não sei se pelas palavras que dirigi a ele, ou se pelo vinho que degustáramos. Eu, Emília e eles. Nós quatro.
De uma coisa, no entanto, estou certo: temos que ter paciência para ouvir. Com ela, você pode fazer verdadeiros milagres. Fui para a cama, feliz. Pelo bem que penso ter feito àquele dileto casal de amigos.
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