sábado, 1 de julho de 2017

BALÃO (VOLUME I)

Aqui, em Recife, lendo e escrevendo. No meu deleite. Sem as interrupções que tenho a cada minuto na minha cidade. Coisas do trabalho, de quem se mete a ser empresário neste país. Para sofrer. E sofrer. Para suportar uma carga tributária que engorda preços. Que, por isso mesmo, inviabilizam vendas. E, no caso da hotelaria, que é uma mercadoria, absolutamente, perecível. Não vendeu hoje, não tem essa de poder vender amanhã ou depois, não. Porque a de ontem já pereceu, ontem mesmo. Só dura 24h. 

Já há algum tempo, o saldo perecível tem sido bem maior do que as vendas dos dias a dia. Há muito tempo. Antes, pela perda de destino de nossa cidade. Nesses últimos anos, além dessa perda, também por conta do que passa a economia do nosso país. Desde 2013 e, que parece não ter fim.

Realmente, tem sido difícil sobreviver num cenário como esse. Queda de poder aquisitivo. Desemprego. Aumento da descrença no país... 
 
Mas, enquanto amargo essa conjuntura, peço a Ronaldo para abraçar a todos desse maravilhoso Lions Clube Garanhuns Cidade das Flores; justificar minha ausência à Assembleia, e dizer de meu entusiasmo diante das ações exitosas dos queridos companheiros e amigos, ao longo de seu mandato, já que ele está a passar a presidência do Clube a outro companheiro e amigo, José Paulo.

Também respondo a amigos: “Estou novo. Novíssimo. Esse é o sentimento de agora, nessa quase tarde chuvosa, aqui, no Recife. A mudança de atmosfera é muito importante. E para mim tem sido excelente. Recarrega-me todo. Dos pés à cabeça. E esta fica muito grata. Porque pra lá vão todos os problemas dos dias a dia da gente. Querendo soluções, não raro, milagrosas”. 

E continuo: “Já pronto para uma nova jornada. Ou quase pronto. Parto de volta, amanhã, para a Terra da Garoa. A partir de segunda, tudo recomeça de novo. E reinicia-se nosso dia a dia. Voltaremos às nossas tarefas.”  

De repente, o celular toca, e tira-me do deleite. Diz-se do outro lado da linha: “Balão faleceu”. Fiquei incrédulo e atônito. A imagem de Balão me veio logo à mente. Também, o seu olhar que inspirava confiança e crédito. Era uma satisfação, na verdadeira acepção da palavra, conversar com ele. Conversa séria, objetiva e honesta. Tinha grande simpatia por Balão, o querido Marcelo. Sempre que passava por perto de sua loja, ia lá dar um “Olá!” pra ele, e saber como iam os negócios, ao que me respondia: “Ah! Sofríveis, Givaldo!”. Essa a resposta configura-se, não só dele, mas da grande maioria dos comerciantes da cidade.

Que Deus o tenha, Marcelo. Estou a armazenar no meu imo a sua imagem e suas palavras. Elas ficarão, para sempre, nas gavetas de minha memória. Mas quero, ainda, dizer: “Garanhuns perdeu um grande filho, que vivia a sua vida, em paz, e cônscio de seus deveres para com seus irmãos”.   

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