domingo, 28 de maio de 2017

TRÊS MULHERES MARAVILHOSAS (VOLUME I)

Três mulheres fantásticas... A primeira, a da esquerda, é a alegria em pessoa. Há até quem diga que só viaja se ela estiver dentre os viajantes. Ela é a alegria da viagem. Versátil, dona de uma voz e repertório maravilhosos que encantam a todos com seu olhar bondoso. Quase poético. Leão disponível, solidária, prestimosa... Sempre à disposição de tudo e de todos. 

Outro dia alguém me pediu para falar com ela. De seu nome não sabia. Chamou-a de “Manda Chuva do Lions”. Achei engraçado e fiz uma crônica sobre ela e, incontido, contei essa história de Manda Chuva do Lions. Ela ligou pra mim e disse: “Givaldo... Que história é essa de Manda Chuva do Lions?” “Bem, Tetê, a expressão não é minha. É de um fã seu”, respondi. Ele estaria querendo direitos autorais por eu ter tornado público o seu invento? Sei que no Lions não tem disso não. Fui governador do Distrito, e disso sei muito bem. Embaixatrizes, consulesas, diplomatas, advogadas, médicas... Enfim, todas, em Lions, são Companheiras a serviço das comunidades. Todas, simplesmente, pertencem à maior organização de serviço voluntário do mundo. 

No Lions, todas são iguais e irmanadas com um só objetivo: servir a quem precise de alguma presença humanitária. Todos e todas são Companheiros e Companheiras. Aqui, portanto, não existe “Manda Chuva do Lions. Existem, em abundância, corações e ações que atenuam dores de irmãos e irmãs no mundo inteiro.” 

A do centro. Ah! A do centro... Parece uma santa! Pela pureza e leveza de suas palavras. Palavras puras. Quase inocentes, sinceras, solidárias, amigas. 

Sempre a cumprimento como a mais elegante da minha cidade. E me parece que tenho feito muito bem a minha vista, eis que ela tem aprimorado sua elegância. Reciclado e inovado seus modelos. Sempre em dia com a moda. 

Outro dia quase que perco o “prestígio” com ela. De repente, aparece em minha frente, Quiterinha, esposa do Companheiro Natanael. Estava deslumbrante. Não me contive, e disse: “A mulher mais elegante de Garanhuns!”. Eis que chegava Margarida. Sim, ela mesma. A mulher de quem falo. Não sei se ela ouviu o que dissera eu de Quiterinha, mas me apressei em completar a sentença: “Quiterinha, a mulher mais elegante de Garanhuns, depois de Margarida”. Ela, penso, ficou feliz. 

A terceira, a da direita, é Emília. Outra época fiz-lhe um pequeno elogio. Muito menor do que devia. De repente, alguém me liga. De longe, sim, de lá, partem verdadeiros desaforos, tomados por expressões machistas e pouco civilizadas. De lá de trás. Do século XIX. Quem sabe, de antes... Dois ou três mais atrás. Aos gritos, dizia-me que “Homem não elogia a mulher, de público”. E mais: “Você fez muito mal em elogiar sua mulher. Vai pagar caro por isso”. E continuou ele. Aquele antiquado! Aquele irracional! 

Dividi esse desgosto com um amigo irmão. Ele me disse: “Essa criatura, Givaldo, é assim com todos. Deixa pra lá. A gente caminha e avança sempre. Ele descaminha e recua sucessivamente. Recua na expressão, que nunca teve. Recua no tempo, para ele, já muito abundante... Crescer, só na empáfia. Crescer, só na antipatia. Crescer, só na intolerância. No preconceito. E, máxime, na autossuficiência e na arrogância.” 

Disse-lhe: “Amigo, não vou deixar de elogiar Emília e reconhecer os seus méritos. Sua capacidade de trabalho. Sua disposição. Sua liderança. Sua dedicação... Seu cuidado com os mais pobres e necessitados... Enfim, seu jeito de ser que agrada a todos.” 

Que Margarida, Tetê e Quiterinha não leiam estas linhas. Mas também tenho Emília como elegante. Muito elegante! E pronto. Digo-o de público. E que aquele cidadão me faça o favor de não mais me telefonar com ideias de séculos passados. 

Por favor, vamos ser contemporâneos ou não prestamos mais para esse mundo, que avança de contínuo...

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