segunda-feira, 20 de novembro de 2017

MINHA TERRINHA (20.11.2017) (VOLUME II)

Grande prazer em receber José Ailton, aqui, em meu escritório. Ele que é daqui, da terrinha. Mas que vive fora, em Osasco, São Paulo, há mais de 30 anos. Ele que não me conhecia. Nem eu a ele, pessoalmente. Nós que só conversávamos pelas redes sociais, quando possível, por conta de nossas ocupações. Ele que volta à sua cidade, já que, de férias, para ver e rever tantos. Inclusive, eu, como prometera, pelas redes.

A incursão de Zé, por aqui, vai das casas da família que é grande, às casas dos amigos de infância e adolescência. Também, as casas dos amigos virtuais. Com quem conversa, sempre. Estes estimo que muitos. Já que ele é exímio usuário das redes sociais. E gosta de conversar e fazer amizades mil. E eu estou entre eles, com muita satisfação. 


Conversamos, longamente e, durante a nossa conversa, eu ia me convencendo cada vez mais de que estava diante de um homem de bem, amigo, sensível, apaixonado por sua terrinha, e, sobretudo, temente a Deus. Aliás, diga-se que mesmo antes de conhecer Zé, já que sou seu amigo virtual, eu tinha sobre ele a melhor das impressões. 

De repente, pergunto-me: que bem não tem feito à humanidade esses avanços tecnológicos, sobretudo na área da comunicação? Eu mesmo posso dizer que tenho reencontrado muitos amigos de longa data pelas redes sociais. Que tenho feito muitas amizades por aqui. Que tenho conferido mais agilidade aos meus dias a dia por aqui. Que tenho o mundo em minhas mãos por aqui. Que a cada dia vejo o planeta mais plano por aqui. E veja que, embora usuário dessas ferramentas, estou longe... Muito longe de ser seu conhecedor. Mas, já o disse: tenho perseverado e persistido no aprendizado. 

Alguém já me perguntou se essas ferramentas não podem ter efeitos colaterais, portanto, perigosos, terríveis...? “Claro que sim”, respondo. “Mas é preciso que se diga que as redes sociais vieram para ajudar o homem. Para torná-lo mais produtivo na execução de suas tarefas. Mas ele deve usá-las para o bem. O bem de todos. E eu até diria: para ajudar a tornar melhor e correto o exercício da ‘Última Flor do Lácio, inculta e bela’, e podermos dizer com Olavo Bilac: ‘Amo-te, ó rude e doloroso idioma’.” 

Com José Ailton, conversei muito sobre o assunto. Vi, nele, um bom usuário das redes. Delas falando com desembaraço e conhecimento. Senão profundo, mas o bastante para ser o usuário que é. Cumpridor da verdadeira razão de ser das redes sociais.
   
Em sua despedida, muita emoção e palavras de carinho e respeito. “Daqui a um ano estarei de volta à minha cidade. E voltarei a visitá-lo. Muito obrigado por tudo.”

Fiquei a pensar: Que elegância! Que sentimento! Sobretudo, vindo de onde veio. De um homem simples. Que, como tantos, no passado deixaram sua cidade para tentar a vida na cidade grande. Mas que nunca se esqueceu da sua terrinha, e para ela sonha voltar um dia. Que chegue logo esse dia, Zé, porque você é a amizade que todos gostariam de contar.

E agora, se me permite, quem vai dar um muito obrigado a você sou eu. Por sua visita. Pelo prazer que ela me trouxe. Pela inspiração que me levou a construir essas linhas. Até novembro de 2018, José Ailton, em suas férias.  

domingo, 19 de novembro de 2017

CONSCIÊNCIA HUMANA (19.11.2017) (VOLUME II)

Outro dia, li uma expressão do ator Morgan Freeman que me deixou absorto e enigmático. Fui ao espelho. Lá, tomei um susto ao tentar sorrir como de costume. De repente disse a mim mesmo que meu sorriso estava a parecer o sorriso de Gioconda, obra genial de Leonardo da Vinci. Enigmático, indecifrável... Pensei: não, isso não sou eu. O que me levou a ficar assim? Como disse: absorto e enigmático. Todavia, na medida em que absorvia a lapidar expressão de Morgan Freeman, acometia-me da certeza, que sempre tivera, no sentido de que, enquanto o homem não entender que somos todos iguais; enquanto esse entender não chegar ao seu coração, a ponto de se fixar, e de se converter em consciência, difícil... Muito difícil continuará sendo a convivência fraterna entre os homens. 

Mas o que expressara o grande ator, a ponto de me deixar absorto e enigmático?  Disse ele: “O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece.”

Ainda não havia lido nada igual sobre o assunto. Que atordoa o homem. Porque tira sua paz de espírito. Porque confunde seus sentimentos. Porque rouba seu bem estar. Porque, enfim, desumaniza e perturba sua convivência com seus semelhantes.

Pensei: Morgan Freeman, antes de ser um grande ator, para mim ele passa a ser um grande pensador. Porque não defende supremacia de raças. Porque se limita só, e tão só, a pregar a “Consciência Humana” na busca incansável do sumiço, da extinção... desse mal perverso que muitos carregam em seus corações, causa e efeito de tantas barbaridades hediondas.

Não! Não cabe mais hediondez entre os homens. Sobretudo na sociedade em que vivemos. De grandes conquistas. De grandes realizações. De concretização de sonhos, ontem, inimagináveis. De grandes... E o homem autor e ator de todas essas maravilhas. De todos esses “milagres”. De todos...  Ele, branco, amarelo ou negro, ainda pensa em dia de consciência de raças. 

Não! Não é por aí que devemos continuar caminhando. Muito menos, dizendo como Gilberto Gil, há exatos dez anos, lá, na Serra da Barriga no estado de Alagoas, na entrega do Memorial Quilombo dos Palmares: “...negros que irmanam minha origem, meu caráter, minha história, minha liberdade, minha capacidade de resistir e existir no mundo.” Porque todas essas qualidades que são intrínsecas ao homem. Nele, devem estar presentes. Seja esse homem branco, amarelo ou negro. Todos com seus caracteres, histórias e desejos de existirem nesse mundo. Posto que, este, ainda perdido na procura, na busca... do caminho que o leve à assunção da desejada “Consciência Humana.”

Penso que é por aí. Ou seja: que o homem tem que perseguir, de forma obstinada, a conquista da “Consciência Humana”, e esse homem não importa que seja branco, amarelo ou negro. Importa que seja homem. E só. E de qualquer dos continentes. Até porque essa consciência terá que envolver a todos. Terá que ser universal. Portanto, de todo planeta. 

Fácil? Claro que não. Mas temos que trabalhar, no entanto, nessa direção. Na certeza de que a consciência unilateral de raças não resolve o problema. Pelo contrário, a mim me parece que adensa o preconceito entre raças, gargalo maior nesse caminhar à conquista da “Consciência Humana”.

sábado, 18 de novembro de 2017

ANDREA AMORIM (18.11.2017) (VOLUME II)

A “Ave Maria” na voz de Andrea é um encanto. E, diariamente, às 18h00min, lá está ela, angelical, linda, bela... da sacada do Palácio Celso Galvão, cantando para uma multidão perfilada, petrificada... num silêncio quase absoluto, porque vez em quando pequenos ruídos. 

Na verdade, não sei se em reverência ao seu criador, Bach, ou à própria Andrea. Que todo dia me surpreende mais com sua versatilidade musical - Rock, Bossa Nova, Forró... Sei lá que outros gêneros mais. Agora, música erudita.

Já o disse, por aqui, e continuo e continuarei dizendo, por muitos anos, décadas. Que Deus nos permita. 

Eu, não só perfilado, petrificado, diante dela. Eu, em silêncio absoluto, acometia-me das imagens e das vozes de Maria Callas, Luciano Pavarotti, José Carreras, Andrea Boccelli... a cantar, cada um, aos meus ouvidos: 
   
“Ave Maria, gratia plena
Dominus tecum 
Benedicta tu In mulieribus 
Et benedictus fructus ventris tui Jesus”.


E eu a dizer aos meus botões: “Saiam vozes. Saiam de mim. Hoje, aqui, e agora, eu quero ouvir Andrea Amorim. E só ela, deliciando-me dessa obra prima, genial de Bach - a ‘Ave Maria’. Saiam imagens indesejadas. Não percebem que vocês não se sobrepõem a Andrea Amorim, sobretudo ao vivo e a cores? Não veem, de onde quer que estejam, que estamos festejando, já há dez dias, a ‘Magia do Natal de Garanhuns’, e vamos fazê-lo até o dia 31 de dezembro? Portanto, ao longo de 52 dias de muita alegria, paz. E de muita cristandade?” 



quinta-feira, 9 de novembro de 2017

HOTELEIROS (09.11.2017) VALENTES (VOLUME II)

Acordei hoje com sinais de grande cansaço e preocupação. Por que negar, sobretudo, essa última?

Tá! Cansaço. Tudo bem... Afinal, meus dias a dia têm sido muito corridos e longos. Há deles em que chego perto da exaustão. Ou dela mesmo. Mas... Tudo bem! Eu gosto da labuta. E hei de continuar nela até o dia que Deus quiser.

O porquê do cansaço, portanto, fica explicado. Afinal, depois de todo um dia, adentrando pela noite até às 21h30min/22h, não é nada mole. E, ao chegar em casa, ainda lá vou eu às minhas leituras ou ao meu notebook escrever essas linhas. E, bom que se diga que esses dias começam muito cedo, vez que por volta das 6h30min/6h45min estou a caminhar sobre as pistas do “Parque dos Eucaliptos”. Sim, no Parque Euclides Dourado, homenagem da cidade ao seu criador, nos idos da Primeira República.

E a preocupação? Que quer ela de mim? Por que sua presença? Presença, diga-se de passagem, indesejável.

O Cansaço fica explicado: é, realmente, por excesso de trabalho ou pouco repouso. Tanto que quando repouso até onde meu corpo pede, restabelece-se meu vigor e entusiasmo à luta.

A questão fica, portanto, por conta da preocupação que parece, para ela, não ter remédio. No Brasil atual. Todo dia! Ah! Todo dia! Já não se suporta mais.

Ontem, recebi algumas ligações de amigos que falavam sobre nosso dia. Dia do hoteleiro. Tive um susto! Confesso que estava completamente esquecido. E a todos que me ligavam... E a todos com quem, presencialmente, conversava... Meu Deus! Como pode? Logo eu, que fui presidente da Associação, aqui. Que lha fui tão incentivador. Que, no ofício, sempre agi com vigor e valentia na defesa da categoria? Esta que se organizou e se mantém organizada desde 1936? Esta que orgulha nosso país, nosso estado e nossa cidade gerando emprego e renda para milhares. Na verdade, 1,3 milhão de empregos diretos e 665 mil de empregos indiretos. E que impacta dezenas de segmentos econômicos - cerca de 52.

Enfim, logo eu? Logo tantos, como eu? No que pese os anos, as décadas, e a honra de pertencermos à categoria em nossas cidades e fora delas?

Parei. Preciso pensar. E não demorou muito para chegar à razão de minha preocupação, que é de todos. Pelo menos de muitos desses todos. Muitos desses todos que me ligaram e conversaram comigo para dizer de suas situações.

Preocupações de muitos desses todos que dão conta de notícias nada alvissareiras, máxime da parte de colegas independentes. A saber:

A I - Cortes de despesas. Reduções de quadros. E, com estes, ameaças de deficiências em seus serviços...;

A II - Ausências de reinvestimentos. E, com estas, iminências de declínios das Unidades Habitacionais...;

A III - Morosidade na execução das ampliações projetadas. E, com esta, tomada do mercado por grupos nacionais ou internacionais em detrimento da excelência da hotelaria independente.

Afinal, por que do registro de tantas notícias ruins, que levam à categoria a tantas preocupações?

É simples! A grande queda nas ocupações das Unidades Hoteleiras. Que debilitam essas empresas, deixando-as impedidas de crescer. Ou de pelo menos se manter.

Daí, muitas delas, fechando parcial ou totalmente suas portas. Porque não chegam a atingir, sequer, seus pontos de equilíbrios. Enfim, sobretudo, por conta desse imbróglio em que se meteu nosso país, prejudicando, grandemente, o lazer das famílias, é de se dizer que neste dia, o hoteleiro (sobretudo os hoteleiros independentes) que estão à frente de seus negócios e a eles dedicados, não têm muita razão para comemorar.

No entanto, sou homem de fé e esperança, e, com esforço e dedicação, hei de continuar apostando no retorno do segmento à sua vida normal. Posto que saiba que o segmento será um dos últimos a provar dessa tão falada recuperação econômica do país. Que demora!

Quero deixar as preocupações de lado. Mas... como fazê-lo? Como? O cansaço é fácil, já vimos. Basta botar o corpo para repousar. Mas eu quero deixar a preocupação de lado porque, enfim, eu quero fazer o que há de mais importante ao hoteleiro: receber bem, servir bem, gerar satisfação. Em síntese: praticar hospitalidade. E essa receita passo para todos.

Que esse imbróglio se vá logo, para podermos, apesar dos passageiros cansaços, estarmos ativos com toda força e disposição, cuidando das pessoas que procuram as nossas Unidades na esperança de serem bem recebidos.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

DIA DE REVERÊNCIA (01.11.2017) (VOLUME II)

Neste último final de semana, estava a conversar com um amigo em Recife. De repente, ele me pergunta: “E nesse feriadão? O que vamos fazer? Que achas de passarmos uns dias em Porto de Galinhas e por lá darmos um bom passeio de barco? Fiz isso outro dia. Num desses feriadões. Que delícia! Voltei novo. Novo e motivado para enfrentar os dias a dia do Recife. Que, cada vez mais, estão difíceis. É o trânsito que não anda. É o calor cada vez mais insuportável. Enfim, um desafio à mobilidade cidade.”  

“Posso não, amigo. Posso não. Você está ficando doido? Neste ‘feriadão’, como você chama, vou ter muito que fazer. Tenho que reverenciar as memórias de meus pais, irmão, parentes vários. Também amigos indizíveis. E devo dizer que há muitos anos dedico esse dia a eles. Posto que pense neles sempre, e para eles faça minhas orações”, respondi. E continuei: “Confesso, amigo, que sou fiel à tradição de minha Igreja, que desde o Século II vem dedicando um dia àqueles que se foram, sendo que, a partir do século XIII, este dia passou a ser o dia 2 de novembro, porque o 1º de novembro é o dia da Festa de Todos os Santos. Portanto, amigo, dispenso-me de lhe acompanhar, mas deixo registrada essa data singular de respeito e extrema veneração dos católicos de todo o planeta. Em outro ensejo, prometo: vou com você a esse passeio de barco. Na próxima quinta-feira, seguramente, não. É o dia de todos nós, católicos, dirigirmos nossos pensamentos para os nossos que se foram.”


Fui pra casa. Lá chegando, fui às minhas anotações. Vi do Frei Ribamar Gomes de Souza: “A comemoração de todos os fiéis falecidos evidencia a única Igreja de Cristo como: peregrina, purgativa e triunfante que celebra o mistério pascal.” E mais: “Às vezes, olhamos a nossa vida numa perspectiva de uma tumba que será fechada com a terra e com uma pedra em cima, mas, para nós cristãos, Cristo está diante dessa pedra. Ele que é a Ressurreição e a vida. Ele olha através da pedra e vê a cada um de nós.”

“Mas que coisa!”, exclamei a mim mesmo, já na minha alcova, no aguardo do sono que não chegava. Quem sabe pensando no amigo, que ao invés de ir para Garanhuns venerar os seus e voltar sua mente aos seus pais, familiares e amigos, vem-me com essa de Porto de Galinhas, praia que está lá todo dia, quando 2 de novembro é dia único.

Depois, gosto de visitar mausoléus de famosos sempre que viajo. Assim, Arlington, em Washington, EUA - os Kennedy: John, Robert, Edward e Jacqueline. Assim, Recoleta, em Buenos Aires, Argentina - Eva Perón. Assim, Corsier-sur-Vevey, em Vevey, Suíça - Charlie Chaplin. Assim, na Basílica de São Pedro, Roma - João Paulo II.

De mais a mais, nada tenho contra os Campos Santos. Pelo contrário. Tenho todo respeito por eles. E a eles sempre estou presente quando preciso e, em especial, nesse dia 2 de novembro. No dizer de Teodoro Wanke: “Gosto de ir aos cemitérios, admirar os túmulos dos que venceram na vida”. E eu diria mais: sobretudo por uma causa. Uma causa de natureza coletiva.

Pronto! Foi bom o sono ter tardado. Porque, pronto na minha cabeça, o esboço de minhas linhas que vão ao meu notebook, na próxima quarta-feira. Para que na quinta ou mesmo ainda na quarta, já possam estar nos meus perfis, fanpage e blog. 

Que assim seja. Pois!