sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O NATAL CHEGA MAIS CEDO EM GARANHUNS (VOLUME I)

Aqui, em curso, o Natal Luz 2016. A cidade está bonita. Linda. Bela... Como, certamente, ainda não a tínhamos visto. 

E como lhe fazia falta o toque que lhe deram para esse Natal. Parecia que a cidade estava a clamar por esse realce. Para lhe parecer mais bonita. Mais linda. Mais bela. De tal sorte que uma vez atendida, ela encanta muito mais aos milhares que a ela aportam. Tamanho o glamour conferido. Tornando-a mais bonita. A mais linda. A mais bela... A cidade luz... Pronta para o seu Natal. 

Muita falta. Muita falta fazia à nossa cidade. E lhe custou tão pouco essa empresa. Custou amor. Vontade. Compromisso... Da parte de nossos gestores para vermos a cidade ao encontro de sua principal vocação: o Turismo, que gera empregos, que produz renda. E tudo para tantos segmentos da Economia. E de forma horizontal e universal. 


Nesta IV Edição do Natal Luz 2016, observamos as ruas e as avenidas da nossa cidade tomadas por pessoas de fora, de longe, que para aqui acorrem, para nossa alegria. 

Alguém diria que ainda é pouco. Decerto. Ainda é pouco. Mas de forma crescente. E em número que caminha para o impensável. 

É isso que a gente tem percebido nos dias a dia da cidade neste Natal Luz 2016. Tendo começado a 11 de novembro e terminando a 31 de dezembro. Com suas ruas e avenidas frenéticas, anunciando que a hora do nascimento do Menino Jesus está chegando.

E aos milhares e milhares, todos dizendo que no próximo Natal estarão de volta a Garanhuns.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

CABEÇA ERGUIDA (VOLUME I)


Uma amiga me telefonou outro dia. Senti-a, nervosa, ansiosa, preocupada... tensa.  

Disse-lhe: “Ponha na cabeça: tudo vai acontecer como planejado. E você planejou... E bem! Você, antes, conversou com todos de sua equipe. Seus amigos e amigas de trabalho. E isso é certo. Agora, amiga, pense. Mas com otimismo e segurança. E, claro, assegurada a devida cautela. Que a ânsia, a tensão... tudo irá se escorrendo... Se escorrendo... E, de repente, em seu lugar, a sensação de vitória. Quase de êxtase. Senão ele.” 

Faz pouco, me voltou essa amiga. “Quero lhe agradecer. Deu tudo certo. Foi um sucesso meu evento.” Disse-lhe: “Agradeça! Mas agradeça a você mesma. Chame todos de sua equipe e diga: ‘Olha como foi bom estarmos unidos, gente! Focados em nossas tarefas... Deu tudo certo! Certinho! Como todos nós imaginávamos. Como planejamos. Muito obrigada, meu Deus! Muito obrigada! Obrigada a todos e todas vocês.’” 

E cravei, ainda: “Ademais, amiga, tudo não pode ficar sob sua exclusiva guarda, embora você seja a responsável maior. Mas, sob seu comando, há tantos e tantas, a você. E você não deve querer ser a única a salvar a pátria amada. Que, portanto, todos a salvemos. Todos! Cada um fazendo suas tarefas, designadas por você. E você, com olhar em tudo. Conferindo-as, todas, à medida que chegam às suas mãos. Chamando um a um para suas considerações. E nunca se esqueça de agradecer o empenho de cada um, o trabalho de cada um. No final, você vai imprimir sua marca. Mas, na apresentação do trabalho é indispensável agradecer a todos e a todas, pelo empenho e colaboração recebidos.” 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

REFLEXÃO (VOLUME I)

Um casal amigo me procurou essa semana. Estava aflito. “Givaldo, sabemos de nossa amizade. Amizade construída ao longo de tantos anos. Sempre estivemos a conversar durante esses anos todos. E nós, como você, sempre tivemos uma conversa séria e leal. Além de civilizada e respeitosa. De sorte que viemos, aqui, conversar com você para pedir uma orientação. Na verdade, sua ajuda.” 

De repente, descamba o casal amigo a... falar e falar... de fatos pretéritos, ocorridos em nossas vidas. E a conversa se prolonga e se prolonga, e o casal amigo não entra no assunto que o trouxera ao meu escritório. Olhei para o relógio. Sempre o faço quando atendo as pessoas. Não, por não gostar de atendê-las. Claro que gosto. E muito! Para mim uma satisfação. Mas, porque tenho que administrar meu tempo para atender a tantas outras. 

Verifiquei que quase uma hora se passara, e nada de o assunto sair. Resolvi, atento, sugerir: “Amigos! Por que não marcamos para conversar sobre o assunto lá em casa? Vocês viram, não é verdade? Tenho tantos e tantas, ainda, para atender.”

Combinamos com o casal amigo para conversarmos nesse final de semana. Às 20 horas, lá em casa. Marcamos. 

Às 20 horas, estávamos, eu e Emília, prontinhos para recebê-los. E nada de chegarem. Quando os dois aportaram lá em casa, já passava das 21 horas. Mas, tudo bem... O que fazer? 

O casal amigo começou a falar de seu filho que casou, já faz alguns anos, e que estava passando por “um probleminha de relacionamento com sua esposa”.

Pediu-me desculpas pela digressão que fizera em meu escritório, e nos falou, a mim e a Emília, que ia direto ao assunto. Aos meus botões disse: “Graças a Deus!”  

E começou: “Soube que meu filho está participando de uma conferência na Igreja.” E se apressou em dizer a ele: “Filho, eu quero dizer que fiquei muito feliz quando soube do ‘Encontro’ que você está fazendo nesse final de semana. 

Penso que, na vida, há momentos em que devemos parar um pouco para analisá-la e mudar os rumos que a ela estávamos dando.
 
Você está tendo esse momento. Prenda-se a ele. Só a ele. Peça ao Senhor Sua ajuda. Ajuda para você. Ajuda para sua esposa. Forças. Forças para vocês vencerem, juntos, esse momento difícil porque estão passando. E que para superá-lo, depende de vocês com a ajuda e a benção de Deus. E Ele quer fazer isso por vocês. Aliás, Ele já está fazendo, levando-o para esse ‘encontro’.

Quer saber? Todos ou quase todos passamos pelo que vocês estão passando. Bom? Horrível! Gostoso? Terrível! 

Lembrei à sua mãe, outro dia: nós também passamos por esses momentos. Mas nos lembramos de você - sim, do nosso filho. Único filho. Do que havíamos construído, juntos, até ali. Do que nos ocorreu dizer, lá atrás, perante o Senhor e, de forma espontânea.

Como você está indo ao encontro do Senhor, vá! Mas vá pensando em se reencontrar com sua família. Em reconquistar forças para continuar a sua caminhada...   

Lembre-se: vocês têm dois filhos maravilhosos que precisam de vocês. Porque os amam. E por eles todo ‘sacrifício’ que fizerem para mantê-los por perto, convivendo com vocês, ainda será pouco diante das bênçãos que terão do Senhor em suas vidas. E para sempre. 

Estou, portanto, muito feliz em saber que você vai a esse ‘encontro’ à procura de ajuda. Depois de alcançada a graça, que venha o reencontro de você e sua esposa com a Santa Igreja.
 
É o que peço todo dia ao Senhor para você, meu filho. 

Para mim, só peço a Deus paz e saúde para poder, em vida, assistir à ascensão de meus netos. Às suas conquistas que advirão com as graças do Senhor. E para minha felicidade plena.

Fiz bem, Givaldo, em dizer-lhe tudo isso? Você acha que com essas palavras que lhe disse, ele vai acabar com essa ideia maluca de separação?” 

Fiz-lhe ver que a ninguém é dado saber do que acontecerá daqui para frente. Mas elogiei sua postura de pai, dizendo-lhe ser possível que, diante de seus exemplos, de seus conselhos, de suas ponderações, o casal possa se reencontrar, reatando seus laços. E, ademais, o “encontro” teria tudo a ver. Suas palavras, dirigidas ao seu filho, saíram do seu o coração. E ele haverá de entender. Foram palavras calcadas na experiência que vocês mesmos viveram.

Vi, já tarde, o casal sair de minha casa, feliz. Não sei se pelas palavras que dirigi a ele, ou se pelo vinho que degustáramos. Eu, Emília e eles. Nós quatro. 


De uma coisa, no entanto, estou certo: temos que ter paciência para ouvir. Com ela, você pode fazer verdadeiros milagres. Fui para a cama, feliz. Pelo bem que penso ter feito àquele dileto casal de amigos.  

QUE LINDO! (VOLUME I)


E Gui, já em Tamandaré, organizando tudo, para receber as tias e os tios, as primas e o priminho. E eles só chegam na próxima semana. Mas, tudo bem! Gui é previdente e organizado...

Acabo de ter essa notícia. E fico feliz. Coisa de avô. Que o digam. Tudo bem! “Vovó vem me buscar.” E a vovó foi. Ela, que já está em Tamandaré desde a terça última, pretende ficar até lá para os dez dias de janeiro de 2017. Sim, do próximo ano. Ela, que foi branca e de cabelos loiros, quer voltar morena e de cabelos castanhos. Coisa de mulher. Tudo bem! Será que vou gostar? Vou torcer! Torcer com fé...  

Daqui, ela partiu na terça-feira, em dois carros, com seis auxiliares para lhe ajudar, fora o caseiro que, já, lá, esperava-a, angustiado. Soube depois que, desde segunda.   

“Por que tantos Emília?”, perguntei. Ao que ela me respondeu: “Quero organizar tudo para recebermos com imenso prazer e alegria nossos filhos e netos, e, com eles, termos um Grande Natal e um excelente Final de Ano, carregado de alvíssaras.”
  
Que Deus a ouça, Emília, e a todos nós - os 13. 

De repente, a lembrança de palavras que ouvi, faz pouco, de personagens dessas “Minhas Linhas e Linhas”, que me soam, recorrentemente: “Lembrem-se: vocês têm dois filhos maravilhosos que precisam de vocês, porque os amam e, por eles, todo ‘sacrifício’ que fizerem para mantê-los perto de vocês é pouco.”

 
Às minhas personagens que me procuraram outro dia, esqueci-me de dizer: “Nunca me esqueço de uns versos que diziam: ‘Meu filho / Meu sangue / A certeza que eu existo / A minha continuação / O volume 2 do meu livro / O amor puro como água’.” 

domingo, 20 de novembro de 2016

QUE TERRINHA BOA! (VOLUME I)

Garanhuns está bonita. Diria linda. Mas, penso: bela. Bela como nunca a vi, antes. 

Realmente, a cidade caprichou muito nesse Natal Luz 2016, que já está em curso desde 11 de novembro. E vai até 31 de dezembro E, com uma programação que a dignifica, que a exalta, como bem ela merece.  

Quanto aos seus títulos - “Cidade onde o Nordeste Garoa”, “Cidade do Clima Maravilhoso”, “Cidade das Flores”, “Cidade dos Festivais”, “Cidade de Simôa”, “Suíça Brasileira”... que eles tentam nos furtar e imitar... Ah! Não vão conseguir, não. Não, mesmo!

Para isso teriam que importunar Onildo de Almeida e ressuscitar o nosso Gonzagão. Aquele, autor da letra e, este, seu maior  intérprete. E, deles, exigir alterar a letra do clássico. E passarem a cantá-lo com uma nova letra. Nada fácil, não? O certo é que a canção é um verdadeiro “Hino de Amor” a Garanhuns.

“Conheço uma cidade bem pernambucana / Que todo chama de Suíça brasileira / Água pura, clima frio na realidade / Garanhuns é uma cidade linda e tão brejeira / Garanhuns, cidade serrana / Garanhuns, cidade jardim / Garanhuns, cidade das flores, de amores sem fim / Garanhuns, terra de Simôa / Garanhuns, que terrinha boa / Garanhuns, onde o nordeste garoa”.

Verdade, todavia, que nunca irão apagar a nossa imagem, porque do nosso DNA, intransferível.”


 E Garanhuns seguirá desafiando, embora sem nenhuma soberba, aquelas cidades que querem fazer fama sobre nossa fama. Desafio com seu trabalho permanente na luta pelo retorno de seu destino, que se dará com o reestudo de suas promoções turísticas, adequando-as às exigências de nossos dias. Contemporizando-as, enfim. Voltando com outras que foram sucesso no passado, hoje, cobradas por aqueles que aportam à cidade na busca de seu clima, sem igual no país. Criando outras, apontadas e cobradas, com certa frequência por milhares, que adoram essa “terrinha boa”. E que têm uma visão de mundo, sobretudo no enxergar às maravilhas que o turismo pode oferecer a todos. Atualizando e implantando seus equipamentos turísticos. Enfim, se preparando melhor para poder conquistar o título que tanto almeja: cidade turística. Reconhecida em todo norte e nordeste brasileiros. Quem sabe, já, já, em todo o Brasil, a exemplo do que ocorre com cidades como Gramado e Campos do Jordão.

Essa tem sido a luta de Garanhuns. Luta que avançará ao longo dos próximos anos. E o Natal Luz é um exemplo dessa nossa caminhada. E, hoje, já há quem diga que ele é igual ou superior aos Natais de Gramado e Campos do Jordão. 

Mas, Garanhuns, com a humildade de sua gente, tem colocado que apenas deseja conferir o melhor às suas promoções turísticas com as iniciativas que lhe permitirão a conquista do título que tanto merece.  

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

OBRIGADO, SENHOR! (VOLUME I)

Vocês são muito carinhosos conosco. Todos: Natanael, Romildo, Paulo, Eulália, Wilma, Flora, Geise, Tetê, Ruth... São tantos! São tantas! Enfim, vocês todos e todas!

E o que dizer de nossos cronistas? Cronistas da família. Cronistas das Academias. Cronistas... Deixa-nos vertendo lágrimas. Como deixaram indizíveis familiares. Amigos e amigas, aqui, não reverenciados.

De uma das crônicas de família que nos chegou, agora, apesar de datada de 02 de setembro de 2012, saboreamos essas recordações, que não as entendemos a destempo, a despeito de a família ter crescido nesses últimos anos: 

“Há 40 anos, um estudante e uma estudante começaram a viver uma bonita história. Um casamento como outro qualquer: Maria Emília e Givaldo... Tio Padre os abençoou aos pés do altar. O juiz os uniu em frente à sua mesa. Os acontecimentos bons, até agora, suplantaram os mais difíceis. Um casal vencedor, tendo como principal razão de suas vidas, uma bonita família.”

E mais outra das Academias:

“Hoje, vocês estão completando 40 anos de casados, representados em celebração pela simbologia das ‘Bodas de Carbonato’... Givaldo e Emília, muitas dificuldades vocês enfrentaram na vida, muitas lutas vocês venceram juntos... Foi preciso muita coragem para vencer tudo aquilo que vocês dois encararam, tudo que passaram. Isso tudo, sem dúvida, é um belo exemplo de vida... Acreditem: muitas coisas ainda vão mudar e melhorar. Vocês ainda têm uma vida inteira pela frente, para aprender a ser família, e não apenas um casal... Casamento não é para qualquer um...”

E mais. E mais... Que a todos agradecemos e pedimos para se considerarem referenciados nessas tortuosas linhas.

Mas, de repente, outra que foi demais... Que foi fundo... Que não podemos deixar de referir. Ela lembra o diálogo de Matias Cardoso com Fernão Dias. Eles, bandeirantes do Brasil. Do Brasil que surgia para ser o país que é hoje. Matias, lugar-tenente de Fernão, arrefecera o sonho de encontrar esmeraldas, e fora anunciar sua deserção ao chefe, ao seu govenador Fernão Dias. 

O amigo cronista, citando Paulo Setúbal, destaca: “Fernão Dias escutava, arrasado. Podia esperar tudo, menos ouvir de Matias Cardoso a dureza que estava ouvindo. E dizia ferido: ‘Vós, Matias Cardoso? O meu lugar-tenente? O que eu busquei com tanto gosto? Vós?’ ‘Eu mesmo, D. Fernando! Digo e repito: desanimei. Não continuo mais. Já reuni os meus homens. Estão todos prontos. Hoje mesmo deixamos a Bandeira.’ Fernão Dias refletiu e disse: ‘Está bem, Matias Cardoso. O companheiro mais querido abandona-me no momento cru. Não importa! Eu tendo vencido índios e feras. Hei de vencer a ingratidão dos amigos.’  

Você, Givaldo, nunca abandonou um amigo. Por isso quero lhes saudar nessa hora, a você e a Emília, pelo exemplo que vocês nos dão.” 

Que Deus nos abençoe nessa caminhada. Que já faz anos. Que, no entanto, seu primeiro dia, ainda presente em nossas memórias, dele nós recordamos como se fora ontem. E Deus tem sido muito bom conosco por isso.

Muito obrigado, Senhor! Ontem, éramos apenas nós dois aos pés do Vosso Altar, naquela noite fria de Garanhuns de 02 de setembro de 1972, na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Hoje, somos 13. Nós dois, seis filhos e cinco netinhos. E todos vivendo num ambiente de muita paz e compreensão e, sobretudo, seguindo os Vossos ditames e a eles tementes.

E agradecidos por ouvirmos, como acabamos de ouvir, outro dia, de nossa netinha Isabella. Ela, que vive nos EUA: “Eu quero ir para o Brasil.” E de nossa netinha Gabriela: “Eu quero morar em Garanhuns.” 

 Por fim, fazemos nossas as palavras do grande Victor Hugo: “Errem, caiam, pequem, mas sejam justos. Porque ser santo é uma exceção. A regra é ser justo.” E que Deus nos conserve assim. Com nossa família. Com nossos amigos. E com toda a sociedade.  

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

O FIG É PARA QUEM VEM DE FORA (VOLUME I)



Fim da XXVI Edição do FIG. Que esse ano foi débil. Pálido. Cinzento. Dele, cuidaram muito tarde. Até seu período foi anunciado dias antes de seu início. Depois suspenso. E depois? E depois... E assim ficou até às vésperas de sua abertura. Programação? Nem falar... Deixando atônito aquele público que a ele acorre de maneira crescente e fiel. Pelo FIG. Pela cidade. Pelos encantos e belezas de ambos. 

Hotéis obrigados a devolver centenas de diárias vendidas e sinalizadas. Restaurantes e bares suspendendo inúmeros pedidos para reforçar seus estoques. Um verdadeiro imbróglio. Triste. Muito triste. Tristeza de mau gosto.

Hotéis, restaurantes e bares viveram momentos de aflição, rompendo contratos, dispensando mão de obra, mal dizendo do embaraço e da embrulhada da situação. Lojistas inseguros sobre se reforçariam seus estoques, sobretudo de roupas quentes. E, muito ruim, sem uma palavra de consolo para aliviar a grande dor que tomou conta de todos os segmentos da área. 

Daí, o resultado. A cidade perdeu. E muito! Avalia-se que de 40% a 50%. Muito ruim para sua Economia, já ofegante, já combalida...

O FIG é, sobretudo, para quem vem de fora. Do Recife. De João Pessoa. De Natal... De Maceió. De Aracaju. De Salvador... Enfim, de todo esse Norte e Nordeste brasileiros. E, daqueles do Sul e do Sudeste, que não acreditam que no Nordeste exista uma cidade como a nossa, com o nosso clima. E vêm conferir. O FIG é para turistas. Para aqueles que vêm deixar seus reais na cidade. E são dezenas de milhares que ela espera todo ano. E o que se observa é que a cidade agradece a todos e a todas por suas presenças. E, por cima, ainda, reitera o convite para que voltem no ano seguinte.

Nossa cidade sonha com um FIG no modelo Gramado. Com um FIG nos moldes de Campos do Jordão. Milhares de turistas em nossa cidade. Nossa população faturando. E nossa Economia, crescendo. 

Naquelas cidades, termina um evento, já começa outro. Diria até: mal termina um evento outro já começa. E tudo planejado com bastante antecedência. Não se vira um ano sem se saber do que vai acontecer no ano seguinte. Mês a mês. De janeiro a dezembro. 

Somos considerados o maior Festival de Inverno não só daqui do Brasil, mas de toda a América Latina. Pela multiculturalidade de nossos espetáculos. Por sua exaustiva programação... Mas é de se perguntar: “É só desses títulos de que precisamos, hoje, passados tantos anos?” Penso que não. 

Urge que o reinventemos. Que o transformemos em um espetáculo de maior retorno à nossa população. E, aí sim, podermos assegurar distância dos nossos concorrentes do sul e sudeste brasileiros. 

Já que somos o maior produto cultural de Pernambuco nas terras de Simôa; já que alcançamos a irreversibilidade de sua existência, temos, repito, que nos reinventar, sob pena de descermos a escada da degradação.

Não perco de vista que o FIG começou maior - 13 a 28 de julho. Era o ano de 1991. Portanto, nascemos com 16 dias. Hoje, encurtamos para 10. 10 dias? Quando ele exige, para os que estão lá fora poderem se agendar melhor, que seja, pelo menos, de 30 dias. Ou seja: com 04 finais de semana, como acontece, de resto, com o São João de Caruaru e Campina Grande, e com os Festivais do sul e sudeste brasileiros. Sem embargo de, durante a semana, de domingo a quinta-feira, estarmos com nossos artistas locais e regionais em todos os seus polos e palcos. E temos tantos! Mas com a certeza de que, aqui, estarão milhares de turistas, impactando com seus reais a nossa Economia.

Estou a estrebuchar? Não! A bravatear alguém? Penso que estou simples e humilde, a dizer o que venho dizendo há muito anos. E quem conhece minha história sabe disso.” 

Do Festival de Inverno de Garanhuns, falo desde o primeiro, no já longínquo ano de 1991. Bastou aquele... Só ele, para Garanhuns e Pernambuco saberem que estavam a contemplar o nascimento do futuro maior produto cultural do estado.      
    
Que tenhamos, portanto, mais cuidado e zelo com o nosso FIG. Ele, que é Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco, em Garanhuns. Já, já, Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil, em Pernambuco. 


sábado, 30 de julho de 2016

ESCORRIA NO TEMPO (VOLUME I)

 Não, amigo. Não! O Wagner é daqui. Das terras de Simôa. Que um dia resolvemos homenagear, atendendo a tantos pedidos da sociedade civil organizada da nossa cidade. Não, amigo. Não! No que pese Clarice ser internacional. No que pese ser a nossa maior contista, romancista... Enfim, a nossa maior... É que Wagner é daqui. E digo isso não porque ele trabalhou comigo. Mas, talvez, até por isso, também, porque, aí, conheci melhor o seu talento. 

Vejo Wagner, portanto, como a nossa Lispector de calça, no porvir. E estamos conversados. 

Ah! Sei lá. Sei lá. Preciso ordenar melhor minha cabeça. Focá-la num objetivo. Objetivo ainda não definido. De vida? Sei lá. Sei lá. Até quando? Cobro-me. É terrível, amigo.

Enquanto decorre... E escorre... Recebo repetidas cobranças de amigos e amigas como você. O que dizer? Valho-me do Senhor. E, resignado, deixo tudo em Suas mãos. 

Prosa é conferir em “Isso Que Escorre”. Que li num fôlego só. E por ter feito isso, sobrou-me tempo para conferi-lo. Devagar. Devagarinho. A tempo de avaliar a dor de Cássia e a tristeza de Murilo na peleja em que se meteram. Sobretudo, quando o amor deles “escorria” no que se chamava tempo. O “inconfessável tempo” e seus atos.

Penso que Wagner conseguiu contar em seus maravilhosos contos, muito do que a grande Clarice Lispector não contou em seus “Todos os Contos”. E a todos digo isso. Como o disse nessa XXVI Edição do FIG. A Karina. A Aristóteles. E a tantos presentes. 

Aposto nesse “menino”. Sei de sua dedicação às Letras. Estas, da “Última Flor do Lácio, inculta e bela”.

Conheço-o! Por isso, permito-me dizer: Aposto nesse “menino”.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

CHAPLIN RESSUSCITOU? (VOLUME I)

Amigos me deram um susto. De Repente, Chaplin no Camarote com todos nós.

Da minha cabeça, a lembrança de sua morte no Natal de 1977. Ele, já aos 88 anos.

De repente, também, a lembrança do roubo de seu cadáver, com caixão e tudo, de sua sepultura em 1º de março de 1978. Mais que de repente, ainda, a lembrança do tampão de 1,80m de espessura que a família colocara em seu segundo sepultamento, para evitar mais malfeitos a seu túmulo.

Será que Chaplin ainda está entre nós, decorridos tantos anos? Não duvido. Não duvido... Sobretudo em dias como os que hoje vivemos em nosso país. Roubos, roubos e mais roubos... Que talvez tenham chegado até a Suíça, onde ele se encontra enterrado, no cemitério Corsier-sur-Vevey.

Será que roubaram de novo o cadáver de Charles Spencer Chaplin? E ele ressuscitou para estar conosco nessa XXVI Edição do Festival de Inverno de Garanhuns?

Devaneando em meio à beleza, ao encanto e à magia do Festival de Inverno de Garanhuns? Ou embriagado pelo calor humano de tantos amigos e amigas que nesses momentos se juntam para saudarem Garanhuns?

É que, nessas horas, aqui, homem comum vira Papa Francisco. É que, nessas horas, aqui, gente do povo vira Charles Chaplin... 

São fatos que somente ocorrem em Garanhuns? Ou nesse nosso planeta, cada vez mais plano, em algum lugar, devaneio e embriaguez pelo entusiasmo dos amigos nos levam a tanto?


Não! Isso não pode acontecer. Nem aqui, nem alhures. No que pese o próprio Chaplin. No que pese Evita, e esta, faz pouco, diziam nas redes que teriam seus restos mortais sido violados. Não! Não pode ter sido. Estive lá, onde ela está. No Risoleta. A sepultura é profunda. Metros e metros de profundidade - penso que 60. E placas e placas de concreto a cada 5 metros. 

Mas eis que um amigo meu me sai com essa: “Givaldo, Chaplin, não. Ele nunca vai ressuscitar. Ele não era político. Evita Perón, quem sabe? Já foi uma. De repente, ressuscita novamente. Político é assim. Difícil de morrer. Mas fácil de ressuscitar”.





sábado, 25 de junho de 2016

FESTIVAL DE INVERNO PRECISA CRESCER (VOLUME I)


06.07.1990. Nesta data, o Garanhuns Palace Hotel abria suas portas pela primeira vez.

13.07.1991. Nesta data, começava a I Edição do Festival de Inverno de Garanhuns. 

Ainda hoje, um e outro, novinhos, em folha. Porque sempre reinventados. Reinvestidos. Assim, portanto, reoxigenados, revigorados... E, a cada ano, com uma surpresa a mais. Inovando. Daí, sempre modernos, contemporâneos. Feitos para atender às exigências dos que a eles aportam.

Na I Edição do Festival de Inverno, o seu palco, instalado ao lado do nosso Centro Cultural, dispunha de modesta estrutura, pequena, diminuta... se formos comparar com a estrutura dos palcos de que dispomos hoje. Mas, nem por isso, deixou de ser grande, como que a sugerir e apontar à marca de suas próximas Edições.

Naquela Edição do FIG, Alceu Valença, Zé Ramalho, Dominguinhos... brilharam. E durante os 16 dias do Festival, Garanhuns recebeu milhares de turistas. Turistas que acorreram à nossa cidade para conferir a sua beleza, encantarem-se com a hospitalidade de nossa gente, e assistirem ao advento daquele que seria “O Maior Festival Multicultural da América Latina”. Turistas que trouxeram dividendos à cidade, à sua gente, do pequeno ao grande. Como sempre digo: do flanelinha ao empresário.

Estive presente àquele I Festival de Inverno. Na minha memória, a presença de Nelson Mota, que estava ali como curador. Ele, que é grande jornalista, compositor, roteirista, produtor, escritor e letrista. Ele não sabia que estaria assistindo ao nascimento daquele que seria “O Maior Festival Multicultural da América Latina”. 

O Festival de Inverno de Garanhuns nascera com 16 dias, de 13 a 28 de julho. Da sua V Edição, em diante, já cobrávamos o seu reconhecimento como “Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco”. Que terminou acontecendo, anos depois. Tamanho o seu sucesso. Tamanha a sua grandeza. Tamanha a sua consolidação. Precoce, por certo. 

Anos seguintes, já se falava em no título ‘Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil’. Pensava-se em atrair mais turistas, a fim de conhecerem a nossa gente. Sentirem o nosso clima. Divulgarem a nossa cidade. E, com o Festival, contemplarem o nosso inverno. Visionários? Não! Exagerados? Também, não! Quem sabe? Talvez apaixonados. Se quiserem, que o digam. Mas ai do mundo não fossem os visionários. Os exagerados. Os apaixonados... É que pensávamos na nossa Economia. É que focávamos na geração de emprego e renda à nossa população. 

A esse respeito sempre indagávamos: “Por que Caruaru e Campina Grande fazem as suas festas de São João em 30 dias e nós não podemos fazer o nosso Festival de Inverno em 30 dias? Se, aqui, temos muito mais apelo que eles, lá? Por conta de nosso clima, de nossas belezas naturais. Enfim, de tantos e tantos mais, que nos sentíamos acanhados em nomear para não nos parecer arrogantes, enquanto defendemos nossa cidade.” 

Gramado e Campos do Jordão, por outro lado, fazem os seus Festivais de Inverno em períodos muito mais longos do que os nossos. Posto que tenhamos começado com 16 dias, como referido, hoje são realizados com apenas 10, para prejuízo e tristeza da cidade. E mais: naquelas cidades se define toda uma programação do que vai ocorrer no ano seguinte, ainda no curso do ano anterior. Programação de todo o ano seguinte, de janeiro a dezembro, que culmina com o já tradicional Natal Luz, que já tem o seu início em novembro. 

O Festival que advogamos para Garanhuns teria um formato diferente, decerto. Os nomes nacionais que, atualmente, são espremidos em 10 dias, seriam distribuídos em 04 finais de semana e, durante a semana, ou seja, de domingo à quinta, em seu palco principal, trabalharíamos com nomes locais e regionais. Não haveria quaisquer outras despesas a mais, com a contratação de artistas famosos para aqueles dias. 

Por outro lado, a estrutura de camarotes tem que ser revista. Impensável que os turistas que vêm à nossa cidade continuem assistindo aos espetáculos de seu palco principal sem um ambiente confortável e mais seguro para eles. E isso tem sido a grande queixa dos que vêm à nossa cidade nessa época do Festival. 


A proposta que temos é no sentido de que seja instalado um grande camarote para turistas que, claro, pagariam ingressos para lá ficarem.

De mais a mais, seria de se contatar empresas estatais como a CAIXA, o BNDES, o BNB, o BB... E empresas privadas como o SANTANDER, o BRADESCO, o HSBC..., a fim de não se deixar toda ou quase toda despesa do Festival de Inverno de Garanhuns a cargo do Governo do Estado.

sábado, 7 de maio de 2016

PARABÉNS, SETÚBAL! (VOLUME I)

Aniversário do Setúbal. Gosto de estar presente ao aniversário do Lions Clube Recife Setúbal. Não sei se por Elton, quem sempre me levou em conta e com ele tive uma respeitável e sólida amizade; não sei se por Eulália, por sua doçura e seu jeito carinhoso de receber os Companheiros e Amigos. Ou, de todos e de todas que fazem esse promissor Clube de Serviços. Cuido que por eles - Elton e Eulália - e todos. Companheiros e Companheiras abnegados à causa do Leonismo. 

Elton trabalhara na SUDENE, e de lá me trazia notícias de meu primo querido, Osman, que também por lá labutara durante muitos anos no seu jurídico. De Eulália não esquecerei jamais, sobretudo de seu nome, que era o nome de minha mãe.

Nesse aniversário do Setúbal, não sei por que razão, mas na minha memória, veio a lembrança de Elton ao longo de toda solenidade. Ele que tanto me ajudou ao longo de meu mandato de Governador do Distrito para os Estados de Pernambuco, Alagoas e Maceió. Ele, como sempre acontece nesses aniversários de seu Clube, teria sido o grande homenageado, “in memoriam”, daquela noite, com muita justiça!

O Setúbal festejava naquela noite os seus primeiros 20 anos - Bodas de Porcelana. Outras, contudo, virão. Inúmeras outras Bodas. E enquanto esse Clube existir, e existirá por muitos anos ainda, o nome de Elton constará sempre na ordem das homenagens que o Setúbal tiver de prestar. 

Não seria exagero dizer que o Clube foi a razão de vida de Elton nos seus últimos anos. Tamanhos sua dedicação, carinho e prática de servir por servir. Na pureza e na profundeza da expressão, e isso, ele sabia fazer, magistralmente.

Não foi em vão a sua luta. Seus Companheiros, Companheiras, Amigos e Amigas estavam, lá, saudando aquela data - 06 de maio, comemorando a grande efeméride. Mas, também, festejando Eulália, e querendo dizer a ela, se é que não já vêm dizendo, faz tempo: “Você, a cada dia, deixa Elton mais feliz, porque você continua erguendo sua bandeira como se fosse ele que o fizesse. E, como ele soube fazê-lo...”

Penso, às vezes... Ah! Penso que Elton incentivava Eulália a capitanear suas iniciativas! E o fazia sem sentir. Sem que mesmo soubesse.

Parecia prepará-la para o futuro. Sem sua presença. Mas penso também que, mesmo em outro plano, Elton continua por perto, dizendo a Eulália que o Setúbal precisa seguir, e se sentindo cada dia mais feliz com o avanço de seu sonho.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

O LIVRO DE AUGUSTO (VOLUME I)

Augusto César, do Jornal “O Columinho”, convidou-me para o lançamento de seu livro “Memórias de Garanhuns”, que aconteceu na quinta-feira, 31 de março passado.  

Confirmei minha presença, mas, infelizmente, com compromissos inadiáveis fora da cidade, não me foi possível comparecer. Avisei-lhe, no entanto. E, depois, lamentei ter perdido a grande festa. Que soube muito boa e representativa, tendo reunido muita gente das Letras da cidade e autoridades locais. 

Ao seu livro, por insistência de Augusto, escrevi algumas linhas sob o título “Depoimento” e, nele, exaltei o monumento literário que acabara de ler, ainda nos seus originais. 

Por ele desfilam Marcílio Reinaux, Lígia Beltrão e Hildeberto Martins - três nomes que engrandecem nossa cidade. E são, por assim dizer, verdadeiros “monstros sagrados das Letras garanhuenses”. Grandes escritores! Excelentes cronistas!

Li, outro dia, uma crônica, assinada por Vanessa Bárbara, sob o título “Queria escrever”, publicada pelo Instituto Moreira Sales. Disse ela de seu desejo de escrever um texto: “Um texto tão bonito que o faça voltar pra casa, meu amor, sob o triste cochilo da lua”. E eu, daqui, tomo a liberdade de dizer: “Volta Lígia. Volta para tua casa, para tua cidade, que ela te receberá de braços abertos. Volta para tua Academia, porque sinto que, aqui, tu serás a imortal dos imortais. De repente, a imorrível, como bem quis ser nosso poeta Ronildo Maia Leite”. Mas... Quero registar, aqui, uma confissão: prefiro, no gênero literário, ler os Marcílio’s, Lígia’s, Carlos’s, Roberto’s, Wagner’s, Ronaldo’s, Hildeberto’s... a ler os Ruben’s, Verríssimo’s, Nelson’s, Millôr’s, Stanislaw’s, Vinicius’s... Porque falam da minha cidade. Da sua beleza. Da sua poesia. Enfim, de seus encantos. E o fazem, apaixonadamente. Porque, daqui, da “Cidade Simôa”, da “Cidade onde o Nordeste Garoa”, de Garanhuns do meu “Aconchego”, no dizer do nosso expoente maior, “O Mestre Dominguinhos”. 

Paixão em prosa, no gênero de crônicas. Crônicas com sabor de poesias. Poesias, que carecem de muito mais que talento. Que carecem de vidas... Vidas vividas. E vividas com muito amor... Na ingenuidade da infância. Da chegada da pré-adolescência e adolescência, aqui, no Planalto da Borborema, também conhecido como “Serra da Borborema”, que vem do sul. Lá, das Alagoas. Passa por aqui, e vai até Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, numa extensão, em linha reta, de 400 km. 

Eles, sim, tiveram suas histórias e suas estórias contadas em suas crônicas, inspiradas nessas terras. Terras que querem mais, e sempre mais, até em reverência aos seus antepassados. Que sempre a quiseram.  

“Na minha adolescência, meninos e meninas tinham bicicletas só de marcas importadas... Menino que não tinha bicicleta - como eu - pedia aos amigos uma trisca...”, escreve Marcílio, lapidar e saborosamente, para nosso delírio. 

“As festas de rua, no Natal, e a de São Sebastião, onde os alto-falantes anunciavam músicas oferecidas por alguém... O pastoril, onde eu, empetecada e brilhosa era a Contramestra que cantava enaltecendo o cordão azul...”, escreve Lígia.  

Ou, ainda, já longe de Garanhuns: lá da Europa. Mais precisamente em Portugal, mais ainda, da imortal Coimbra, ela nos brinda com palavras como essas, carregadas de saudosismo, falando do Rio Ceira, que deságua no Rio Mondego: “Lembrava a minha infância e adolescência, com um rio a domar-me ante as travessuras... O Rio que deixei para trás e nunca mais fui visitar...” Chora Lígia. E me faz, também, verter água dos olhos, por me levar a um passado que não volta mais. 

Por fim, Hildeberto. Sou seu leitor, desde aqueles tempos idos. Leitor, discípulo e admirador. Sempre presente em sua casa, aqui, na Avenida Rui Barbosa. Eu, menino, ainda, e já de olho nele para receber um pouco de seus ensinamentos. Observar, mais que um pouco, a sua postura de adolescente sensato, equilibrado, e sem açodamento nas atitudes, até no andar. Dele, li tudo ou quase tudo que escreveu: E o fiz no estilo recomendado por Émile Faguet: “Bem devagar, e, em seguida... bem divagar...”. Li “As Travessuras de Coco Chinês”, “A Pedra do Oratório”... E uma infinidade de editoriais, os quais li, reli e voltei a lê-los, de novo. Pensando no que nos ensinara Flaubert: “Ah! esses homens do século XVII! Como sabiam latim! Como liam devagar!”

 
Hildeberto nos ensina como tratar um amigo de verdade. Como ser-lhe grato: “Rossini, você nos surpreendeu. Viajou fora do combinado... Pegou-nos no impedimento, aquém ou além, não sei dizer bem, da linha da vida... Manda-nos sempre um ‘alô’, enviando também seus artigos, suas crônicas geniais, uma página inteira...” 

Perdi. Perdi a festa de Augusto. Que fez muito mais para o seu querido pai, Lúcio, in memoriam, do que para ele.

Eu parecia que não queria receber a homenagem do amigo Augusto. Na verdade, dela não sabia. Sabia de sua festa. E só. A homenagem, depois soube, seria uma surpresa. E minha falta de percepção perdurou. Que horror! Ele convocou os amigos e foi-me prestá-la, lá, em minha casa, com tantos, num santo domingo. Que é somente meu. Meu, de minha família e de alguns amigos. Onde se joga conversa fora. Coisa que os dias a dia da gente não me deixa fazê-la. 

Obrigado, Augusto! Obrigado amigos, que, como ele, estiveram naquele domingo a me homenagear. Quanta bondade! Sou-lhes grato.

terça-feira, 8 de março de 2016

DIA INTERNACIONAL DA MULHER (VOLUME I)


Evidente que a beleza de uma mulher não está só em suas roupas. No penteado de seus cabelos. No gosto de sua maquiagem...

A beleza de uma mulher é tão infinita que prefiro dizer que está, sobretudo, em sua alma. Em sua doçura. Em sua paixão... Enfim, em seus gestos, que entendo vindos de lá de dentro do coração com a sua capacidade de amar e ensinar a amar. 

Por isso que me ombreio a todas as mulheres neste dia de louvação a elas. Neste dia em que lhes cabe muita reflexão sobre sua realidade no passado, sobre sua realidade no presente, sobre as conquistas que ainda lhes faltam alcançar.

Da caminhada longa e espinhosa, que encararam, vencendo preconceitos, os mais abusivos e absurdos... Lutando contra forças poderosas e reacionárias, que as consideravam verdadeiros subprodutos humanos, mas que chegaram, por aqui, no Ocidente, devagarinho, devagarinho, nas décadas de 1910 e 1920. Um pouco mais, em 1932 e 1934, no Brasil, com o direito ao voto; em 1946, com o dever ao voto; posteriormente, na década de 1960, com suas presenças nas ruas, cobrando sua melhor inserção na sociedade; mais adiante ainda, em 1977, com sua relevância internacional, em boa hora, reconhecida pela ONU, dedicando este dia a elas.  Sem esquecer que, um pouco mais na frente, em 2008, era criada a campanha “As Mulheres Fazem a Notícia”, ampliando essa relevância em todo o mundo, através da atenção à igualdade de gênero.


Mas a grande luta das mulheres, hoje, no meu entender, foca a sua maior participação política, visto que somente cerca de 10% delas têm assento em nosso Congresso Nacional. Percentual muito baixo, sobretudo se levarmos em conta que a maioria de nosso eleitorado é formada por mulheres. 

Penso que essa deve ser a grande luta das mulheres nesse limiar de milênio, e já há quem diga, com grande atraso, se nos lembramos de que já estamos no ano de 2016, e somente com a última eleição de 2014 é que as mulheres conseguiram pontuar 9,9%, ou seja: 51 mulheres fazem partem da nossa Câmara de Deputados, num colegiado de 513 membros. O crescimento foi muito pouco se compararmos a última eleição de 2014 com a penúltima de 2010, quando as mulheres eram representadas, apenas, por 45 delas, numa Câmara de igual tamanho - 513.   Ou seja: uma relação de menos de uma mulher para cada dez deputados homens. No Senado, o cenário não é diferente. Tendo se renovado apenas em 1/3 nessas últimas eleições, e considerando as já existentes naquela Casa, as mulheres contabilizam 11 de um total de 81 senadores, ou seja: apenas 13,6% da Casa formada por elas. 

Veja que só em 1932, com Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito ao voto, mas com uma série de restrições, como: se casadas, com autorização do marido, e, se solteiras ou viúvas, se provassem renda própria. Dois anos depois, também com Getúlio Vargas, em 1934, é que essas restrições foram abolidas. Mas elas continuavam apenas com direito ao voto. Só em 1946, afinal, e com a redemocratização, é que elas, as mulheres, passaram a ter, como os homens, o dever ao voto, e, mais recentemente, em 2009, a nossa legislação eleitoral criou a chamada “cota feminina” mínima e obrigatória para elas.

Vanessa Grazziotin, senadora pelo estado do Amazonas, considera a situação atual das mulheres “muito grave”. Segundo ela: “Somos mais de 50% da população e do eleitorado. Respondemos por 45% da produção deste país e pelo sustento de 1/3 das famílias. Mas todo esse protagonismo não reflete na nossa representação política. O problema tem sua raiz na discriminação que as brasileiras sempre sofreram em todo esse processo histórico. As desigualdades no mercado de trabalho, nas famílias e em outras esferas sociais ainda estão presentes.” 

Ela diz crer que vencer o preconceito é “um processo de longo prazo, para o qual os percentuais de recursos e de tempo de propaganda previstos, hoje, são claramente insuficientes.”

Saúdo, portanto, todas as mulheres brasileiras, e, em particular, as mulheres da minha cidade, neste dia tão importante para elas. E, daqui, exorto todas elas a continuarem a sua luta histórica.

Que esse dia seja de reflexão e de chamamento à luta de todas as mulheres. Que suas bandeiras sejam, sempre, por uma vida mais igualitária.

sexta-feira, 4 de março de 2016

PEDRO HUGO ( VOLUME I)

Pedro Hugo Maranhão Fernandes. “Amigo dos Amigos”, sempre me disseram! E eu, aqui, registraria, dentre tantos, dois: o meu cunhado Celso Benigno Silvestre Valença e José Luiz Fernandes Zoby. Amizades que vêm de longe... De crianças. De pré-adolescentes. De adolescentes... De toda uma vida. 

Com Pedro convivi muito pouco, ou quase nada. Até porque, ele, de outra geração, de outro ofício. Mas acompanhei, de longe, alguns passos de sua vida, de sua trajetória, do bom médico que foi e do político da época muito difícil da ditadura. 

Bom de bola, Pedro jogava no então bairro do Arraial da cidade e, dentre os “peladeiros”, havia Neném, com quem disputava a taça dos melhores da época. 

Sim, Neném. Ele que, como Pedro, mudaria de profissão para ser, mais tarde, famoso com sua sanfona: o nosso Mestre Dominguinhos. Que voltaria, mais tarde, depois de percorrer todo este país, ao seu “Aconchego”. 

Não me saem da cabeça os seus versos: 

“Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero
Um abraço para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade”

Pedro foi ser médico - e dos bons -, com residência em cirurgia e especializado em cirurgia infantil, tendo feito história na cidade como grande profissional que era. 

Deus chamou Pedro Hugo neste último 23 de fevereiro, pertinho de seu aniversário, já que colheria mais uma rosa no jardim de sua existência, em data de 28 de fevereiro, cinco dias, portanto, antes da festa que fariam, com certeza, por aqui, em sua homenagem, sua esposa, seus três irmãos, quatro filhos, dez netos e indizíveis amigos.

Pedro Hugo teve breve incursão política em Garanhuns. E, em época difícil, muito difícil à atividade, devido à ditadura, com seus Atos Institucionais e Complementares. E, com estes, seus “Pacotes”. Seus entulhos autoritários, que, reunidos em Decretos-Leis, recrudesciam mais ainda o regime, roubando a esperança de tantos que sonhavam com a volta da democracia ao país, que só viria ocorrer muitos anos depois, em 1985. Cassavam vocações. Matavam vocações. Impediam o surgimento de outras. Inibindo e afastando a juventude do exercício político, do exercício do espírito público. 

Foi nessa situação jurídica-eleitoral que o nosso personagem disputou as eleições de prefeito de Garanhuns, ganhando e não levando por não ter conseguido superar o somatório dos votos obtidos pelos candidatos do então PDS. 

Imagino que, por isso, Pedro Hugo desistiu de sua passageira incursão política. Mas, quem sabe? Acuado, desiludiu-se, decepcionou-se... 

Não era, no entanto, para lhe ter ocorrido isso. Até porque, penso, ele teria sido o grande vitorioso moral naquela eleição. Mas, certamente, sem vocação, tornou-se recluso da sua desilusão, da sua decepção... E tudo por conta dos entulhos, que somente seriam expurgados, definitivamente, da Legislação Eleitoral Brasileira, através da Emenda Constitucional 25, de maio de 1985, que passou a permitir coligações partidárias que suprimiu as famigeradas sublegendas, que extirpou do processo eleitoral o voto vinculado, aberração que obrigava o eleitor a votar, no mesmo partido, de vereador a governador, e vice versa. E o candidato - caso seu partido rejeitasse essa regra, a lutar contra a soma dos votos, de até três candidatos de um mesmo partido adversário. 

Penso, hoje, que Pedro Hugo não tinha vocação para esses embates, como certamente, tinham o saudoso Ulisses Guimarães, a nível nacional, e Humberto de Moraes, a nível local. Embates que são perversos, desiguais, difíceis, cruéis, duros... E que continuam sendo ainda em nossos dias. Que dirá naqueles anos de escuridão, quando esses embates aconteciam com regras, previamente estudadas, medidas, elaboradas, dentro dos gabinetes. Longe do Congresso fechado, de recesso forçado. E, sobretudo, humilhado... Tudo de roldão, sem a oitiva de quem quer que seja. Além deles mesmos que pensavam, igualmente. E tudo porque o poder não havia perdoado 1974, quando a maioria esmagadora da população brasileira disse, enfática e eloquentemente: “Basta! O perigo passou!” E numa eleição para renovação de 1/3 do Senado, 16 das 22 cadeiras foram preenchidas pelos que pregavam o “Basta!”. Eram 72,72%, portanto. Representada pela oposição. Pelo então MDB. “Queremos a democracia de volta”, diziam.

Tivesse Pedro Hugo perseverado, marchado em frente, penso que ele teria sido convocado, novamente, para outros embates. Quem sabe em 1988? Ou em 1992? Houve tantas eleições depois da sua. Depois de 1982. E de presságio em presságio - vencendo infortúnios, representados pelos casuísmos do dia, estamos construindo o futuro da pátria que queremos: democrática, igualitária, solidária, fraterna... Para todos. 


Descanse em paz, Pedro Hugo. Seu nome ficou na história política de Garanhuns. E como exemplo de dignidade. De lealdade. De coragem... A serviço de Garanhuns e de sua gente.