
Gostei muito... Muito! De ter me reencontrado e confraternizado com muitos amigos e parentes, lá, na Rua do Cajueiro. Anualmente, seus moradores promovem com muito carinho esses reencontros e, neles, vivem momentos de grande confraternização, como que saudando um passado que se fora, todavia, mantendo a amizade, a estima e o respeito a todos seus antigos e atuais moradores.
Na Rua do Cajueiro, morávamos na casa 161. O mesmo número que haveria de nos receber na Rua do Recife e, mais tarde, na Rua Dantas Barreto.
Abracei e conversei com tantos e tantas, como os amigos Paulo, Marcus e Expedito. Que nos contaram tantas histórias. Estas, vividas em comum pelos moradores da Rua do Cajueiro dos meus verdes anos.
Uma lembrança, todavia, não me saía da mente: a do meu avô. Que naquela rua viveu até partir. Lembrança da sua amizade e doçura para com todos e, em particular, com seus netos. Dele, lembra-me de sua imponência, embora humilde. Da sua beleza, embora sóbria. Dos seus encantos, embora sérios. De seus afagos, embora discretos.
Na Rua Dantas Barreto, nossa morada definitiva, ele ia todos os dias ou quase todos os dias nos visitar. A nós, seus netos, e a nossa mãe. E nós a esperá-lo, porque sabíamos que com ele estaríamos a receber outro pai, todavia sem exigências. Já que não mais tínhamos outra mãe, a nossa avó.
Só mais tarde, muito mais tarde, eu encontrei a definição correta para meu avô. Humberto de Campos, citando Lauro Muller: “Avô - pai, sem exigências / Avó - mãe com açúcar”.
Tenho muita saudade de meu avô. Dele, guardo sua foto ao lado de minha avó, em exibição em uma das paredes de minha residência. E a todos a apresento com muito orgulho. “São meus avós!”, digo sempre. E volto, um pouco, aos meus bons tempos.
Hora já avançada, tivemos que deixar os amigos. De lá, revigorados, saímos eu e Emília para a festa da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro, para onde voltaremos, amanhã, para participar da Procissão e da Missa em reverência a Nossa Senhora.
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