sábado, 22 de abril de 2017

DOMINGUINHOS - TERCEIRA NOITE (VOLUME I)

Terceira e última noite do “Dominguinhos”, que já deixa saudade. Muita saudade...

É. De onde quer que ele esteja, deve ter ficado muito feliz com seu público conterrâneo, e a ele tão fiel. Fidelíssimo! Que o quis, aqui, para preservar a sua memória, mas que fez muito mais: quis que a cada ano Garanhuns estivesse a lembrá-lo, através desse Festival que leva o seu nome.

Do contágio dos forrozeiros. Do esforço para perenizar a lembrança do maior nome musical da cidade, aquele público maravilhoso cantava músicas, cantadas por Dominguinhos, puxadas pelos inúmeros artistas que por lá desfilaram, desde quinta-feira. Para ser exato nessas linhas: tudo fora formatado e executado no melhor estilo. Para causar saudade mesmo, a tantos e tantas, daqui e de alhures.

Nunca se viu tanta gente. Tanta! Na Esplanada Cultural. Gente que, aos milhares, acorria aos shows, carregando dentro de si a ilusão de um reencontro com o Mestre Dominguinhos. Quem sabe? Ressuscitado. 

Cezzinha protagonizou, capitaneou e provocou essa ilusão. Nunca vi nada igual. Vestido como se vestia Dominguinhos. De sanfona nos braços, como se apresentava Dominguinhos. Tocando e cantando as músicas de seu Mestre, Cezzinha parecia o próprio. Sim! Até na voz, levando o público à sua forte lembrança e a um forte delírio. Delírio dos tempos de Dominguinhos entre nós. Nós, seus conterrâneos. Na sua Esplanada (ainda não batizada com seu nome, mas assim já chamada). E uma multidão o aplaudindo, entusiasticamente.


Nesse sábado a abertura ficou por conta de Kiara, e terminou, monumentalmente, com Falamansa, passando por tantos e tantos, a exemplo de Flávio José.

Que venham mais “Dominguinhos” à sua cidade. Fora essa, sem dúvida, a mensagem que o público mandou para Garanhuns. Aos seus gestores. De hoje. De amanhã.



sexta-feira, 21 de abril de 2017

DOMINGUINHOS - SEGUNDA NOITE (VOLUME I)

A IV Edição do “Dominguinhos” tem se mostrado arrebatadora. Muito maior do que sua III, que já foi bem maior que as duas que lhe antecederam.

Caminha para sua consolidação. Para sua sedimentação. Para sua irreversibilidade.

Esse deve ser o foco. O caminho para nossa cidade: educação, cultura, turismo e comércio. Sem esquecer-se de nossos campos. É uma questão de vocação da cidade. Da sua irresistível vocação, que, se bem orientada, tornará Garanhuns mais forte e grandiosa. E, tudo, sob o ponto de vista da sua economia. E, também, da felicidade de sua gente. Agora, temos que persistir. 

Aqui, nos anos 50, fomos considerados pelo governador de então, em visita à “Cidade de Simôa”, uma “Cidade Universitária” e, no entanto, só dispúnhamos de três colégios - XV de Novembro, Santa Sofia e Diocesano”. Ou seja: já naquela época, os visionários de então nos indicavam o caminho a ser seguido.


A ideia da fundação e construção da Casa do Estudante de Garanhuns apontava para o acolhimento do estudante que viria, em breve, estudar em nossas escolas de nível superior. Que surgiriam, mais tarde. Daí, dizer-se que a Casa teria sido precursora das escolas do porvir. Da sonhada e pretendida Universidade do Agreste.  

O que nos diriam aqueles visionários quando hoje já contamos com muito mais colégios e quase três universidades em nossa cidade? Que disponibilizam dezenas de cursos, neles incluídos os chamados cursos tradicionais - Engenharia, Medicina e Direito.

Ontem, mais uma vez, a Esplanada estava tomada de gente. Muita gente para assistir a “Genaro”, a “Os Nonatos”, a “Alcymar Monteiro” e a “Fulô de Mandacaru”.

Êxito absoluto! Cada show melhor que outro.

Ouvi algum amigo dizer o que ouvira de um artista: “Mas como gosto de me apresentar em Garanhuns! Que terrinha boa!” Mas é isso mesmo. Não precisa tomar nem da nossa água para considerar a nossa cidade boa. Se tomar...

Fico radiante quando ouço isso da gente daqui, da gente de fora - Maceió, Aracaju, Salvador..., Recife, João Pessoa, Natal... Já, já, do Norte e Nordeste inteiros, a caminho de grande parte do Brasil.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

DOMINGUINHOS - PRIMEIRA NOITE (VOLUME I)

A Esplanada estava lotada. Os shows já haviam começado quando chegamos.

Já passara Mourinha do Forró. Nádia Maia e Targino Gondim terminariam seus espetáculos, em poucos minutos.

Quis saber das pessoas como teria sido o show de Mourinha do Forró. “Muito bom!”, disseram-me quase em uníssono.

E quanto a Nádia e Targino? De novo a resposta de tantos: “Eles foram maravilhosos.”

De Mourinha, já tinha notícias de muito longe. Já, pois, o conhecia de perto. De vários shows. Realmente, muito bons. Contagiantes!

Quanto à dupla, ainda assisti um pouco, já que o espetáculo fluía, a caminho de sua conclusão. Pelo pouco que vi, fiquei impressionado.

A última apresentação estava por conta de Dorgival Dantas. Que me disseram muito boa.

Estive, como nunca, focado no espetáculo de Andrea Amorim. Talvez porque nunca a ouvira cantar Forró. Conhecia Andrea, cantando Rock e Bossa Nova. Forró mesmo, só ontem. Um verdadeiro show. Maravilha de show. Vi em Andrea uma Elba Ramalho bem melhor. Incrivelmente, melhor. Sem nenhuma restrição à grande cantora paraibana. 

Fui ao êxtase com sua participação. Por seu repertório. Por seu encanto. Por sua presença de palco. Por sua voz... Tudo nela, maravilhoso.

Com Cezzinha, vi Dominguinhos ressuscitado. Eis que aquela sanfona, aquele chapéu... E, sobretudo, aquela voz... Tudo nele me remetia ao Mestre. E ele caprichou na interpretação das músicas do Mestre. Parecia mesmo Dominguinhos ressuscitado. Milagrosamente, ressuscitado.

Hoje, comentando com amigos o seu show, disseram-me que ele trabalhara com Dominguinhos. Que acompanhara o Mestre durante muitos anos.

Em resumo: muito boa essa primeira noitada do Dominguinhos.
Tenho certeza de que, lá de cima, ele esteve muito feliz, ontem, e estará durante todo o Festival. Homenagem da “Cidade de Simôa” a um filho seu.

sábado, 15 de abril de 2017

MESTRE DOMINGUINHOS (VOLUME I)

Escrevi, outro dia, melancolicamente... em pleno Festival de Inverno de 2013. Era 24 de julho daquele ano:                                                          “Dominguinhos morreu. Estou triste! Muito triste! E, comigo, todo o povo brasileiro. Particularmente, todo o povo nordestino. E, ainda mais, particularmente, todo o povo da cidade de Garanhuns. Cidade que o viu nascer.”

Cheguei à Esplanada, muito animado, com Emília e um grupo de amigos e amigas para assistirmos ao show de Andrea Amorim. Ela, como Dominguinhos, nascera em Garanhuns e hoje faz sucesso lá fora, inclusive no exterior, agora abraçando a Bossa Nova.

De repente, a notícia: morreu Dominguinhos. Eu, todos fomos acometidos de uma profunda tristeza e de um sentimento de perda irreparável, que, no fundo, viria a prejudicar o nosso entusiasmo diante do show que se anunciava da nossa cantora revelação.

Garanhuns deve muito a Dominguinhos. O nosso cantor-poeta sempre levava consigo, para o Brasil inteiro, as belezas e os encantos de sua cidade. E ele o fazia com toda a sua genialidade, mas com aquela simplicidade que encantava a todos e a todas. Daqui, e de todo esse imenso Brasil.

Os versos de suas canções encarnavam alguma coisa que transcendia e transpassava os nossos sentimentos. Senão, vejamos esses: “Estou de volta pro meu aconchego / Trazendo na mala bastante saudade / Querendo um sorriso sincero, um abraço / Para aliviar o meu cansaço / E toda essa minha vontade / Que bom poder estar contigo de novo / Roçando o teu corpo e beijando você / Pra mim, tu és a estrela mais linda / Teus olhos me prendem, fascinam / A paz que eu gosto de ter. / É duro ficar sem você vez em quando / Parece que falta um pedaço de mim / Me alegro na hora de regressar / Parece que vou mergulhar / Na felicidade sem fim”.

Agora, não vai faltar mais esse pedaço, Mestre Dominguinhos. E sua alegria, esteja onde você estiver, será plena porque você regressa para o lugar de onde saiu. E vai mergulhar, eternamente, na felicidade sem fim.

A Esplanada Guadalajara vai ter que mudar de nome. Se é que todos nós já não a chamávamos, com orgulho e vigor, de Esplanada Mestre Dominguinhos, por conta de suas frequentes presenças. Presenças de que você tanto apreciava.. Por certo, recordando seus tempos de menino, vagando...  cantando e tocando pelas ruas de sua cidade.



Sinto, no entanto, que não basta que troquemos o nome da Esplanada. Sinto que queremos muito mais. Queremos o resgate de Dominguinhos à sua cidade. Queremos, portanto, que lhe seja cumprido o seu maior desejo. O de ter o seu descanso eterno na sua querida cidade de Garanhuns, “onde o nordeste garoa”, porque foi aqui onde tudo começou. Porque foi aqui que o “Rei do Baião” o descobriu para ele reinar, em sua sucessão, como o grande Mestre Dominguinhos.

Garanhuns, por sua gente, pede à família de Dominguinhos a guarda de seus restos mortais, até para que seus filhos, netos... não venham a dizer como Gabriel Garcia Márquez: “A gente não é de um lugar enquanto não tem um morto enterrado nele.”

Dominguinhos vem aí. E, daqui, de sua terra. De sua Garanhuns. Ele estará sempre, quem sabe, a cantar: “No meu Garanhuns / O forró é bom demais / Todo mundo se sacode / Cada vez querendo mais / Neve caindo / Ai, meu Deus, que coisa boa! / Suíça Brasileira / É a terra da Garoa / Quando chega o São João / É grande a emoção do povão / No Parque Ecológico Pau Pombo / Tem um relógio solar como atração / Foi lá que comecei com meus irmãos / Tocando na feira pra ganhar o pão / Tudo isso é motivo de recordações / Garanhuns, Garanhuns”.

Garanhuns recebeu Dominguinhos. Ele está de volta para sua terra em atenção e em homenagem ao seu desejo. E criou o “Viva Dominguinhos” para que ele, em tempo algum, deixe de ser lembrado e festejado, como o será a partir de hoje, nessa IV Edição do “Viva Dominguinhos”. Para que ele, em tempo algum, saia da memória de todos nós, garanhuenses.

Sem o menor fiapo de dúvida, o prefeito Izaías atendeu não só a um desejo de Dominguinhos, mas a um desejo de toda a gente garanhuense.