terça-feira, 15 de agosto de 2017

GOSTO DE RECEBER (13.07.2016) (VOLUME II)


Alguns nos censuram. A mim e a Emília, dizendo: “A casa de vocês vive sempre cheia. Por que vocês permitem? Por que vocês não são mais seletivos?” De repente, esses alguns, que são bem poucos, vão querer que a gente, nessa seleção, exclua do acesso à nossa casa aqueles amigos da cor preta ou amarela, passando a receber somente os da cor branca.  

Ora, ora! Gosto de receber. E o faço por tradição. Que vêm de meus pais. De meus avós. Essa uma das marcas de minha família. Da família de Emília. E o fazemos com grande prazer e alegria. E, mais importante, sem qualquer interesse menor. Inconfessável. Na prática da convivência humana em que acreditamos, piamente, e, por isso mesmo, praticamos de forma efetiva e cheios de felicidade.

Outro dia, um desses poucos ousou em me dizer: “Ele vai à sua casa, mas fala de você. Diz disso e daquilo.” Perguntei: “Verdade, amigo? Tenho pena dele, coitado. Mas o tenho, sem sentir.”  

Gosto de meus domingos. Aqui, na terrinha ou lá na capital. Fico, às vezes, querendo que cheguem logo para mandar a fadiga do trabalho e o estresse dos problemas para bem longe. Domingo, para mim, é dia de descontração. De repouso... “Como é a história, Givaldo? Pois para mim é dia de tomar todas. De chegar à casa de quatro. E só acordar na segunda. Por cima, arretado.” Falei: “Pois é amigo. Eu entendo e respeito seu gosto. Só espero que você...”  

Vou continuar largo. Aberto a ouvir tudo e de todos. Agora, que todos fiquem certos: minha aptidão para discernir é grande. E real. Não queiram me encarar, não. Que estou percebendo tudo. Posso até não dizer nada. E não digo. Mas, em mim, está tudo sendo registrado. Posto que, sem que eu absorva o “golpe” que queiram me perpetrar. No mínimo, minha intuição acende. Se é que não já vive acesa. 



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