terça-feira, 8 de março de 2016

DIA INTERNACIONAL DA MULHER (VOLUME I)


Evidente que a beleza de uma mulher não está só em suas roupas. No penteado de seus cabelos. No gosto de sua maquiagem...

A beleza de uma mulher é tão infinita que prefiro dizer que está, sobretudo, em sua alma. Em sua doçura. Em sua paixão... Enfim, em seus gestos, que entendo vindos de lá de dentro do coração com a sua capacidade de amar e ensinar a amar. 

Por isso que me ombreio a todas as mulheres neste dia de louvação a elas. Neste dia em que lhes cabe muita reflexão sobre sua realidade no passado, sobre sua realidade no presente, sobre as conquistas que ainda lhes faltam alcançar.

Da caminhada longa e espinhosa, que encararam, vencendo preconceitos, os mais abusivos e absurdos... Lutando contra forças poderosas e reacionárias, que as consideravam verdadeiros subprodutos humanos, mas que chegaram, por aqui, no Ocidente, devagarinho, devagarinho, nas décadas de 1910 e 1920. Um pouco mais, em 1932 e 1934, no Brasil, com o direito ao voto; em 1946, com o dever ao voto; posteriormente, na década de 1960, com suas presenças nas ruas, cobrando sua melhor inserção na sociedade; mais adiante ainda, em 1977, com sua relevância internacional, em boa hora, reconhecida pela ONU, dedicando este dia a elas.  Sem esquecer que, um pouco mais na frente, em 2008, era criada a campanha “As Mulheres Fazem a Notícia”, ampliando essa relevância em todo o mundo, através da atenção à igualdade de gênero.


Mas a grande luta das mulheres, hoje, no meu entender, foca a sua maior participação política, visto que somente cerca de 10% delas têm assento em nosso Congresso Nacional. Percentual muito baixo, sobretudo se levarmos em conta que a maioria de nosso eleitorado é formada por mulheres. 

Penso que essa deve ser a grande luta das mulheres nesse limiar de milênio, e já há quem diga, com grande atraso, se nos lembramos de que já estamos no ano de 2016, e somente com a última eleição de 2014 é que as mulheres conseguiram pontuar 9,9%, ou seja: 51 mulheres fazem partem da nossa Câmara de Deputados, num colegiado de 513 membros. O crescimento foi muito pouco se compararmos a última eleição de 2014 com a penúltima de 2010, quando as mulheres eram representadas, apenas, por 45 delas, numa Câmara de igual tamanho - 513.   Ou seja: uma relação de menos de uma mulher para cada dez deputados homens. No Senado, o cenário não é diferente. Tendo se renovado apenas em 1/3 nessas últimas eleições, e considerando as já existentes naquela Casa, as mulheres contabilizam 11 de um total de 81 senadores, ou seja: apenas 13,6% da Casa formada por elas. 

Veja que só em 1932, com Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito ao voto, mas com uma série de restrições, como: se casadas, com autorização do marido, e, se solteiras ou viúvas, se provassem renda própria. Dois anos depois, também com Getúlio Vargas, em 1934, é que essas restrições foram abolidas. Mas elas continuavam apenas com direito ao voto. Só em 1946, afinal, e com a redemocratização, é que elas, as mulheres, passaram a ter, como os homens, o dever ao voto, e, mais recentemente, em 2009, a nossa legislação eleitoral criou a chamada “cota feminina” mínima e obrigatória para elas.

Vanessa Grazziotin, senadora pelo estado do Amazonas, considera a situação atual das mulheres “muito grave”. Segundo ela: “Somos mais de 50% da população e do eleitorado. Respondemos por 45% da produção deste país e pelo sustento de 1/3 das famílias. Mas todo esse protagonismo não reflete na nossa representação política. O problema tem sua raiz na discriminação que as brasileiras sempre sofreram em todo esse processo histórico. As desigualdades no mercado de trabalho, nas famílias e em outras esferas sociais ainda estão presentes.” 

Ela diz crer que vencer o preconceito é “um processo de longo prazo, para o qual os percentuais de recursos e de tempo de propaganda previstos, hoje, são claramente insuficientes.”

Saúdo, portanto, todas as mulheres brasileiras, e, em particular, as mulheres da minha cidade, neste dia tão importante para elas. E, daqui, exorto todas elas a continuarem a sua luta histórica.

Que esse dia seja de reflexão e de chamamento à luta de todas as mulheres. Que suas bandeiras sejam, sempre, por uma vida mais igualitária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário