
Meu Deus, estou delirando. Mas, por quê? Por que será?
Acordo. Percebo que ainda flui a madrugada. Sinto que só um dos meus olhos está aberto. Já, já, verei o nascer do sol pela janela entreaberta, querendo assustar e afugentar minha indisposição. O outro parece pedir mais um pouco de repouso. Até por minhas compulsivas e vorazes leituras, noite adentro. Só um? Só um deles? Na verdade, os dois. Ouço ruídos e cânticos que vêm da rua. De repente, barulho. Barulho de carro de som. “A campanha não já terminou? Os votos não já foram apurados? Já não se sabe quem foram os eleitos? Estes não já festejaram suas vitórias? Por que esse barulho? Ensurdecedor barulho... Por que esses cânticos? Por quê?”, fico a perguntar. Sinto, todavia, alguém responder: “É a procissão que vem lá da Boa Vista, do Magano... Que se encontrou na Matriz de Santo Antônio e, em seguida, peregrina em direção ao Santuário da Mãe Rainha - Três Vezes Admirável. E você, Givaldo, prometeu que lá iria. Portanto, levanta, sacode a poeira... E vamos à peregrinação!”, sussurram-me no meu ouvido. “Mas claro! Mas claro! Agora me lembro. Tenho que ir a procissão”, digo-me, em atenção aos sussurros.
Levanto-me com a ideia fixa de que tenho que partir à procissão e, depois, à luta do dia a dia. No que pese os delírios no transcorrer da madrugada.

Na procissão, vejo que as ruas ainda estão cobertas de névoas como amanheceram. E, por cima, cinzentas e feias. Mas, no entanto, tudo bonito, lindo e belo. Afinal, estamos em Garanhuns.
Lembro que já, já, é dezembro. E que minha cidade já vive a beleza do Natal Luz 2016. Que este ano já começou em 11 de novembro e vai até 06 de janeiro de 2017. Será que, por isso, estamos percorrendo as ruas e avenidas da cidade para receber as bençãos da Mãe Rainha, pergunto-me.

Sempre digo aos meus botões: 15 de novembro - dia do golpe. Da injustiça, perpetrada contra Dom Pedro II, um grande brasileiro
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