quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A ESTAÇÃO E O RELÓGIO (28.09.2017) (VOLUME II)

Wagner Marques me lembrava por esses dias que nesse 28 de setembro, o nosso Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti, antiga Estação do Trem de Garanhuns, estará completando 130 anos.  


Disse que não tenho como esquecer essa data. Primeiro, porque falo muito daquele dia. Em particular da presença do príncipe, o Conde d'Eu, esposo da princesa Isabel, então regente, aqui, na “Cidade de Simôa”. Segundo, por conta do relógio que a Coroa encaminhara à Garanhuns para equipar e adornar a Estação, inaugurada há exatos 130 anos atrás. E, por derradeiro, porque aquele monumento abrigou a Secretaria de Cultura da Cidade ao tempo da minha gestão, enquanto titular da pasta. 

Disse ainda, diante do que me colocara que suas palavras eram oportunas e atuais, e que me remetiam ao tempo em que fui Secretário de Cultura da Cidade. 

Na época, depois de muitas gestões junto ao Ministério da Cultura, consegui trazer para Garanhuns uma equipe técnica daquele Ministério que, depois de toda uma semana de trabalho, apresentou seu diagnóstico sobre a antiga Estação, indicando e propondo melhoras às suas instalações. 

Esse diagnóstico, peça importante àquele monumento, passei às mãos do gestor da cidade, e ainda hoje, tenho cópia desse documento. 

Outro dia, faz poucos, conversei com Cláudio Gonçalves sobre o assunto, e a ele falei sobre o relógio da Estação que encontrei abandonado em depósito da prefeitura. Disse que deixei aquele relógio novinho em folha no Centro. Quem sabe? Até no mesmo local que o recebera há tantos anos. Mas que não o via mais.


Hoje, conversamos, novamente. Agora, já no Centro. Lembrei-o que o Relógio fora um presente da Princesa Isabel, então regente, como de seu conhecer, e entregue à Garanhuns pelo Conde d'Eu, seu esposo, hoje, há exatos, 130 anos.

Mas, ainda hoje, Cláudio me traz uma grande notícia, pouco antes de sua grande palestra. O Relógio foi encontrado e voltará à Estação. Digo: ao Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti de onde nunca devia ter saído. Fiquei feliz, e disse a Cláudio: nesse dia, faço questão de estar presente.

Radiante, saí do Centro para cumprir mais dois compromissos na cidade. Radiante pela notícia de Cláudio quanto ao Relógio e pela palestra que dera em um teatro tomado de jovens. 

sábado, 23 de setembro de 2017

A MAGIA DO NATAL DE GARANHUNS (23.09.2017) (VOLUME II)

Um amigo, hoje pela manhã, se saiu com essa: “Que história é essa, Givaldo, de ‘A Magia do Natal de Garanhuns’?”. 

Estava sentado, mas quase caí da cadeira. Disfarcei, no entanto, e fiz de conta que não tivesse ouvido. “Como?”, perguntei. A alma parte e repete: “Que história é essa, Givaldo, de ‘A Magia do Natal’?”. E insistia: “Magia? Por que magia?” 

“Mas me diga: você é contra magia? Porque, para mim, magia é encanto. Magia é fascinação. Magia é magnetismo, Magia é... Positivamente, para mim, são essas as reais sensações a que me remete a palavra magia. Agora, se a palavra ‘magia’ remete o amigo a outras sensações, aí, amigo, estou fora, longe, distante... Magia negra, magia branca, magia imitativa, magia...” 

Ora, por que o nosso Natal não pode receber esse cognome? A nossa cidade já o recebe - “Cidade Mágica de Garanhuns” e tantos e tantos outros cognomes.  Que quiseram e querem subtrair-lhe... Mas que não conseguiram. Não conseguem. Nem conseguirão. Pela fortaleza do nome da cidade. E pelo charme que ela encerra. E todos esses cognomes honram a nossa cidade. A sua gente. E é azo de muito orgulho de seus filhos. 

Muito bonito, portanto, será o nosso Natal. Que vem do tamanho de que precisávamos. E com um cognome inspirador: “A Magia do Natal” - de 10.11 a 31.12.17 - 52 dias de intensa magia, e com uma agenda digna de Garanhuns. Agenda para sua gente. Agenda para aqueles milhares que haverão de aportar na nossa cidade. E propagarem, depois, do que aqui viram - a beleza e o encanto do nosso Natal. 

Ontem à noite, ocorreu o lançamento de seu “Conceito”. Teatro Luiz Souto Dourado, lotado, revivendo os grandes dias da centenária Estação, hoje, Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti. 

Garanhuns se encantou. Fascinou-se. Magnetizou-se. Agora, através de sua gente, vai encantar. Fascinar e magnetizar seus milhares de visitantes. Que tomarão as suas ruas e avenidas, para daqui saírem dizendo que não somos apenas a cidade do melhor clima do Brasil, mas que também somos a cidade que melhor se prepara para saudar a chegada do menino Jesus. 

Entendeu agora, amigo? É disso de que precisamos em Garanhuns. Amor por esse torrão. E o amor não se constrói com o mal. Com ilações menores... Que só apedrejam nossos corações, produzindo cizânias entre os homens. O amor se constrói com o bem. Com altivezes maiores... Que só afagam nossos corações, produzindo compreensão entre os homens. É disso, amigo, de que precisamos em nossa cidade. 

domingo, 10 de setembro de 2017

LAVA JATO (10.09.2017) (VOLUME II)

Mais uma vez, sou provocado por alguns amigos. “Por que se rouba tanto em nosso país, Givaldo?”, perguntam-me. 

“De fato” - digo. “Parece que se perdera o controle. Quando a ‘Lava Jato’ começou, a gente pensava que os assaltos ao erário público eram do PT. E só dele. Todavia, na medida em que as investigações avançavam, começaram a verificar que o buraco era muito mais fundo. Então, agora, parece que não se salva mais ninguém. Que não se pode excluir nenhum partido dessa roubalheira. Todos roubaram! Todos! Como nunca se roubou nesse país. E de forma escandalosa. E também impiedosa, por terem tirado de tantos que precisavam do serviço do Estado. Positivamente, tiraram dos que mais precisam para eles que de nada precisam. Assaltaram a população. Dela se subtraiu o que lhe era devido. Foram quadrilhas e quadrilhas que, ainda hoje, se multiplicam às dezenas. 

Será que tudo que acontece tem a ver com a nossa descendência? Já refleti sobre o assunto em conversas de grupos. Sem, contudo, se chegar a nenhuma conclusão. O assunto espanta alguns. Mas, sobretudo, coloca muitos no foco da discussão.  


Agora quem faz coro é a própria superprodução cinematográfica: “Lava Jato”. Que já estreou nos cinemas por esses dias. Casas cheias! 

A solução só com uma revolução de valores em que roubo ao erário público deve ser tratado como crime hediondo.  

Vamos pra ruas?

Falar. E falar. Não resolve nada. Agir. E agir. Pode resolver. Mas essa posição urge.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

BRAVA GENTE (07.09.2017) (VOLUME II)

Hoje, Dia da Pátria. Doente, embora, acometido que estou de uma forte gripe, que trouxera de São Paulo, tinha tudo para ficar de repouso na minha alcova na busca de me recuperar. Disse, todavia, a mim mesmo: “Ah! Não! Não mesmo. Voltei, ontem, a caminhar. Não vou parar hoje por conta de uma gripezinha, não. Mas não vou mesmo!”

Como ainda é cedo, faço minha caminhada, tomo meu café da manhã no Palace, troco-me, de volta à casa, e vou ao desfile na avenida, até porque gostaria de assistir a esse retorno do Lions aos nossos desfiles cívicos. 

Com esse gesto estarei, posto que sem minha presença nas fileiras, ombreando-me aos Companheiros e Companheiras que, faz anos, deles não participam - cuido por mais de 30. 

Açodado, pulo da cama. Expulso a indisposição. Envergo roupas apropriadas, e corro à garagem para pegar o carro. Tudo conforme planejado.  E o que vi? O mundo fechado pela garoa e pela chuva forte que desabava em Garanhuns. Que pareciam se despedir da cidade do frio e da garoa. “Ainda inverno?” - perguntei aos meus botões. Não! Não! O inverno acabou. Já é primavera. Vivemos setembro. 

Disse-me: “Assim fica difícil meu programa. Inexequível!” Mas não volto mais à alcova. Parto, então, para meu café da manhã, já que temerário a gripados fazer caminhadas debaixo de chuva. Depois, vou me comprazer com o desfile. Na certeza de que todos, sobretudo do Lions, também hão de estar na avenida, se comprazendo neste dia tão sagrado à nação brasileira.   

Pensei no dia de hoje, eu, mais sério: Sete de setembro. Dia da Pátria. À minha memória, três nomes que reverenciamos: José Bonifácio, Dona Leopoldina e Dom Pedro. 

O primeiro, considerado o “Patriarca da Independência”, teve papel fundamental no desfecho da nossa independência, ocorrida no dia 07 de setembro de 1822. Quem sabe? Sem ele, o Brasil provavelmente não existiria. Uno. Gigante. Como hoje o conhecemos. Quem sabe, sem ele, certamente, esse território que tanto nos orgulha, teria sido objeto de divisões, fatiamentos, fragmentações... 

De mais a mais, foi José Bonifácio quem deu força à Princesa Dona Leopoldina. Que, com essa, encorajou Dom Pedro para aquele grande dia. 

Perdi a caminhada no parque; perdi a marcha com os Companheiros e Companheiras do Lions. Mas, no que pese, estive na avenida, guarda-chuva na mão, a cumprimentar tantos e tantas, que lá estavam para saudar o grande dia da nação brasileira.

Como faço há anos, não perdi, hoje, esse dia na minha cidade, posto que adoentado. Tive força para lá estar. Tive entusiasmo para cantarolar os versos de Evaristo da Veiga, com música de Dom Pedro. Ele, já coroado Imperador do Brasil, com o título de Dom Pedro I. 

“Ou deixar a pátria livre 
Ou morrer pelo Brasil”

Que cantarolo desde criança. E, neste ano, temeroso que os inimigos da pátria nos levem ao silêncio. Porque eles têm pavor da Pátria Brasil. Muito mais dela livre e discernindo. E de morrer por ela, jamais. Jamais!  
“Lá atrás, ainda menino, cantarolava - para mim já uma façanha - ‘Brava Gente’, sob o olhar sério e austero do meu melhor Mestre, Pe. Adelmar da Mota Valença”, disse, hoje, com todo respeito e reverência, ao Pe. José Emerson. E o fiz com grande emoção. 

Bela manhã essa de hoje na minha cidade. Manhã dedicada à Pátria. E a abraçar os amigos e as amigas na avenida. Por tudo. E por todos e por todas.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

GOSTO DE SAMPA - BOM DIA I (04.09.2017) (VOLUME II)

Dia marcado para nosso regresso ao Recife, com decolagem prevista às 15 horas. Dia, portanto, de refazer as malas e começar a pensar na realidade que nos espera, em horas. 

Só com esta manhã de segunda-feira, manhã, inclusive que, já, já, se exaure, dando lugar ao começo de tarde, nada mais a fazer em São Paulo, além de ultimar nossa saída do hotel, e partirmos.

Viajar é sempre bom. Muito bom! Também penso assim, como a grande maioria dos amigos e amigas com quem converso. Na minha atividade profissional, todavia, viajar tem sido cada vez mais difícil, até pela minha natureza de querer estar vendo e estar à frente de tudo nos meus dias a dia. E eu teria inúmeras razões de estar sempre viajando, a começar porque tenho duas filhas e três netinhos que adoro. Além, claro, de dois genros que vivem longe, lá, na América do Norte. Ainda bem que Emília supre com suas constantes presenças as minhas ausências. 

Recolho-me um pouco. “Ficou triste, vovô? Quer ficar mais um pouco?”, perguntou-me meu netinho. “Não, Gui. Vovô não pode. Nós não podemos. Você, porque perde aula desde quinta-feira; vovô, porque tem tarefa a cumprir em Garanhuns e sua avó, porque está morrendo de saudade de casa. Afinal, faz um mês que ela está fora, viajando com suas tias”, respondi-o. “E esses papéis, vovô?”, pergunta-me. “São minhas anotações, Gui.” E aqui eu vejo José Lins do Rego dizer que “Viajar é muito bom, mas não viajar não é morrer.” Uma vez, Oliveira Lima, que era homem de muitas viagens, dizia que se fôssemos tomar o valor dos homens pelas viagens, teríamos que chegar à conclusão de considerar os grumetes como homens finos, e um Sócrates, que nunca saiu de sua cidade, um botocudo. “Vou explicar, Gui. Você ainda não tem obrigação de saber o que são ‘grumetes’ nem ‘botocudos’. ‘Grumete’ seria o que se poderia chamar de ‘marinheiro de primeira viagem’. Já ‘botocudo’ seria o que se poderia chamar de um ‘sujeito pouco civilizado’.”

“Mas vovô viaja muito. Estivemos, não faz um ano, em Brasília. Depois, passamos uma semana no Rio. Estivemos aqui em São Paulo, meses atrás. Estamos aqui de novo.” No que eu disse: “Certo, Gui. Certo! Mas vá dizer isso a sua avó.” 

“Agora, de uma coisa estou certo, Gui: pelo menos no que diz respeito a viajar, ganho de Sócrates. Entendeu Gui?”. “Mas claro vovô!”, disse-me. “Agora deixa eu te contar: nessa história de viagens, quem estava certo mesmo era Montaigne quando dizia em seus Ensaios que ‘Viajar é um exercício proveitoso. Nela, a alma se exercita.’ E a minha sinto que tem se exercitado muito bem. Sobretudo por sua companhia.” Ele, de pronto: “Agora o Senhor pegou pesado, vô!” 

domingo, 3 de setembro de 2017

GOSTO DE SAMPA - BOA TARDE I (03.09.2017) (VOLUME II)

Saímos do Museu Catavento e fomos direto ao Shopping Morumbi, um dos maiores de São Paulo. Gui ainda empolgado com o que vira, apesar do pouco tempo disponível para percorrer suas quatro seções - Universo, Vida, Engenho e Sociedade. 

Sobretudo, em restaurantes e lojas de finas grifes - 483. Por lá almoçamos, e ficamos o resto da tarde, já sentindo saudade de São Paulo, uma vez que no dia seguinte estaremos voltando à realidade dos nossos dias a dia.  

No Shopping Morumbi, fomos à exaustão. Percorremos muitas de suas lojas. Todas? Nem pensar. Afinal, quase cinco centenas. E o Morumbi com aspecto de Shopping de alguns anos, posto que com mais de 35, já que inaugurado em 1982. E mantendo um fiel público de cerca de 10 milhões de pessoas/ano. 

Em nossas prosas, procurávamos saber de seus avanços ou recuos em relação ao ano passado. Mania de empresário, que carrega consigo sempre essa curiosidade: estar querendo saber como vai a Economia. Enfim, como ela vem se comportando, sobretudo em nossos dias. 

GOSTO DE SAMPA - BOM DIA I (03.09.2017) (VOLUME II)

Acordamos tarde. Emília a dizer que eu ia perder o café da manhã. “Já, já o Restaurante fecha para organizar o almoço”, disse ela. Pulei da cama e, açodado, corri ao “150” com Emília e Gui. 

“Vocês vão ao bis”? “Mas claro!”, aquiesceram em uníssono.  “Melhor que esse, só no Palace de Garanhuns, porque no Palace de Copacabana dizem que está deixando a desejar, sobretudo depois que demitiram mais de 100 por conta do momento difícil porque passa nossa Economia”, disse eu, brincando. 

No “150”, tomamos nosso café da manhã. Devagar. Devagarinho.  Sem sobressaltos. Aliás, como raramente o fazemos em casa por conta de nossos afazeres. Sem agenda a cumprir, ato contínuo. Afinal, estávamos em férias. Mesmo que curtas.

Voltamos à Unidade e nos preparamos para cumprir o programa daquela manhã, início de tarde. Na agenda: “Museu Catavento”. Ele, cultural e educacional. No Parque Dom Pedro II. Fantástico! Hoje, o Museu mais visitado do Brasil. Nele adentramos. Quando vi a sua imensidão, disse: “É preciso um dia inteiro para percorrê-lo”. Aos poucos, e na medida em que avançávamos pelo seu interior, eu rerratificava para: “Alguns dias.” 

Tomamos um susto - eu e Emília. Gui olhou para nós dois, e disse logo na primeira seção do Museu: “Estou curtindo uma nostalgia”. Perguntei para ele, assustado, e sob o olhar de Emília: “Nostalgia, Gui? Por quê?” No meu pensar, longe de ele saber o significado de nostalgia. Mas ele: “É que, até aqui, vovô, tudo que vi nessa seção eu já estudei na escola.” 

A emoção bateu-me fortemente. Depois, o orgulho. A mistura de emoção e orgulho, a ponto de não saber quando terminava um e começava o outro. A ponto de não saber discernir. Tomei uma atitude: agradeci a Deus, como sempre faço. Agradeci pelos cinco netinhos que nos deu - a mim e à Emília.

O Catavento tem mais de 250 instalações, distribuídas em quatro seções: “Universo, Vida, Engenho e Sociedade”. A Seção “Universo” dispõe de inúmeros painéis expositivos, representando o conhecimento do espaço. A Seção “Vida” exibe diversos blocos: Biomas, Árvore da vida, Insetos, Vida no oceano, Aquários marinhos, Fotossíntese, Do veneno ao remédio, Aves do Brasil, Evolução e Darwin, Corpo Humano, Célula e DNA.  A Seção “Engenho” se dedica à engenhosidade humana e acumula um conjunto de obras interativas, ricas e diversificadas. Por fim, a Seção “Sociedade” aborda a questão do meio ambiente.   

Como imaginei, logo ao adentrar no Museu, uma imensidão. Que para conhecê-lo bem se precisa de alguns dias. E nós por lá ficamos só algumas horas.  

sábado, 2 de setembro de 2017

GOSTO DE SAMPA - BOA NOITE I (02.09.2017) (VOLUME II)

“E aí, Gui? Que diz a nossa agenda?”, pergunto. “Vamos jantar em um restaurante tradicional. Vamos para o ‘Terraço Itália’. Lá, um espetáculo. Um deslumbre. Avista-se São Paulo do alto de 41 andares. Restaurante belíssimo. Já conferi tudo no Google. Vocês vão adorar. Fica lá na Avenida Ipiranga.” Tomei um susto com o discurso de Gui. “Menina! Que menino sabido!”, disse à Emília. 

“Já pediu o Uber?”, indago. “Já, vovô. Em cinco minutos ele estará aqui.” 

Realmente um encanto o Terraço Itália. Fino. E com um magnífico serviço. Realmente, irrepreensível. 

Lembrei à Emília: “Sempre desejamos conhecer o Terraço. Superveniências, todavia, não nos deixavam. E agora estamos aqui, com o nosso netinho.” No que ela me responde: “Foi bom assim, Givaldo. Como nossos filhos, eles sempre os primeiros.”

Na verdade, lá, em casa, fora assim: primeiro os meninos. Eles conheceram o exterior primeiro que a gente - eu e Emília. Givaldinho teria sido o primeiro. Foi estudar em Londres. E por lá ficou por quase um ano. A ideia era que voltasse falando a Língua Inglesa. E assim foi. Ano seguinte, Germana, também para Londres, lá morando durante quase um ano e meio. Por fim, Giovanna, que preferimos mandar para São Francisco porque, por lá, já estava Claudinha, nossa sobrinha. 

Voltamos ao Maksoud felizes e leves pela bela noite que tivemos. Os três: eu, Emília e nosso netinho. No lobby do hotel, Gui olha para mim e diz: “Vovô, o senhor não quer me contratar como seu assessor, não? Falo fluentemente inglês; já, já mandarim. Sou desenrolado em agendas e em Uber, e tenho bom gosto como o senhor. Enfim, posso lhe ajudar muito”. Tomei um susto. Mas segurei. E disse: “Fale com seus pais, Gui. Se eles permitirem, você estará contratado.” 

Que netinho Deus me deu! Obrigado, Senhor! 

GOSTO DE SAMPA - BOA TARDE I (02.09.2017) (VOLUME II)

Ainda no “Eldorado”. Que surpreendeu a mim e Emília. Pela conservação. Parecendo novinho em folha. Muitas lojas de marcas e inúmeros restaurantes de ponta. Finos! Finíssimos!

Adentramos no ‘Applebee’s’. Um espetáculo! Germana de lá, de São Francisco, a perguntar onde estamos por conta do instantâneo de horas atrás que enviáramos. “No Brasil, minha filha. Em São Paulo. Naquele shopping que você, ainda novinha, conheceu com a gente”. O mundo está cada vez mais plano. Penso: como era a vida dos pais e dos avós, antigamente, sem notícias de seus filhos e de seus netos? 


Pedimos... Na verdade, Gui. Ele, incrivelmente, internacional: “Strawberry Lemonade, Nachos Nuevos e Buffalo Chicken Wings”. Uma delícia!

Emília, coitada, só olhando porque, de jejum, desde cedo, para um exame de logo mais no Hospital Santa Catarina.

Passeamos por todo o shopping até quase final da tarde. Gui, insaciável: quanto mais andava e conhecia, mais queria andar e mais queria conhecer. “Vovô que shopping maravilhoso!”, disse-me. “Pois é, Gui. Para aqui, no passado, a gente vinha com seu pai e suas tias e por aqui passávamos quase todo o dia. Eles adoravam!”, eu lhe disse. “Ah! Será por isso que estou gostando tanto?” No que eu respondi: “Não duvido, Gui. Quando voltar, conte para seu pai que você passou por onde ele passara com suas tias quando novos. Ele vai ficar muito feliz! Mas Gui, vamos embora que já é tarde. Sua avó tem que passar no Hospital Santa Catarina e você ainda tem agenda para logo mais à noite.”, disse-o. “Verdade, vovô! Vamos ao Terraço Itália!”


GOSTO DE SAMPA - BOM DIA II (02.09.2017) (VOLUME II)


Pensei... Mal concluí meu pensar... Eis-me nas ruas. 




Ficar recolhido em “Sampa”, num sábado frio, com raios solares nos sugerindo um passeio agradável? Nem pensar! 

Meu netinho me diz: “Vovô, o Uber está chegando!” Corro e sou o primeiro a entrar no veículo, num gesto claro de que eu também queria sair. 

No Uber, pegamos a Consolação.  Entramos na Rebouças. Já, já na Faria Lima, para adentrarmos no “Eldorado”, um dos shoppings mais antigos de São Paulo e para onde vinha com Givaldinho, Germana e Giovanna naqueles tempos. Eles, ainda pequenos. Ah! Que saudade!  Ainda bem que, hoje, posso vir com os netinhos - Gui, Bella, Gabi, Shofia e Lucas. “Coisa boa os filhos. Melhor os netos!”, dizem. E a gente começa a acreditar. 

Passei a vista na agenda de Gui. Muitos shoppings. Dos mais antigos, mas ainda atuais, aos mais recentes, como o “JK” e o “Jardins”. Neles, além de conhecê-los, Gui quer conferir as suas marcas, desde roupas a restaurantes.

Pedi a Gui para dar uma olhadinha em sua agenda. Fiquei deveras impressionado. Para o Shopping Eldorado estava tudo listado: do que desejava conhecer e fazer. Disse a mim mesmo: “Menino centrado esse meu netinho. Tem foco. Sabe priorizar as coisas. Vai longe!” 



GOSTO DE SAMPA - BOM DIA I (02.09.2017) (VOLUME II)

Dormi mal, muito mal. Sei lá se dormi. Aqui, em São Paulo, gripei e passei a noite de ontem a tossir e a espirrar. Noite horrorosa! Lembrei-me do que me ocorrera, ontem, à noite, no Shopping Cidade de São Paulo. De repente, um espirro estridente. Disse a mim mesmo: “Ainda bem que Emília está longe e não viu nem ouviu meu espirro”. Viu e ouviu, no entanto, uma senhora paulista, muito elegante. Certamente da elite paulista. Que foi logo me dizendo: “A gripe lhe pegou feio. Fato?” No que eu a respondi: “Verdade! Verdade! Mas, já, já estou novo de novo.”, disse-a. “É que o frio de São Paulo este ano pegou pesado!”, continuou.  Disse-a: “O frio daqui, é muito seco. Muito seco.” “Verdade!”, disse ela. “O Senhor não é de São Paulo, não?”. “Não! Eu sou da cidade que tem o melhor frio do Brasil. Frio úmido e, absolutamente, suportável. Há quem diga até, medicinal. Sou de Garanhuns.” “Garanhuns? Mas onde fica essa cidade?”, questionou-me. “No Nordeste. Em Pernambuco”, respondi. “No Nordeste? Não acredito! Nordeste com clima frio e, por cima, úmido? Não! Não acredito mesmo!” Não quis polemizar com madame paulista. Saí, todavia, da conversa com uma certeza: o preconceito que aquela gente paulista tem contra a gente nordestina é muito grande, a ponto de duvidarem até da existência de um clima ameno em algum lugar do Nordeste.    

Agora, no café da manhã com Emília. O Gui veio logo cedo, e está absorto em seus jogos. 


Voltamos aos aposentos e fico sem saber o que fazer. Ou seja: se me mantenho recolhido para repousar mais um pouco ou se saio com eles para cumprir agenda. 



sexta-feira, 1 de setembro de 2017

GOSTO DE SAMPA - BOA NOITE I (01.09.2017) (VOLUME II)

No “150”. Nome do restaurante do Maksoud, que fica na Alameda Campinas, 150. Daí o nome do restaurante. Original. Gostei! 

“Muitos perguntam ‘Por que 150?”, disse-me um garçom do restaurante. “A mesma pergunta me fazem, no Palace, sobre o Restaurante Columinho”, disse-o. Cuja resposta está na ponta da língua de todos: Columinho é uma das Sete Colinas de Garanhuns. 

Depois do Shopping Cidade São Paulo, fomos direto para o Maksoud. Afinal, todos famintos, queríamos jantar. E o fizemos nessa maravilha que é o “150”.

Quando viajo, gosto de almoçar ou jantar em restaurantes dos hotéis em que me hospedo. Primeiro porque, não raro, são muito bons. E depois porque, se você almoça nesses restaurantes, nada melhor do que, depois dessa refeição, um bom descanso para partir para outros programas. Claro que se você estiver distante do hotel na hora do almoço você não vai se deslocar de longe para almoçar nele. A menos que você, cansado, queira, realmente, descansar um pouco. De igual maneira, no jantar. E os hotéis primam em receber bem seus hóspedes, a eles ofertando excelente serviço, no legítimo desejo de vê-los fidelizados ao seu A&B. 

Não é em vão que sempre digo que não há como negar o papel decisivo dos restaurantes de hotéis no surgimento da alta gastronomia brasileira. Em São Paulo, ela ganhou um belo impulso, já nos anos 50, com o extinto italiano “Ca’d’Oro”, do hotel homônimo.  No Rio de janeiro, na década de 90, o saudoso “Le Sant-Honoré”, no “Le Méridien”, e o “Le Pré Catelan”, do Rio Palace Hotel, hoje Sofitel. Todos eles trouxeram sabores, técnicas de preparo e personagens que revolucionaram o cenário da boa mesa. Mas tarde, nos anos 90, Cipriani, do Copacabana Palace, reforçou esse grupo de excelência.  

Todavia, inúmeros são os restaurantes de excelência fora das dependências dos hotéis que vale a pena conhecer. E nessa viagem com Emília e meu netinho, escolha dele, conhecemos alguns.

GOSTO DE SAMPA - BOA TARDE III (01.09.2017) (VOLUME II)

Já tarde. Quase noite. No Kopenhagen, da Oscar Freire com Bela Cintra. Uma delícia! Do passeio pelas lojas bonitas para uma gente com poucos reais no bolso, mas comprando. Disse a Emília: “Quanta gente de sacolas nas mãos. Viva o Brasil! Essa gente não vai baixar o nosso astral. Roubar o nosso humor. Ah! Pelo menos o meu não! E, penso também, do forte povo brasileiro, que apesar de indignado e revoltado, não lhe falta alegria de viver e vontade de superar tudo de ruim que teria ocorrido em seu país de alguns anos para cá.” 

A gente, apesar das andanças, compras zero. E viajamos com esse espírito. Compras, zero. Afinal, não se paga nada pelo banho de moda a que se assiste e até se prova. E, antes de adentrarmos no “Kopenhagen”, percorremos todas aquelas maravilhas que a Oscar oferece a quem a visita.  Foi, realmente, um final de tarde muito gostoso. Que costumo viver toda vez ou quase toda vez que venho a São Paulo.  


Do “Kopenhagen”, partimos para visitar o Shopping Cidade São Paulo, na Avenida Paulista. Dizia a agenda do meu netinho. “Vamos pra lá, vovô?”, cobrou-me. “Está na sua agenda? Então vamos. Mas claro que vamos, Gui! Depois, Maksoud. Seus avós vão precisar descansar um pouco. E sinto que você também”, disse-o. “Eu não, vovô. Estou bem. Não estou cansado”. Tive que lembrá-lo: “É que, Gui, você é muito novo. Ainda não passou dos 30. Seus avós, sim. Portanto, depois do Shopping Cidade São Paulo, cama! Que amanhã é outro dia e, segundo sei, sua agenda está cheia”, disse.


GOSTO DE SAMPA - BOA TARDE II (01.09.2017) (VOLUME II)

Gostei muito da comida mexicana. Apimentada, como gosto. A japonesa, nem sei. Emília não me deixou provar. Dancei. Portanto, não sei. 

A mexicana, quando chegou à ordem em contrário, eu já estava longe. E gostando. Daí eu poder dizer: que delícia!

De lá do “Taco Bell”, fomos para a “Haägen-Dazs” tomar sorvetes. Que maravilha o sorvete alemão! 

Pensei: “Será porque, dentre outras, Hitler deixou a Áustria para poder tomar sorvete na Alemanha?”, devaneei... Do outro lado da linha, lá de Austin, TX, EUA, atenta, Giovanna liga pra mim: “Painho, a Haägen-Dazs não é alemã, não. É americana!” “Então, filha, os motivos de Hitler foram outros.” Os sorvetes em nada teriam interferido na decisão de Hitler. 

Voltamos ao Maksoud para descansar um pouco, e seguir estrada logo mais. Não sem antes conferir a agenda sob a guarda de Gui. Afinal, descansar também é preciso. Até para poder aproveitar mais. Com as forças renovadas.  

Nos aposentos, Gui conferia tudo. Assinalava por onde tínhamos passado. Enfim, organizava tudo. 

Eu, feliz da vida, observava tudo, mas sem dizer nada. Nadinha. Nem eu, nem Emília. “Deixa agir sozinho”, dizia. “Deixa-o crescer sem vigília explícita. Mas, claro, sempre sob nossos olhares. Como fizemos, aliás, com nossos filhos”, disse a Emília.       


GOSTO DE SAMPA - BOA TARDE I (01.09.2017) (VOLUME II)

No Shopping Paulista. Aqui, conferindo vitrines e vitrines. É o programa do turista. De quem sai de sua cidade para turistar. Bom? Gostoso? Eu acho. Limpa a mente e lustra a alma, dando-nos trégua aos dias a dia da gente. Por isso que vez em quando turistar é preciso. 

“Vovô vamos à Praça de alimentação?”, perguntou-me. “Vamos Gui. Você manda, já o disse.” Nem me lembrei de que no meu Nordeste tenho verdadeiro horror às praças de alimentação. É que são muito barulhentas... Esqueci-me de me lembrar. 

“Vovô! Encontrei! Aqui tem ‘Taco Bell’!. Você gosta?”, perguntou-me Gui. “Não sei, Gui. Não sei. Mas, pergunta a sua avó. Porque outro dia me ofereceram um prato japonês, e ela partiu de lá dizendo: ‘Givaldo não gosta’. Sei lá se ela vai dizer o mesmo da comida mexicana. 



Agora, quer saber, Gui? Não pergunte nada a sua avó. Vamos nessa. Eu gosto!” 

E gostei mesmo. Também... Comida apimentada. Sou fascinado pela comida temperada, com um toque de pimenta. Uma delícia que eu voltaria a comer no mesmo restaurante - Taco Bell -, mas em outro Shopping.  

Gosto de viajar com meu netinho Gui. Ele, o primeiro dos cinco, tem 12 anos.  A irmã dele, Gabi, ainda muito nova para essas aventuras. De repente, bate a saudade dos pais. Como resolver essa parada? Os outros moram nos EUA - Bella, Sophia e Lucas. As duas primeiras, de Giovanna e o último, de Germana. Mas também muito novos ainda. 

Final do ano, todos aqui conosco. Vai ser uma farra. Ano passado a vivenciamos. Quando foram embora... Meu Deus! Que saudade! A casa ficou vazia. E, também, triste. Nunca pensei que netos nos dessem tanta alegria e gosto pela vida, essa dádiva do Senhor.  

GOSTO DE SAMPA - BOM DIA I (01.09.2017) (VOLUME II)

Gosto muito de São Paulo. Vez em quando levo meu netinho Guilherme conosco - eu e Emília. Disse-o desta vez: “Vou a São Paulo me encontrar com sua avó. Quer ir comigo?” No que ele me responde: “Quero, vovô. Também gosto muito de São Paulo.” “Então fale com seus pais”, disse. 

Durante esses nossos dias a dia em São Paulo, estas linhas levarão o título de “Gosto de Sampa”. Nossa estada será no Maksoud, que sempre nos acolheu muito bem nesta cidade. 

Emília, já em São Paulo, em nosso aguardo, já que aqui chegara desde sexta-feira (25), procedente de Paris, aproveitando as férias de nossas filhas, Germana e Giovanna, que moram nos EUA. Cheguei a perguntar: “Por que só as três?” E ela me respondeu: “Viagem só de mãe e filhas.” Fiquei na minha. Mas com uma pontinha de ciúme. Fazer o quê?   

Nosso desembarque, ontem (31), meu e de Gui, se deu por volta das 13 horas, no aeroporto de Congonhas, de onde partimos direto para o Maksoud. Lá, Emília já nos aguardava. De lá, saímos para almoçar, e só viemos a fazer Check In por volta das 16 horas. E por lá ficamos. E por lá jantamos. No “150”, restaurante do hotel. Muito bom! 

Só agora, quase 10 horas da manhã deste 1º.09.2017, abrimos os olhos. Abrimos? Eu, pelo menos, ainda na dúvida: abrir ou não abrir? 

Gui, de “falador ligado”, dizendo dos hábitos de seu professor de mandarim: “Ele toma café da manhã pelo menos uma vez por mês em um hotel chique da cidade.” Tive vontade de pedir a Gui para perguntar ao seu professor se ele já tomara café da manhã no Palace. Balbuciei, todavia: “falador ligado” Perguntou-me: “Que é isso vovô?” 

“É um eufemismo, Gui. Cá pra nós. Às vezes sou meio eufêmico. Ou seja: substituo expressões por outras mais suaves. Como não gosto de usar a expressão ‘sujeito tagarela’, ‘sujeito matraqueador’... suavizo essas expressões e digo ‘sujeito falador’. Aí quando o sujeito está naquele estado, lá venho eu e digo: ele está com o ‘falador ligado’.” 

Silêncio, todavia, diante das gostosuras das camas. Que pareciam, nelas, nos segurar. No mínimo, por terem gostado de nossas presenças.

Emília, “ligando o falador”, começa dizendo da nova concepção de aluguéis em São Paulo: “Um espaço, um vão, alugado para tantos exporem seus produtos, disse-me Aparecida.” Aparecida, amiga com quem Emília esteve por esses dias. Ela, que mora em São Paulo. “Vou falar com Dinho sobre o assunto.”, disse-me.  E por aí ia, ia. Sem parar. Com o seu “falador” disparado. 

Eu, dizendo a mim mesmo: não se dorme nessa cidade. Nem no Maksoud. Templo sagrado de Sinatra. Sim, de Frank Sinatra. Quando de suas incursões pelo Brasil. Que horror! Que horror! Não se dorme...

De repente: “Minha gente! Vamos embora! Senão vamos perder o café da manhã!” A ordem, não precisa dizer. Sabe-se de sua autoria. 

“Verdade!”, digo eu que, ainda sonolento, ouvi Emília, perguntar, ato contínuo: “E a programação de hoje?” Digo: “É com Gui. Passou horas montando. Certamente fazendo pesquisas, entrevistas... para saber do bom em São Paulo. Não vamos contrariá-lo. Vamos cumprir seu programa. E, integralmente. Neto é neto. E avós são para isso mesmo.”  

Descemos para o café. Uma beleza! Tudo! A começar pelo encanto, educação e atitude receptiva do controle do Restaurante 150. Lá dentro, os garçons muito servis e diligentes. Sobre as mesas, um anúncio: “Não hesite em solicitar a um garçom o que desejar.” Disse: “Mas que lindo!” Claro que a mim mesmo. Coisa de quem sabe das coisas nesse ramo difícil que é a hotelaria. Salve a paixão! O hoteleiro tem que ser sempre, sobretudo, um apaixonado pela arte de bem receber. E bem servir. Vou levar essa mensagem ao Palace. “Será que tenho que pagar algum direito autoral?”, pergunto a mim mesmo. 

Penso em Emília: aqui ela está feita. Olho pra Gui e digo: “Tá sabendo, não é Gui? Aqui, no Maksoud, temos que comer muito, sobretudo no café da manhã.” No que ele me fala: “Vovó, ontem comprei sorvetes. Botei na geladeira e ele derreteu todo!” Emília, de imediato, responde: “Gui, a geladeira da Unidade não tem congelador”. 

“Emília, teste o anúncio e peça ao garçom para colocar os sorvetes de Gui no congelador”. Ela falou com o garçom, e os sorvetes de Gui vão voltar a ser sorvetes. 

“Vamos, vovô! Vamos sair. Vamos!”, chama-me. “Vamos, Gui. Mas vamos todos, primeiro, ao Hospital Santa Catarina. Sua avó vai fazer um exame lá. Depois a gente sai à execução da nossa agenda.”, disse-o. “Nossa não, vovô. Minha!” De certo, Gui. De certo! Coisa de neto para vovô.