terça-feira, 12 de dezembro de 2017

NOSSAS REPÚBLICAS E CELSO GALVÃO (12.12.2017) (VOLUME II)

A República do Brasil pode ser dividida em cinco períodos, historicamente, ricos à nação. 

Com efeito, a partir de sua proclamação, em 1889, ao ano de 1930, conviveu a nação com a chamada “República Velha” ou “República das Oligarquias”. Que deu azo a muitos terem saudade do Brasil Império e, muito mais, de seu competente, honesto, liberal e culto Imperador, Dom Pedro II. Ele, que chegou a impressionar Anatole France, em sua passagem pelo Rio de Janeiro, pelos louvores que ouvira a Dom Pedro II, a ponto de ter referido: “Mas se o vosso monarca era assim, por que foi destronado?” E, lá atrás, de Victor Hugo, que o recebeu em sua residência em Paris: “Senhor, sois um grande cidadão!” 

O segundo período vem de 1930 a 1945, chamado de “Era Vargas”, ou de “Ditadura de Vargas”, ou, ainda, de “Estado Novo”, posto que este só a partir de 1937, com Vargas no poder desde 1930. 

O terceiro período, alcunhado de “República Populista”, vem de 1946 a 1964. Ou seja: de Dutra a Jango, passando por Vargas, de novo, agora nos braços do povo; Café Filho, Carlos Luz, Nereu Ramos, estes por pequenos períodos; Juscelino Kubitscheck, que cumpriu, como Eurico Dutra, todo o mandato - 5 anos; Jânio Quadros, Ranieri Mazzilli e João Goulart. Os dois primeiros também por pequenos períodos, e Jango, que fora deposto, tendo cumprido, somente, 2 anos e 208 dias. 

O quarto período, chamado de “Quarta República” ou “Ditadura Militar”, vem de 1964 a 1985. Com a segunda redemocratização do estado brasileiro - a primeira em 1945. 

Finalmente o quinto período, alcunhado de “República Nova”, que vem da queda do regime militar e flui até nossos dias. 

“Mas o que tem Celso a ver com isso, Givaldo?”, pergunta-me uma amiga querida, em pleno show de Andrea Amorim, nesta “Magia do Natal de Garanhuns”. 

“Para mim, amiga, muito. Primeiro, pelo prefeito que fora em nossa cidade. E em períodos distintos: na plenitude do Estado Novo: de 1937 a 1945 e, depois, com Vargas, nos braços do povo de sua cidade, de 1952 a 1955, com a redemocratização.

À sua cidade deixou muito. E eu me deteria em três empresas dele, ainda hoje saudadas por seus conterrâneos, embora ele já falecido há tantos anos: o Palácio que, hoje, leva seu nome; a Praça Dom Moura e o Cristo Crucificado, este erguido na Colina Magano, a 1.030 metros de altitude. Monumentos símbolos de nossa cidade, e obras de seu primeiro governo - 1937 a 1945. Mas eu destacaria, ainda, o Cassino Monte Sinai, construído na Colina Monte Sinai, a 930 metros acima do nível do mar. E, também, outro símbolo de nossa cidade. Esta, mais uma dentre as Sete Colinas da ‘Cidade das Flores’. Que não chegara a funcionar por conta de sua proibição por Eurico Gaspar Dutra. Daí se dizer que Vargas legalizou os Cassinos em 1938. Quando o Monte Sinai, e tantos por esse Brasil afora estavam prontos para funcionar, Dutra os proibiu, em 1946.  

Aí, outra história, amiga. Que me entristece. Sobretudo, depois que recebi de Nelson Siqueira uma preciosidade: as contas. Sim, a prestação de contas feita por Celso Galvão dos gastos com a construção daquele Monumento. E essa prestação fora feita tostão por tostão, ou cruzeiro por cruzeiro, já que aquela moeda só tivera vigência legal até 1942”.     

"E por que outra história? E por que essa tristeza, Givaldo? Alguma coisa contra Cassinos? Se Garanhuns seria uma das poucas cidades do Norte e Nordeste brasileiros e a única cidade de Pernambuco a tê-los?"

“Não, amiga, nada tenho contra Cassinos. Cheguei até a estudar um pouco sobre eles. E a minha conclusão é no sentido de que seria muito bom à nossa economia, haja vista o fluxo turístico que passaríamos a ter. Minha tristeza está no que acontece em nossos dias. Dou exemplo: nossos estádios, construídos recentemente. Que vergonha! Você está vendo o que dizem deles. Superfaturamentos. Verdadeiros assaltos ao erário público.

Aí quando penso em gestores públicos da nossa cidade como Celso, Amílcar, Dourado... bate-me uma saudade danada da decência, da honradez, da honestidade... de nossos homens públicos do passado. Aí, amiga, fico triste. Muito triste. Até depressivo... E é natural que assim fique. Porque atenta contra minha formação de homem educado, com rigor, pelos meus pais. Porque colide com as orientações que me foram prestadas por homens e mulheres que cuidaram de minha educação. Meus grandes mestres, com destaque para a figura do Monsenhor Adelmar da Mota Valença que, em suas aulas de civilidade, realçava, recorrentemente, os valores da decência, da honradez e da honestidade. E, também, da humildade e da solidariedade, cujas ausências, daquelas e destas, claramente, excluem um exercício justo e humano e, portanto, exitoso de uma gestão. Seja esta de natureza pública, seja esta de natureza privada. 

É. Tenho saudade, amiga. Muita saudade. Muita! Mesmo! Parece que o mundo mudou. E para pior. Apesar dos avanços da ciência e da tecnologia. Porque parece que esses avanços científicos e tecnológicos minaram e destruíram os valores de nossos caracteres, que, hoje, rareiam. Porque não foram capazes de conviver com o mundo de nossos dias. Moderno. Contemporâneo.”   

sábado, 2 de dezembro de 2017

MUSAS DA MINHA CIDADE (02.12.2017) (VOLUME II)


“Musas? Por que musas, Givaldo?” “Ora, ora, meu amigo. Cada um tem a musa que pode. E eu já estou podendo demais. Porque tenho logo duas. E penso que vou ficar só nelas, posto que entenda a riqueza da minha cidade em conceber tantas que, de repente, volte a gerar outras tantas. Mas... a preço de hoje, para mim, só elas duas. Que já considero de bom tamanho.” 

Sobre uma delas já falei muito. Nunca, todavia, demais. Não sei se por minhas limitações ao ofício de falar ou se por falta de maiores registros para calçar melhor minhas linhas. Mas, que já falei muito, já. 

Da outra, nem tanto. Mas já falei. Todavia, sem a fervor da primeira. Das duas, portanto, já falei. E das minhas linhas e linhas, o florescer da minha paixão musical por elas. Paixão de fã fiel? Sim! Incorrigível. E assaz apegado às suas musas da "Cidade Poesia" de Garanhuns.

Nesta IV Edição da “Magia do Natal de Garanhuns”, ouvi atento e quieto as duas. Quem sabe? Até perfilado e petrificado, como cheguei a dizer outro dia. E mais uma vez, tive azo de dizer a mim mesmo: gosto das duas. Cada uma com seu estilo. Cada uma com seu visual. Cada uma no seu gênero musical. Cada uma com sua exuberância singular e inconfundível. 

Meu amigo que me perguntara: “Por que musas? Por que essa  paixão pela arte de Andrea e de Kiara?”, continuava a insistir. E lá vem ele com outras, levando-me a procurar saber dele se já ouvira essas duas artistas em palco. E se ele conhece de seus talentos e sucessos. 

A resposta desse meu amigo fora um sonoro “não”, deixando-me a impressão de que de música ele não entende nada. Quanto a mim, disse: "gosto de música, e digo para todo o mundo que me encanto ao ouvir Andrea e Kiara. Ambas honram Garanhuns. Uma e outra falam de Garanhuns em seus shows. Estes, aqui, e alhures. E, em alhures, com a alma, aqui, na "Cidade de Simôa".