sábado, 29 de julho de 2017

POLO DOMINGUINHOS - NONA NOITE (VOLUME I)

Última noite do Palco Dominguinhos. Cheguei à Esplanada. Vejo-a cheia. Aos milhares. No palco, a garanhuense Andrea Amorim. Ela que me encantou outro dia no Festival  Dominguinhos, cantando forró. Não sabia que cantava. Sabia que cantava Rock, Bossa Nova. Forró, não! Ela, portanto, eclética, musicalmente. Gigante, no Palco. Com presença, nele, que poucos têm. Magnífica. Exuberante. Em seguida, Jr. Black, Spok Frevo Orquestra, Zé Ricardo com participação especial de Sandra de Sá e Fernanda Abreu.

“Vamos ao Palco do Forró assistir a ‘Banda Coruja e seus Tangarás’, que vão varar a madrugada?” - perguntaram-me. Disse-lhes: “Estão brincando! Depois do Som na Rural, Palco Cultura Popular, Palco Pop, Palco Instrumental. Agora, Palco Dominguinhos, vocês ainda querem ir ao Palco Forró?” Devolveram: “É que ainda há tempo para assistirmos a ‘Azulinho’ e a ‘Banda Coruja e seus Tangarás’.”

Esse é o Festival de Inverno de Garanhuns. Como tenho referido: imenso, denso... Não em vão o “Maior da América Latina”. Que precisa ser distendido para dar azo a que todos o conheçam em sua plenitude. Para que todos possam melhor presenciá-lo, aproveitá-lo, vivê-lo... E, daqui, partirem pensando em voltar em sua próxima edição.   

Não tenho o menor fiapo de dúvida sobre o que tenho referido, faz anos. Distender o Festival. Prestigiar o turista. Que quer uma distinção. E é tão pouco: um espaço, posto que opcional. Assim, pagando pelo uso dessa opção. Chegou a hora, portanto, de se procurar prolongar o FIG, para que seja mais bem presenciado, aproveitado, vivido... Sobretudo, por quem aporta à nossa cidade para assisti-lo. E desse público, Garanhuns e Pernambuco, muito precisam. 

Sendo assim, chegou a hora de se procurar distinguir aqueles que vêm de fora com um espaço a eles opcional. São turistas de Recife, João Pessoa, Natal e Fortaleza, pelo norte. São turistas de Maceió, Aracaju e Salvador, pelo sul. Diria de todo esse Norte e Nordeste brasileiros que, para as montanhas acorrem, na busca do frio garanhuense, e atraídos para assistirem, ao vivo, a shows de qualidade.

Como referido pela produtora Priscila Melo na “Plataforma FIG”, que veio para ajudar a azeitar a cadeia produtiva da música independente no Brasil: “São dezenas de artistas circulando durante dez dias na cidade, que nem sempre sabem encontrar o caminho mais rápido para sua música escoar da melhor forma no mercado. Queremos encurtar essas pontes.” 

Já referi nessas linhas sobre essas noites do FIG - Palco Dominguinhos. Mas, vale a pena repetir as palavras de Zé Ricardo, que é um dos curadores do Rock in Rio ao cabo da “Plataforma FIG”. Disse ele: “O FIG nos faz pensar e até repensar os nossos próprios projetos. Ou seja: essa iniciativa do FIG é fundamental para o futuro da música. Quem pensa em música de qualidade, quem pensa realmente em uma entrega para o público de conteúdo, não só de uma entrega superficial, precisa estar trocando, se atualizando e aprendendo com seus colegas de produção”. (grifamos)

Vamos, portanto, ficar atentos. O FIG - XXVIII Edição, desde já, começa a ser pensado. E, oxalá, acolhidas aquelas providências, que vêm ao encontro de sua melhora e de sua grandeza. E todos as queremos.    

O FIG, Edição XXVII foi sucesso. Já dizia em seu lançamento, em Recife: apesar dos tempos difíceis em que vivemos no Brasil, Pernambuco, com competência, fará, um grande Festival, senão o Festival de seus sonhos. Até em homenagem à sua história, em respeito às edições passadas do Festival de Inverno de Garanhuns. Hoje, consolidado, eterno como Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco. 

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