sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A DENTISTA (VOLUME I)

Logo cedo, às 06 horas da manhã, no Café Columinho do Palace. 

De repente, dois amigos chegam para me acompanhar. E por lá ficamos ouvindo as novas da cidade, que promove a III Edição do seu Natal Luz. E o assunto, puxado à mesa, descamba para o Natal Luz, que Garanhuns promove. Eles encantados com o que viram em nossa cidade, certamente sem precedente em nossos Natais. Em beleza. Em programa. Também em extensão. Para atrair mais visitantes. Eles, que geram emprego e renda aos seus destinos turísticos. 

É Garanhuns se encontrando. Querendo exercitar sua vocação. De receber. De acolher. De recepcionar... milhares que nela aportam a procura de seu merecido lazer. 

“Mas nem concluímos a nossa conversa de ontem”, exclamaram outros amigos que acabavam de chegar, e com quem jantara, na noite de ontem, e me viram correndo à dentista, mal terminado o jantar. A eles disse que tive de sair às pressas, mas não, antes, de dizer a todos que voltaria logo. “A gente precisa atualizar nossas conversas e ouvir as últimas da cidade. Perdoem-me! Não deu. E não daria para ficar com dor de dente com vocês.”


Na dentista, ontem, fui atendido de urgência. E, por lá fiquei durante quase três horas em inesperada cirurgia. A dentista murmurou: “É bronca! As raízes trincaram. São duas para um bloco com três elementos. É que, com a reabilitação oral, você passou a mastigar, confortavelmente, pelos lados direito e esquerdo. Aí, as raízes do lado esquerdo não suportaram a carga”. 

Deu trabalho. Muita anestesia. Muita dor...

Suava muito numa sala gelada. E eu com calor. E a dentista parecia também sofrer comigo. Afinal, o dia todo naquela pisada. Pobre dentista. Não sei como suporta atender a tantos clientes. E, por cima, muitos deles tensos. Também medrosos. Dengosos... 

Foi uma emergência em que ela teve de tirar uma série de radiografias, e falava com um colega no Recife para providenciar um provisório, que ela pede para segunda-feira, já que ela entra em recesso na terça. 

Mas, deu tudo certo. Quando ela conseguiu puxar o bloco com as raízes... Que alívio!

Tomei, na hora, um coquetel dos mesmos antibióticos que passara das outras vezes em que fui cirurgiado. E continuarei a tomá-lo a cada oito horas. Durante os dias seguintes. 

Agora, em casa, de repouso, escrevo essas linhas sobre a noite de ontem. Nesse começo do dia de hoje. Mas evitando pensar naquela cadeira gostosa da minha dentista. Que apesar de ter mandado a tormenta de minha dor para longe, fez-me suar muito enquanto a dor sumia. Mas não amanheci inchado. Estou bem. E também confortável!

Viva a dentista! 

A gente só dá viva aos nossos médicos e dentistas quando os incômodos que nos atormentam vão embora. Penso, lembrando-me de uma mestra que tive. A ela, disse: “Quero mudar de turma. Quero sair do curso clássico para o curso científico.” Ela, assustada, me perguntou do por quê? Do... “Quero ser médico, professora. Desisti de ser advogado.” Ao que ela me replicou: “Volte para a sua sala de aula. Não está vendo que você não tem cara de médico?” Acertou em cheio. Devo isso a ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário