sábado, 29 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - NONA NOITE (VOLUME I)

Última noite do Palco Dominguinhos. Cheguei à Esplanada. Vejo-a cheia. Aos milhares. No palco, a garanhuense Andrea Amorim. Ela que me encantou outro dia no Festival  Dominguinhos, cantando forró. Não sabia que cantava. Sabia que cantava Rock, Bossa Nova. Forró, não! Ela, portanto, eclética, musicalmente. Gigante, no Palco. Com presença, nele, que poucos têm. Magnífica. Exuberante. Em seguida, Jr. Black, Spok Frevo Orquestra, Zé Ricardo com participação especial de Sandra de Sá e Fernanda Abreu.

“Vamos ao Palco do Forró assistir a ‘Banda Coruja e seus Tangarás’, que vão varar a madrugada?” - perguntaram-me. Disse-lhes: “Estão brincando! Depois do Som na Rural, Palco Cultura Popular, Palco Pop, Palco Instrumental. Agora, Palco Dominguinhos, vocês ainda querem ir ao Palco Forró?” Devolveram: “É que ainda há tempo para assistirmos a ‘Azulinho’ e a ‘Banda Coruja e seus Tangarás’.”

Esse é o Festival de Inverno de Garanhuns. Como tenho referido: imenso, denso... Não em vão o “Maior da América Latina”. Que precisa ser distendido para dar azo a que todos o conheçam em sua plenitude. Para que todos possam melhor presenciá-lo, aproveitá-lo, vivê-lo... E, daqui, partirem pensando em voltar em sua próxima edição.   

Não tenho o menor fiapo de dúvida sobre o que tenho referido, faz anos. Distender o Festival. Prestigiar o turista. Que quer uma distinção. E é tão pouco: um espaço, posto que opcional. Assim, pagando pelo uso dessa opção. Chegou a hora, portanto, de se procurar prolongar o FIG, para que seja mais bem presenciado, aproveitado, vivido... Sobretudo, por quem aporta à nossa cidade para assisti-lo. E desse público, Garanhuns e Pernambuco, muito precisam. 

Sendo assim, chegou a hora de se procurar distinguir aqueles que vêm de fora com um espaço a eles opcional. São turistas de Recife, João Pessoa, Natal e Fortaleza, pelo norte. São turistas de Maceió, Aracaju e Salvador, pelo sul. Diria de todo esse Norte e Nordeste brasileiros que, para as montanhas acorrem, na busca do frio garanhuense, e atraídos para assistirem, ao vivo, a shows de qualidade.

Como referido pela produtora Priscila Melo na “Plataforma FIG”, que veio para ajudar a azeitar a cadeia produtiva da música independente no Brasil: “São dezenas de artistas circulando durante dez dias na cidade, que nem sempre sabem encontrar o caminho mais rápido para sua música escoar da melhor forma no mercado. Queremos encurtar essas pontes.” 

Já referi nessas linhas sobre essas noites do FIG - Palco Dominguinhos. Mas, vale a pena repetir as palavras de Zé Ricardo, que é um dos curadores do Rock in Rio ao cabo da “Plataforma FIG”. Disse ele: “O FIG nos faz pensar e até repensar os nossos próprios projetos. Ou seja: essa iniciativa do FIG é fundamental para o futuro da música. Quem pensa em música de qualidade, quem pensa realmente em uma entrega para o público de conteúdo, não só de uma entrega superficial, precisa estar trocando, se atualizando e aprendendo com seus colegas de produção”. (grifamos)

Vamos, portanto, ficar atentos. O FIG - XXVIII Edição, desde já, começa a ser pensado. E, oxalá, acolhidas aquelas providências, que vêm ao encontro de sua melhora e de sua grandeza. E todos as queremos.    

O FIG, Edição XXVII foi sucesso. Já dizia em seu lançamento, em Recife: apesar dos tempos difíceis em que vivemos no Brasil, Pernambuco, com competência, fará, um grande Festival, senão o Festival de seus sonhos. Até em homenagem à sua história, em respeito às edições passadas do Festival de Inverno de Garanhuns. Hoje, consolidado, eterno como Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco. 

sexta-feira, 28 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - OITAVA NOITE (VOLUME I)


Hoje, sexta-feira (28), milhares aportam a Garanhuns para sentir o melhor clima do Brasil. Marcar presença no “Maior Festival Multicultural da América Latina”. Afinal, só temos hoje e amanhã. Alguns me perguntam: “Melhor clima do Brasil”? “Maior Festival Multicultural da América Latina?” Respondo a todos, invariavelmente, com outra pergunta. “Tudo bem! Vocês me perguntam. Eu respondo, também perguntando: se Garanhuns não tem o melhor clima do Brasil, que outra cidade de nosso país, tem? Se não somos o ‘Maior Festival Multicultural da América Latina’ em que cidade, daqui ou de alhures, se faz o maior?” Todos silenciam. Donde eu concluo que somos mesmo. E, quem nos conferiu esse título não fora o orgulho ou o amor garanhuense, não! Até porque não o poderiam um ou outro, por si só, conferir a Garanhuns essa reputação. Fora gente de fora. Gente que conhece de Festivais. De todo o país. Do ramo. E que vivem deles. E para eles. Fazendo deles seu ofício. Em seus dias a dia. 

Cabe-nos, portanto, enquanto garanhuenses, ficarmos orgulhosos desse título, que confere notoriedade à nossa cidade, e que eleva a nossa autoestima. Daí, porque devemos zelar por ele, porque nos cabe defendê-lo. 

Apontar deficiências? Sim! Sem problemas. Sugerir melhoras? Sim! Mas, claro, tudo na perspectiva de se aperfeiçoar o nosso FIG, a fim de que se mantenha como orgulho de Garanhuns, e se conserve como o maior produto cultural de Pernambuco. Para que aconteça, sempre. E melhor. E maior. Cada vez melhor. Cada vez maior. Inquebrantável. Eterno...

Será que esses que atiram contra o Festival de Inverno de Garanhuns - e deles me permito dissentir - souberam e estiveram presentes na “Plataforma FIG”? Que durante dois dos atuais dez dias do FIG, reuniu os maiores produtores nacionais de Festivais e discos com artistas para debater sobre o assunto que contou, inclusive, com a presença, dentre outros, de Melina Hickson, André Paulo, Gutie e Jarmeson Lima, na quarta-feira (26). Ainda de Fabrício Nobre, Paola Wescher, Márcio Caetano e Zé Ricardo, na quinta-feira (27), curador do Palco Sunset, do Festival Rock In Rio, e que, a propósito, ao cabo da “Plataforma FIG” declarou: “O FIG nos faz pensar e até repensar os nossos próprios projetos. Ou seja: essa iniciativa do FIG é fundamental para o futuro da música. Quem pensa em música de qualidade, quem pensa em realmente uma entrega para o público de conteúdo, não só de uma entrega superficial, precisa estar trocando, se atualizando e aprendendo com seus colegas de produção.” (grifamos)

Que realces caberiam sobre a sentença de Zé Ricardo, e de todos na “Plataforma do FIG”? Penso:

A1. Sem dúvida, a sua estada e de todos esses nomes da música em Garanhuns teria valorizado o nosso Festival; 

A2. As suas declarações foram muito importantes para Garanhuns e colocou o FIG nas páginas nacionais; 

A3. O respeito que tiveram ao que fazemos em termo de festivais em Pernambuco e, particularmente, em Garanhuns; 

A4. A relevância de suas palavras ao dizer que vai “pensar e até repensar os nossos próprios projetos.” (grifamos)

Muito forte o que fora referido e igualmente muito honroso para Pernambuco e para Garanhuns, não? Que ficam na certeza de que estamos no caminho certo.    

O nosso Festival de Inverno é imenso e denso... E a nós, confere um sentimento de que devemos ficar unidos para defendê-lo como um grande espetáculo. E, como tal, estamos a defendê-lo, por certo como um grande produto que alavanca nossa economia. Daí nessas linhas a minha insistência. Que não me é mais exclusiva. É de milhares de garanhuenses, de pernambucanos, de todos.

Com efeito: 

B1. Chegou a hora de se procurar alongar o FIG, para que seja melhor presenciado, aproveitado e vivido. Por todos que chegam a nossa cidade, nesse período. E desse público muito precisamos.

B2. Chegou a hora de se procurar prestigiar aqueles que vêm de fora com um espaço a eles reservado. 

A ideia, com a distensão do FIG, é ocupar seu palco principal somente nos finais de semana - sextas e sábados - com os artistas que, hoje, o FIG comprime nos dez dias. E, durante os dias das semanas - domingos às quintas-feiras - artistas locais e regionais. Tudo normal nos demais palcos, oficinas, filmes, peças teatrais... Aliás, já presentes no atual modelo. 

Com esse formato, manteríamos Garanhuns efervescente durante todo o mês de julho. Como em Gramado e Campos do Jordão, em seus Festivais de Inverno e em seus Natais. Como vem ocorrendo em nossa cidade, já na sua IV Edição - 52 dias, com 08 finais de semanas.   

Mas, nessa sexta-feira (28), oitava noite do Palco Dominguinhos, por ele passaram Kiara Ribeiro, Grupo Terra, Gerlane Lops, Mariene de Castro e Mart’nália. Nomes que encantaram a todos os presentes na Esplanada. E esta cheia. Cheiíssima! E vibrando com a noite que perseguia a madrugada e que, bem devagarinho, chegava, saudando a todos, com sua neblina e garoa, que só Garanhuns tem. E, muitos, ainda a comentar o que teriam visto no Palco Cultura Popular, desde as 12 horas; nos Palcos Pop e Instrumental, desde as 17 horas e nos palcos Mamulengos e Pontos de Cultura, além do Palco Erudito, desde as 16 horas, este na nossa Catedral. Mas já de olhar no Palco Forró, a partir das 23 horas. Tudo como prenúncio de final, que já apertava a garganta de muitos, deixando-os a dizer, uníssonos, posto que, baixinhos: “Ah! Eu quero mais!” Esse mais seguido da pergunta: “Por que acaba amanhã? Por quê?”

quinta-feira, 27 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - SÉTIMA NOITE (VOLUME I)

Ontem, vi gente (muita!) dizer que a saudade já lhe batia porque o FIG chegava ao seu final. Só temos essa sexta-feira e amanhã, sábado.

O Festival foi muito bom. Aliás, está sendo muito bom. Alguém poderia dizer: deve ser melhor. Mas claro! Sempre haverá alguém querendo mais. Mas todos querem a sua melhora e ele vai melhorar ao longo de suas edições. 

Na próxima Edição, a XXVIII. E assim por diante. E sempre. Todo ano.  Porque já é do calendário turístico de Pernambuco, sendo o seu melhor e maior produto cultural. “Mas e o carnaval de Recife e Olinda?” - alguém me pergunta. “O carnaval é outra conversa.” - respondo.  

O FIG tem outras características. Tem seus encantos próprios e exclusivos. Só dele. A começar pela cidade, palco de seus palcos - Garanhuns. Assim, tem o FIG, a sua condição de multicultural.  Inesgotável. Singular. Não existe nada igual em Pernambuco e, acredito, no Brasil. E, se existe alguma manifestação parecida, longe de se comparar.  O FIG, portanto, está consolidado. É nisso que temos de apostar. Ombreando-nos às autoridades que o promovem, com carinho e dedicação. 

Claro que esse ombrear não nos impede de colocarmos nossas sugestões, a guisa de contribuições, no sentido de desejarmos melhorá-lo e torná-lo mais forte. O que não se pode é fazê-lo arrefecer. Ou contribuir para esse estado, com colocações inoportunas, indevidas, injustas... Agora, que ele precisa melhorar, todos sabemos. Ser menos imperfeito. Porque perfeito, mesmo, jamais o será. Que nos demos as mãos, portanto.

Mas ontem, no Palco Dominguinhos, a Esplanada estava repleta. Milhares foram assistir de Mourinha do Forró a Chico César, este último, já começo de madrugada dessa sexta-feira, de Lucy Alves e tantos mais. Foram espetáculos maravilhosos, sobretudo os shows de Lucy e Chico. Arrasaram...  

Palco Dominguinhos à parte, ouvi de muitos a beleza que teria sido o “Programa Virtuosi”, apresentando “Compositores Russos”, com Kristina Miller, no piano, e “Tributo a Chopin”, com Victor Asuncion, no piano, nessa segunda-feira (24); “Grupo Instrumental Brasil” e “Duo Paula Bujes & Pedro Huff” nessa quinta feira (27), e a “Orquestra Jovem de Pernambuco”, nessa sexta-feira (28), com a participação de Edson Cordeiro, contra tenor e Rafael Garcia, regente. 

Verdadeiros espetáculos que encheram de alegria e felicidade àqueles que estiveram presentes na Catedral Diocesana de Garanhuns.  

Mas, antes, na sexta-feira (21), tivemos a “Orquestra de Câmara de Pernambuco”; no sábado (22), “Danilo Brito”; no domingo (23), a “Orquestra de Câmara de Pernambuco” com o “Coro de Câmara do Conservatório Pernambucano de Música”; na terça-feira (25), “Show em Casa com Luiz Eça” e na quarta-feira (26), Sá Grama.

Programação magnífica. Que glorifica o Festival de Inverno de
Garanhuns, e o coloca, com justiça, no patamar do “Maior Festival Multicultural da América Latina”. 

Mas, hoje, sexta-feira (28), voltaremos ao Palco Dominguinhos para conferir sua Sétima Noite. Que abre com Kiara Ribeiro e vai a Mart’nália, já madrugada de sábado, passando por Grupo Terra, Gerlane Lops e Mariene de Castro. Mas ainda tivemos e teremos nessa sexta-feira (28), o Palco Pop, arrasando; o Palco Som na Rural, encantando; o Palco Cultura Popular, maravilhando; o Palco do Forró, arrastando, e o Palco Mamulengos e Pontos de Cultura, alegrando.

Sem dúvida, será uma noite de esplendor em Garanhuns. Sim, sem nenhum fiapo de dúvida. E viva o imortal Festival de Inverno de Garanhuns!            

quarta-feira, 26 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - SEXTA NOITE (VOLUME I)

“Olhe eu aqui de novo!”, disse à galera ao chegar ao Palco principal do FIG - Dominguinhos. Vi muitos animados por conta de Belinha Lisboa, Arthur Espíndola, Lia Sophia e Pinduca e Fafá de Belém. Todos do Pará. Aí, Fafá diz com aquele vozeirão dela: “Sou do Pará e do Brasil!”. Mas é claro. De há muito. Muito mesmo. Penso até que de antes das “Diretas Já”. E, nestas, ela era a estrela. Quem sabe como ficavam Ulisses, Tancredo, Fernando, Marcus, André, Lula, Covas...? Enfim, todos, se Fafá era a maior. A que mais se destacava. Também, pudera... 

Mas o que é melhor para o FIG? Como melhorá-lo? Essa pergunta é recorrente em todo lugar. E, em particular, por razões óbvias, em Garanhuns.

O FIG terá que ser no que respeita ao Palco Dominguinhos, em quatro finais de semana com as atrações agendadas, hoje, para os dias a dia dos atuais dez dias. Agora, essas atrações têm que ser contratadas e anunciadas com antecedência, que não poderá ser de pelo menos 90 dias antes da abertura do Festival. 

Com isso, evitaríamos os desperdícios que têm ocorrido por esses dias. 

O FIG também precisa criar um espaço para o turista. Que é a sua maior cobrança, depois da distensão do Festival. 

De domingo à quinta, o FIG teria que prestigiar os artistas da nossa região, que são muitos e bons. 

Seria o modelo das Festas de São João de Caruaru e de Campina Grande. São festejos de 30 dias, mas com atrações de renome somente em finais de semana - 04. É também esse o modelo dos Festivais de Gramado e Campos do Jordão. Que fazem seus festivais com 30 dias de efervescências, mas só com quatro finais de semanas de apoteoses. 

Penso que seria esse o modelo adequado que se poderia adotar em Garanhuns, até para conferir outra roupagem ao Festival.
No mais, é de se manter os demais palcos - sete. As oficinas, o teatro, o cinema... Enfim, tudo agendado dentro dos 30 dias com quatro finais de semana dentro. 

O retorno econômico, inegavelmente, seria muito maior. E o FIG persegue esse objetivo. Por saber do impacto que tem na economia, com 52 de seus segmentos beneficiados - do flanelinha ao micro, pequeno e médio empresários. E também o grande. 
Mas, ontem, Fafá disse alto para que veio, fazendo um grande show. Indo ao encontro do público, fazendo-o cantar com ela. Despojada. Valente. Com sua voz espetacular. Então, quando cantou “Vermelho”, foi uma loucura. 

“Meu coração é vermelho/ Hei! Hei! Hei!/ De vermelho vive o coração/ He Ho! He Ho!/ Tudo é garantido/ Após a rosa vermelhar/ Tudo é garantido/ após o sol vermelhecer/ Vermelhou o curral/ A ideologia do folclore/ Avermelhou!/ Vermelhou a paixão/ O fogo de artifício/ Da Vitória vermelhou.” 

Noite inesquecível a de ontem. No mínimo, por Fafá pertinho do público que com ela, cantava.  Ela, exposta à chuva e ao frio de Garanhuns, com sua sombrinha na mão e com um vestido colorido que tinha tudo a ver com o XXVII Festival de Inverno de Garanhuns. Eterno. Consagrado. Inquebrantável.   

terça-feira, 25 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - QUINTA NOITE (VOLUME I)

“Como posso marcar presença no Festival de Inverno se não há um lugar seguro para eu ficar?” E mais: “Não há um espaço, em seu principal palco, em que eu possa estar bem acomodado com minha família.” E mais... Essas críticas me chegam, recorrentemente, por parte daqueles que aportam em Garanhuns por ocasião de seu Festival de Inverno. 

A mim me parece, contudo, questão de fácil solução. Com efeito, por que não se instalar no outro lado do palco um espaço destinado aos turistas? Que, evidentemente, pagariam por ele. Não ensejando, portanto, maiores custos ao FIG. E trazendo melhor retorno à cidade e ao estado? O retorno de podermos contar com uma maior presença de turistas, sobretudo se alongado para quatro finais de semana aquele palco. E o turista é o público que deve perseguir o Festival, a fim de termos o retorno econômico desejado. Insisto: o FIG tem que ter como foco o retorno econômico, já que é “O Maior Produto Cultural do Estado.”  


Mas a noite de ontem foi muito boa, com um bom público no Palco Dominguinhos. Por lá, passaram Lucas Santana, a Banda Eddie, Baiana System. Espetáculos maravilhosos que bem poderiam constar na agenda de um daqueles quatro finais de semanas propostos, acrescidos, para encerrar com um nome de peso.  

Mas, enquanto acontecia esse espetáculo nessa noite de terça-feira, tivemos também outros espetáculos nos diversos palcos, que encheram de entusiasmo a tantos e fortaleceu o clima do FIG na cidade. Assim, no Palco Cultura Popular. Que foi das 12 às 19 horas. No Palco Pop, das 17 às 20 horas. No Palco Som na Rural, a partir das 21 horas. No Palco Instrumental, das 17 às 20 horas; no Palco Forró das 22 às 24 horas. Este, inclusive, culminando com Assisão. São verdadeiros espetáculos que dizem alto do “Maior Festival Multicultural da América Latina”. E, ainda, o Palco Mamulengos e Pontos de Cultura, durante toda à tarde.             

segunda-feira, 24 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - QUARTA NOITE (VOLUME I)

Tenho falado: O FIG não se resume a um só palco. São vários. Para ser exato: oito. O Palco Dominguinhos, o Palco Cultura Popular, o Palco Pop, o Palco Instrumental, o Palco Mamulengos, o Palco Forró, o Palco Música na Catedral e o Palco Som na Rural. Além das oficinas que são maravilhosas, porque marcam, educam, capacitam. E elas são dez. Vi muitos desejosos de visitá-las. Mas, com que tempo? Afora outras ocorrências, no fundo, também palcos que conferem uma atmosfera alegre e festiva à cidade, atraindo quem realmente aprecia e gosta da cultura múltipla. Diversa... Daí o Festival de Inverno de Garanhuns ser considerado o “Maior Festival Multicultural da América Latina”. E esse título, claro, nenhuma cidade tem. Só Garanhuns! 

Isso deve, antes de tudo, orgulhar a nossa gente. E orgulha! E, mais: nesta XXVII Edição do FIG, a Prefeitura ainda banca o Palco Orquestrando, que tem sido muito procurado pelos turistas. Eles, fazendo uma verdadeira apoteose à parte, ao som de nossas orquestras. 

Agora, precisamos melhorar o FIG? Claro que sim! E eu estou muito à vontade para assim falar, até porque já o digo há muito tempo. E repito: vamos distender o Festival a ponto de que quem esteja lá fora, em Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza, Maceió, Aracajú, Salvador...  tenha condição de nele estar presente. 

Mas como distender o FIG? Fazendo-o em quatro finais de semana, com o mesmo número de artistas que, hoje, se comprimem no Palco Dominguinhos, em nove ou dez noites. E, aqui, diga-se, de domingo às quintas-feiras o Palco Dominguinhos daria lugar aos artistas locais e regionais. E no que respeita aos demais palcos, também se distenderia suas programações, a ponto de, todo dia, e durante os trinta dias, o clima do FIG esteja presente na cidade.    

A ideia é impactar mais e melhor a economia da cidade. E o FIG, em trinta dias, dentro deles quatro finais de semana, sem dúvida que atrairia muito mais turistas à cidade, porque estes teriam quatro opções de finais de semana para acorrerem a Garanhuns, a fim de prestigiar o Festival de Inverno. 

Bom para a cidade e para o FIG, que estaria livre do desperdício de apresentar atrações durante a semana no Palco Dominguinhos sem uma boa presença de turistas, que são os responsáveis pelo impacto econômico a que persegue o Festival. 

Mas nessa segunda-feira, quarta noite do Polo Dominguinhos, a Esplanada não contou com o público desejado. E aí não se queira culpar a programação, e só a ela. Na verdade, o exposto me parece que esclarece a razão. 

De Still Living a MPB4, passando por Herbert Lucena e Cantoria Agreste, vimos um palco bem servido. Inclusive, com MPB4 fazendo um grande show, que agradou e encantou a muitos. No que pese o pouco público presente.  

O desperdício estaria por aí. O que me faz, por derradeiro, dizer: vamos defender o nosso FIG. Reformatando-o. Sim! E também! Revigorando-o. Sim! E também! Fazendo-o, desse modo, até por sua condição de “Maior Produto Turístico de Pernambuco”, mais viril, atual e crescido. E este será, sempre, o seu foco. Encantando todo esse Norte e Nordeste brasileiros. E quem sabe, em breve, todo o país. 

domingo, 23 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - TERCEIRA NOITE (VOUME I)

Ninguém acima da Lei. Malfeitores, longe do povo, que não suporta mais malfeitos.” A gente elege para eles gerirem os tributos que pagamos (e estes são altos). E colocam suas mãos neles, em detrimento de sua correta aplicação. Só há um remédio: cadeia neles. Seja de que partido forem. Impiedosamente. Até porque eles teriam sido impiedosos com quem lhes outorgara confiança. Queremos, portanto, um Brasil justo. Fecho com Sérgio Mamberti. Fecho com quem prega justiça aos malfeitores da população. 
  

Mas, nesse domingo de Festival, saí para dar uma volta na cidade. Sentir o seu clima gostoso. Contemplar a sua beleza.  Conferir, ao lado de amigos, aquilo que os milhares de turistas estão achando de nossa cidade. De nosso Festival, através de seus palcos. Dos nossos serviços à sua disposição. Da real hospitalidade garanhuense... Eles que, espontânea e, satisfatoriamente, aportam em nossa cidade como para dizerem que, realmente, o Festival de Inverno de Garanhuns, já na sua XXVII Edição, é “O Maior Produto Cultural de Pernambuco”. 

Não seria exagero em dizer que não registrei nenhuma ou quase nenhuma reclamação relevante por parte de tantos com quem conversei. Afora algum

A ideia, sempre presente, é a de se estendê-lo, a fim de que possa ser mais bem aproveitado por seus apreciadores. Ensejando-os contemplar bem melhor todos os seus palcos - além do Palco Dominguinhos, o Palco Cultura Popular, o Palco Pop, o Palco Instrumental, o Palco Mamulengos, o Palco Forró, o Palco Música Erudita e o Palco Som na Rural. 

Mas, nesse domingo, a Esplanada estava cheia. De Cafuringa e Banda a Zeca Pagodinho, passando por Donas, Zé Brown, Ifá. Foi, mais uma vez, uma bela noite. Sem falar do encanto de todos com o pagode do Zeca.

sábado, 22 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - SEGUNDA NOITE (VOLUME I)

“De novo na Esplanada?”, perguntaram-me. “De novo? Já? Mais uma vez?”, arremataram. “Mas se são dez noites. Tenho que estar nas dez noites. É assim que venho fazendo desde os primeiros. Sim, desde 1991!”, respondo. E digo: “O FIG não se limita só a essas dez noites, não. Na verdade, são dez dias e dez noites. Essas noites que tanto valorizamos não são os únicos espetáculos do FIG, não. Como se fossem só elas. Mas não são só elas, não. Temos palcos por todos os lados. Inclusive à noite, além do Palco Dominguinhos, temos o Palco Cultura Popular, o Palco Pop, o Palco Instrumental, o Palco Mamulengos, o Palco Forró, o Palco Música Erudita e o Palco Som na Rural. 

Outro ano, numa dessas XXVII edições, disse a mim mesmo: “Vou estar presente em todos os palcos. Todos”! Quase que viajo para o além, e não consegui visitar nem a metade. Eu disse: “visitar”.

Por essa, e outras, o nosso FIG é multicultural. Todas as linguagens. Todas! E não tem essa de você comprar ingressos para poder se fazer presente, não. Tudo às nossas mãos. Tudo!      

Agora, eu pergunto: eu, você, enfim, todos nós... Nós podemos continuar assim? Vendo o FIG sendo mal aproveitado por milhares que vêm de longe para vê-lo em sua plenitude, mas que só veem parte dele? Ou muito menos que parte dele? Não seria isso um desperdício, sobretudo quando a ideia é mostrar a todos a grandeza do espetáculo? A razão de ele ser reconhecido como “O Maior Festival Multicultural da América Latina”? 

Penso que temos razões de sobra para defender um Festival em que nos seja possível, sem maiores esforços, nele estarmos presentes, sobretudo os turistas. Aproveitando-o bem e melhor. Por inteiro. Plenamente. Para isso, temos que distendê-lo. E já! Para ser o Festival que Pernambuco deseja e que Garanhuns quer. Afinal, não é ele um produto? “O Maior Produto Cultural de Pernambuco”?

Durante esses dias, irei dizer de nossas ideias para que nos seja possível, quem sabe no próximo, ou em outros ainda por vir, alcançarmos esse ideal. 

Mas ontem, no Palco Dominguinhos desfilaram Rogério e Os Cabras, Maciel Salu, Cantos Rurais, Adiel Luna e Mestre Bule-Bule, Alice Caymmi e Baby do Brasil.

Foram espetáculos que, se não agradaram a todo um público presente, agradaram a muitos. Quem sabe, a grande maioria! Agora, é preciso que não se perca de vista a condição de multicultural do Festival.     

Mágica e belíssima noite do FIG, tivemos, ontem. Com o frio se reencontrando, intenso e saudoso, com Garanhuns. E esta, sendo mais Garanhuns, pelo seu frio, pelo seu Festival. 


sexta-feira, 21 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - PRIMEIRA NOITE (VOLUME I)


Cheguei à Esplanada cedo. Estava querendo mesmo assistir ao primeiro show do FIG. “Primeiro não, Givaldo. Repare bem. O primeiro foi ontem. Não, aqui, na Esplanada. Mas, ali, pertinho, no Teatro”, corrigiram-me.  E não queira eu dizer que não assisti a verdadeiros shows, ontem. Até porque já disse que assisti. E gostei. 

Os espetáculos dessa primeira noite do Palco Dominguinhos começaram com Amanda Back, passando por Mundo Livre e o grande Geraldo Azevedo, com suas músicas bonitas, lindas, belas e maravilhosas. Músicas de letras consagradas, que encantam ainda hoje a todos. E que não envelhecem. Que são eternas. 

A criatividade e o talento de Geraldo Azevedo lhe confere o bastão de grande mestre da nossa MPB. É inquestionável. E gerações hão de passar dizendo o mesmo. 

Mas o grande espetáculo da noite estaria por conta do justo tributo que seria prestado ao genial compositor e cantor Belchior. Tendo desfilado nessa homenagem: Ângela Ro Ro, Lira, Cida Moreira, Renata Arruda e Gabi da Pele Preta. 

Um espetáculo à parte. A história musical de Belchior fluía e fluía. E o entusiasmo do público disse alto do quanto o grande cantor, letrista, compositor..., verdadeiro gênio da nossa Música Popular Brasileira, era querido. 


Noite maravilhosa a de ontem, que promete se repetir nesses dez dias do XXVII Festival de Inverno de Garanhuns, que mal começa e já se fala do próximo - o XXVIII.    


quinta-feira, 20 de julho de 2017

XXVII - TEATRO LUIZ SOUTO DOURADO - ABERTURA (VOLUME I)

Teatro Luiz Souto Dourado. Todo bonito. Todo prontinho. Todo em ordem à espera do grande dia. Que chegou para alegria de todos. Claro, para homenagear o grande e “Maior Produto Cultural de Pernambuco”, disse-me, um dia, alguém de muito prestígio da esfera cultural. Que continuamos dizendo anos e anos depois. E haveremos de continuar repetindo por muitos outros mais. 

Em seu palco, Izaías Régis, Marcelino Granja, Márcia Souto. Todos saudando essa abertura feliz. No próximo FIG, sim, em sua XXVIII Edição, venha a contar, também, com a presença de Nelson Mota, que aqui esteve em seu primeiro, sem imaginar, por certo, que estava presente a contemplar aquele que seria o “Maior Festival Multicultural da América Latina”. 

Foi linda a abertura da noite de ontem do nosso XXVII FIG. Vi muitos se emocionarem... Pelas palavras de todos - prefeito, secretário de cultura, e presidente da FUNDARPE. Palavras que diziam alto de suas profissões de fé no Festival. Palavras que apontavam para um Festival cada vez maior e melhor. Sempre viril, forte, renovado, ininterrupto e inquebrantável. 

Isadora Melo deu um show. Maurício Tizumba, Luiz Coimbra e Mona Gadelha foram sensacionais. 

Belíssima noite de abertura do XXVII Festival de Inverno de Garanhuns. Que muitos outros venham. Muitos! E que ele seja eterno. Por Garanhuns. Por Pernambuco. 

quarta-feira, 5 de julho de 2017

DEFESA DO FIG (VOLUME I)


De muito que defendo a sua grandeza. Desde o primeiro. Nelson Mota presente. Quem sabe a pressagiar: “primeiro e último”. E eu a imaginar que Nelson não sabia que estava a assistir ao nascer de um Festival: 

A1. Que seria o “Maior Espetáculo Multicultural da América Latina”. E foi. E é;

A2. Que seria o “Maior Produto Cultural de Pernambuco”. E foi. E é;

A3. Que seria reconhecido como “Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco”. E foi. E é;

A4. Que já, já, também será “Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil”.

Combatê-lo? Não! Defendê-lo? Sim! Inclusive, e, sobretudo, que nessa defesa se pugne pela revisão de seu formato. Que não pode ser mais o mesmo. Que se reveja o seu receptivo aos turistas. Que precisa melhorar. Porque estes atraem empregos. Porque estes fomentam rendas. E tudo para nossa gente. Do grande ao pequeno. Sim, do flanelinha ao empresário. Passando por tantos - 52 segmentos da nossa economia que são impactados. 

Os turistas não podem continuar mais sem um espaço a eles reservado e ofertado. Vejo isso em todos os festivais que conheci. E, dele, fiz uso. Sim, em Gramado e em Campos do Jordão. 

Enfim, temos que reinventar e reescrever o FIG. Mas sob a mesma inspiração. A mesma concepção. Que merece o respeito e o aplauso da gente, sobretudo, da gente garanhuense. Sim, porque o FIG é do estado. Mas os maiores beneficiados com sua existência são Garanhuns e Região. 

Por tudo isso, e muito mais, temos que defendê-lo. Temos que nos ombrear a todas as autoridades do estado e da cidade, oferecendo os nossos préstimos, nem que estes se resumam, apenas, a aplausos. E só a aplausos. Deste que encerrem reconhecer a importância do FIG.

Estou, no entanto, cansando de fazer a defesa do FIG. E o fiz como cidadão da cidade. Nunca como empresário da área. E fi-la durante muitos anos. Hoje, volta-me o mesmo entusiasmo e vigor daqueles tempos. E estou eu, aqui, de novo. Estimulado pelos amigos e amigas. 

Outro dia, um amigo chegou a me dizer que estou muito à frente de meu tempo. Disse-o que não. Que meu tempo é esse em que vivo e, nele, e dentro dele, quero dar minha contribuição à minha cidade. E acrescentei: menino ainda, já me preparava para defendê-la. E, desde menino, que o faço. Ou tento fazê-lo. E desse direito não abro mão. Exerço-o em sua plenitude. E quero continuar a exercê-lo. Nada contra ninguém. Nada contra nenhum governo. Mas, tudo por minha cidade. Pelas iniciativas que tiveram no passado, que deram certo, e continuam dando. E pelas inciativas que se articula para o futuro e que hão de dar certo.    

segunda-feira, 3 de julho de 2017

ASSIM É GARANHUNS (VOLUME I)

Uma vez disse a assessores de um político, daqui. Sim, daqui de Pernambuco: “Garanhuns é uma cidade que sabe ser grata.” 

A gratidão, para Garanhuns, é mais que um sentimento abstrato de sua gente. Vai além de um simples gesto. É uma ação efetiva. Materializada, através de respostas concretas. E, se possível, duradouras. 


Quando se estuda a história de Garanhuns e sua gente, nos deparamos com inúmeros exemplos dessa natureza, que dizem alto dessa qualidade da “Cidade das Flores”, a começar pelo exemplo que Garanhuns sempre conferiu à própria Simôa Gomes: “Terra de Simôa”. Talvez o cognome mais forte e expressivo que Garanhuns carrega. Duradouro. E eu diria eterno.

Esses gestos, ações, respostas... podem até tardar. Mas, ocorrem. Sempre ocorrem. Nunca deixam de ocorrer. É que Garanhuns e sua gente são cautelosas, reflexivas... Buscam a justiça. Esta, o mais possível, para essas homenagens. 

Com Dominguinhos, tudo aconteceu muito rápido. Mas tinha que sê-lo. Até por conta de sua presença entre nós de forma tão frequente e calorosa. Sobretudo em seus últimos anos. Como se estivesse a agradecer à sua cidade e sua gente por toda uma vida de glórias que vivera. Como se, na verdade, já estivesse se despedindo de todos nós. 

Com efeito, ainda em vida, inúmeras homenagens foram-lhe prestadas por seus conterrâneos. E, talvez, a mais significativa tenha sido a de ter recebido o Troféu “Anum de Ouro” em uma noite apoteótica e memorável do Inverno de 2008, em plena Esplanada. Ela, cheia. Que, mais tarde, teria seu nome. 

Com efeito, ao falecer, para Garanhuns veio seu corpo. E tinha que vir, até por conta do apelo que fazia pelo Brasil afora, em seu “De Volta Pro Meu Aconchego”. E veio!

Com efeito, a Esplanada, que muitos já chamavam de “Mestre Dominguinhos”, tinha que mudar de nome. E mudou! 

Com efeito, um Festival, que levasse o seu nome teria que ser criado, como o foi. E, por fim, a rodovia, por onde tanto trafegara, também acaba de levar seu nome. 

Mas, Garanhuns ainda não exaure essas homenagens ao Mestre Dominguinhos. 

Ela e sua gente querem mais. Muito mais! Querem dizer a quem quer que a escute que não deixarão de cantar Garanhuns como ele cantava. E o fará, para sempre: “No meu Garanhuns / O forró é bom demais / Todo mundo se sacode / Cada vez querendo mais / Névoa caindo /Ai, meu Deus, que coisa boa! / Suíça brasileira / É a Terra da garoa /Quando chega São João / É grande a emoção do povão / No Parque Ecológico Pau Pombo / Tem um relógio solar como atração / Foi lá que comecei junto com meus irmãos / Tocando na feira pra ganhar o pão / Tudo isso é motivo de recordações / Garanhuns, Garanhuns”.

Assim é Garanhuns. Garanhuns e sua gente.

sábado, 1 de julho de 2017

BALÃO (VOLUME I)

Aqui, em Recife, lendo e escrevendo. No meu deleite. Sem as interrupções que tenho a cada minuto na minha cidade. Coisas do trabalho, de quem se mete a ser empresário neste país. Para sofrer. E sofrer. Para suportar uma carga tributária que engorda preços. Que, por isso mesmo, inviabilizam vendas. E, no caso da hotelaria, que é uma mercadoria, absolutamente, perecível. Não vendeu hoje, não tem essa de poder vender amanhã ou depois, não. Porque a de ontem já pereceu, ontem mesmo. Só dura 24h. 

Já há algum tempo, o saldo perecível tem sido bem maior do que as vendas dos dias a dia. Há muito tempo. Antes, pela perda de destino de nossa cidade. Nesses últimos anos, além dessa perda, também por conta do que passa a economia do nosso país. Desde 2013 e, que parece não ter fim.

Realmente, tem sido difícil sobreviver num cenário como esse. Queda de poder aquisitivo. Desemprego. Aumento da descrença no país... 
 
Mas, enquanto amargo essa conjuntura, peço a Ronaldo para abraçar a todos desse maravilhoso Lions Clube Garanhuns Cidade das Flores; justificar minha ausência à Assembleia, e dizer de meu entusiasmo diante das ações exitosas dos queridos companheiros e amigos, ao longo de seu mandato, já que ele está a passar a presidência do Clube a outro companheiro e amigo, José Paulo.

Também respondo a amigos: “Estou novo. Novíssimo. Esse é o sentimento de agora, nessa quase tarde chuvosa, aqui, no Recife. A mudança de atmosfera é muito importante. E para mim tem sido excelente. Recarrega-me todo. Dos pés à cabeça. E esta fica muito grata. Porque pra lá vão todos os problemas dos dias a dia da gente. Querendo soluções, não raro, milagrosas”. 

E continuo: “Já pronto para uma nova jornada. Ou quase pronto. Parto de volta, amanhã, para a Terra da Garoa. A partir de segunda, tudo recomeça de novo. E reinicia-se nosso dia a dia. Voltaremos às nossas tarefas.”  

De repente, o celular toca, e tira-me do deleite. Diz-se do outro lado da linha: “Balão faleceu”. Fiquei incrédulo e atônito. A imagem de Balão me veio logo à mente. Também, o seu olhar que inspirava confiança e crédito. Era uma satisfação, na verdadeira acepção da palavra, conversar com ele. Conversa séria, objetiva e honesta. Tinha grande simpatia por Balão, o querido Marcelo. Sempre que passava por perto de sua loja, ia lá dar um “Olá!” pra ele, e saber como iam os negócios, ao que me respondia: “Ah! Sofríveis, Givaldo!”. Essa a resposta configura-se, não só dele, mas da grande maioria dos comerciantes da cidade.

Que Deus o tenha, Marcelo. Estou a armazenar no meu imo a sua imagem e suas palavras. Elas ficarão, para sempre, nas gavetas de minha memória. Mas quero, ainda, dizer: “Garanhuns perdeu um grande filho, que vivia a sua vida, em paz, e cônscio de seus deveres para com seus irmãos”.   

URGE REAGIR (VOLUME I)

Um amigo meu entra na linha. “Estou preocupado, Givaldo. O que vamos fazer? Temos que juntar a população. Irmos às ruas. Exigir a queda desse governo que não tem condições de dirigir o nosso país. Se, antes, faltava a esse governo credibilidade, hoje, falta-lhe, também, sustentação política e popular.”


Já escrevi sobre o assunto. Temo, contudo, pelo espírito pouco combativo da nação brasileira.

Foi assim no passado. E continua assim, no presente. Quer-se tudo pronto e acabado. Prontinho e acabadinho.

Isso vem desde Dom João VI. Com o seu retorno a Portugal em 1821. Nenhuma ou, quase nenhuma manifestação em contrário, apesar de, com ele, partirem muito de nossas reservas. 

Isso vem desde a abdicação de Dom Pedro I, em 1831, em favor de seu filho, ainda criança. Nenhuma manifestação em contrário. Isso vem, ainda, desde o golpe a Dom Pedro II, e seu humilhante exílio na Europa. Nenhuma disposição ao contra ataque a alguns que lhe impuseram o exílio. Para ficar só nesses exemplos do Brasil Colônia e do Brasil Império.


E veja que a população adorava essas lideranças. Mas a indiferença, por parte da população, presidiu esses episódios.

Por isso escrevi “Temor e Insegurança”. E debitei essa falta de coragem da nossa gente; essa falta de presença da nossa gente... à conta de nossa passividade.

Mas a ideia de irmos às ruas é boa, disse ao amigo. E acrescentei: “Vamos propagar!” 

Sem a nossa mobilização, penso difícil o expurgo dessa gente que
nos considera incapazes de entender o que fizeram com o nosso país.
O nosso dirigente, na lúcida  e lapidar análise de Dora Kramer, “Se agarra a um poder esgarçado, tentando vender ilusões com pronunciamentos eivados ora de imprecisões, ora de mentiras”. No público, zomba, no mínimo, da percepção e da inteligência da nação, quando fala da sua “tranquilidade” diante de tudo que acontece quando, na verdade, no particular, vive um verdadeiro inferno astral, tramando saídas para se manter no poder a custa do sangramento da nação brasileira, cuja paciência e passividade se exaurem. Não sabe ele que é tudo de que o Brasil não precisa. Ou seja: de um presidente denunciado, com provas incontestáveis, no comando da nação.

Fernando Henrique Cardoso, em palestra recente, disse que “quando Getúlio Vargas era presidente, em um tempo em que os militares estavam muito assanhados, existia a chamada ‘República do Galeão’, formada pelo pessoal da Aeronáutica que fazia inquéritos militares. Um dia, chamaram o irmão do Getúlio, Benjamim Vargas. Pouco depois, Getúlio se matou porque descobriu que o irmão estava metido em confusões junto com o chefe de sua guarda pessoal. Era grave. Não estou dizendo que o Temer se mate, claro, prefiro outra coisa”.

O que FHC quis dizer com esse seu “prefiro outra coisa”? Simples. Que Temer renuncie. E que assuma quem a Constituição assegure. Que haja, eleição indireta como fixado na própria Constituição. E que esse nome conte com a confiança de todos e habilidade para unir a nação. E, para isso, um dos pré-requisitos é que ele seja um nome sem preconceito partidário, que possa sentar à mesa e conversar com todos os partidos. Todos! E, sobretudo, que inspire confiança à execução do calendário eleitoral. Com eleição que acontecerá, amanhã, já no próximo ano.
Simples. Muito simples! Para o bem da nação brasileira.

Para o mal, seria deixar a nação sangrando até 2018, e o ódio imperando nos corações dos brasileiros. Uns contra os outros. Para o mal, seria deixar a nação exposta à vergonha de ter um presidente andando pelo mundo, sem que este queira vê-lo, nem ouvi-lo. Para o mal, seria deixar Temer na presidência e a nação vendo o mundo correr do Brasil como o diabo foge da cruz.

O exemplo que Temer deveria dar ao país teria que parecer com o exemplo de Vargas. Ao saber que seu irmão teria participado de malfeitos... Bem! Todos sabem.

A Temer, nem a nenhum outro humano se deseja a morte. Deseja-se que renuncie. Quer-se sua renúncia. Para que o país possa se reencontrar. O que não se quer é um presidente denunciado, com tantas provas, na chefia a nação, matando de vergonha a todos nós.